Pegos sob fogo cruzado no Bahrain, membros de equipe da F-1 deixam o país

Pegos sob fogo cruzado no Bahrain, membros de equipe da F-1 deixam o país

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A Fórmula 1 segue tentando mostrar uma pintura de um país que não existe no Bahrain. Nesta quinta-feira, um carro que levava membros da equipe Force India foi pego em fogo cruzado de manifestantes e polícia, tendo um coquetel molotov explodido perto do local em que estavam. Apesar da FIA e da equipe garantirem a "normalidade" da situação pelo fato do projétil não ter sido propositalmente atirado contra o veículo, dois funcionários da equipe decidiram deixar o país ainda hoje.


O lobby para realizar a corrida é tão grande que o governo convocou um opositor moderado, Jasim Husain, a visitar o paddock da F-1 para tranquilizar equipes e imprensa. "É fácil dizer que alguns protestos são dirigidos contra a Fórmula 1, mas se ela não estivesse aqui eles ainda estariam ocorrendo", enfatizou o político, numa justificativa no mínimo curiosa. ´


"É uma oportunidade para os manifestantes ganharem mais repercussão, mas não é a origem dos protestos", salientou Husain. "Sempre tivemos pessoas contrárias à F-1, até em tempos normais. Algumas por razões religiosas, mas nunca teremos todos os grupos satisfeitos", comentou ele, num claro momento de tapar o sol com a peneira. E o que não falta no Bahrain é sol!


O que a Fórmula 1 e a FIA se recusam a entender, assim como a ditadura do Bahrain, é que não se trata apenas de manter equipes, pilotos e mecânicos seguros. A questão maior é que a presença do circo agrava a revolta dos que protestam e faz o esporte tomar uma posição política involuntariamente, que contraria todas as entidades de Direitos Humanos do mundo.



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