Momentos banzai mostram que Sato é campeão legítimo, sem zebra na Indy 500

Momentos banzai mostram que Sato é campeão legítimo, sem zebra na Indy 500

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Takuma Sato virou herói nacional no último domingo, mas não foi por mero acaso ou zebra histórica nas 500 Milhas de Indianápolis. É fato que o Samurai Voador não é somente o melhor da história do Japão, mas também um baita piloto no cenário internacional, além de um digno representante "banzai" de se atirar em cada ultrapassagem e guiar o carro no limite da aderência, no melhor estilo Gilles Villeneuve e Keke Rosberg. Guardadas as devidas proporções. Por isso, hora de elencar os grandes momentos "Takuma" ao longo de toda a carreira do japonês.

Patrola na F3 Britânica - 2001
No começo do ano, Takuma já era anunciado como terceiro piloto da Honda na Fórmula 1. Mais um apadrinhado da montadora, no estilo Satoru Nakajima? Nada disso, o mirrado e sorridente japinha virou Godzilla na F3 Britânica e ganhou 12 das 26 etapas do ano. Patrolou o coitado do Anthony Davidson, vice-campeão, 345 pontos a 272 na casa do britânico!

GP de Macau - 2001

O Mundial de Fórmula 3 em Macau teve mais uma demonstração de força do Samurai. Sato resistiu à pressão de Bjorn Wirdheim na largada e, depois, guiou agressivamente para ganhar com enorme vantagem sobre os rivais. Tirou muita tinta de muro, não tirou o pé do acelerador, atravessou muitas vezes na pista. No seu estilo e com passaporte carimbado para a Fórmula 1.

Estreia difícil, mas consagrada no Japão - 2002
Sato foi alçado à F1 com a equipe Jordan, já no ocaso do time irlandês no Mundial. O princípio foi difícil, com alguns acidentes e uma pancada violentíssima ao ser atingido por Nick Heidfeld no GP da Áustria. Mas no seu quintal de casa, o japonês justificou seu lugar, com um excelente quinto posto em Suzuka. A festa foi completa no autódromo, mas no ano seguinte Jordan dispensou a Honda e o japinha.

Uma chance e pontos na BAR - 2003
O Samurai ficou de terceiro piloto da BAR, atrás de Jenson Button e Jacques Villeneuve em 2003. Mas veio a chance de reavivar a carreira em pleno GP do Japão, no lugar do canadense. E Sato-San não desapontou, apesar do ano inteiro de capacete pendurado. Chegou em sexto lugar e confirmou um cockpit para a temporada seguinte.

Primeiro sorrisão em Indianápolis - 2004
A temporada foi uma montanha russa para Sato, com cinco abandonos, mas pontuando várias vezes. O problema foi a sombra de Jenson Button, melhor do ano fora as Ferrari. Ainda assim, o japa teve seu grande momento ao fazer o pódio de Indianápolis, com o terceiro lugar na corrida.

Super Sato e Super Aguri em Interlagos - 2006



Depois de um ano muito ruim em 2005, Sato foi para a equipe B da Honda, a recém-criada Super Aguri. Com um chassis Arrows de 2002, o time não podia ter muitas projeções de sucesso, mas o Samurai aproveitou a baixa exigência de downforce do GP do Brasil para derrubar gigantes em Interlagos. Nas voltas finais, superou a Red Bull de Robert Doorbos e as Toro Rosso para finalizar em décimo lugar.

Sato coloca time B na frente da Honda em Barcelona - 2007
O piloto japonês constrangeu os veteranaços Jenson Button e Rubens Barrichello no GP da Espanha. Com a Super Aguri usando os chassis do ano anterior da Honda, ele superou os dois pilotos da equipe principal e completou a corrida em oitavo para somar os primeiros pontos da história da Super Aguri.

Banzai tigrada, aqui é Super Aguri no Canadá - 2007
A maior façanha de Sato, pelo menos até a grande vitória nos EUA dez anos depois, foi uma epopeia no GP do Canadá de 2007. O Samurai estava possuído e, com uma tática de corrida que lhe deu pneus novos no fim, ele passou Ralf Schumacher (Toyota) e Fernando Alonso (McLaren) na metade final da corrida. Chegou muito perto da Ferrari de Kimi Raikkonen, mas finalizou num excelente sexto lugar.

Vitória em Long Beach - 2013
Todos queriam aposentar Takuma, ou enviar de volta para o Japão, após três temporadas infrutíferas na Fórmula Indy. Mas em 2012, ele colocou ele e a A.J. Foyt de volta à turma dos vencedores. Sempre craque nas pistas de rua, ele usou uma tática típica de F1, acelerou quando Will Power e Dario Franchitti foram para o pit e, ao fazer sua parada, voltou na frente para não perder mais. A primeira vitória japonesa na terra do Tio Sam.

Tudo ou nada na Indy 500 - 2012


Takuma Sato incendiou as últimas duas voltas da Indy 500 em 2012. Gritou banzai e foi com tudo para cima de Scott Dixon e Dario Franchitti. Era vencer ou estampar o muro. Na última volta, viu o espaço por dentro e se atirou como um legítimo kamikazi. Foi espetacular, foi tudo que se espera do automobilismo, mas não deu certo. O carro saiu de traseira ao encostar as rodas na linha branca e o japa se estabacou no muro. Mas ganhou respeito.

Muro? Quem se importa com muro - 2017
Sato queria a pole-position das 500 Milhas e suas voltas de classificação foram as mais espetaculares de todas. O Samurai Voador tocou nada menos que duas vezes no muro ao longo das quatro passagens. Em nenhuma delas tirou o pé, ou perdeu o foco. Era como se soubesse que ia beliscar a mureta, mas com total confiança de que o carro ia aguentar.

Consagração definitiva na Indy 500 - 2017
Dez anos depois de ficar sem rumo na Fórmula 1, depois de vários tropeços na Indy, Takuma Sato finalmente encontrou um caminho para registrar o nome da história mundial do automobilismo. Começou as 500 Milhas selvagem como de costume, quase bateu ao tentar passar Fernando Alonso por dentro, beliscou um muro. Mas se recompôs. Chegou no fim com o carro mais rápido e fez a ultrapassagem perfeita sobre Hélio Castroneves, sem bater dessa vez e com o troféu Borg Warner carimbado pelo Japão.

 

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