Piastri dá bote certeiro em Leclerc e vence o GP do Azerbaijão

Piastri dá bote certeiro em Leclerc e vence o GP do Azerbaijão

Corrida teve grande duelo pela vitória, recuperação de Norris e lambança de Perez contra Sainz

Bernardo Bercht

Australiano foi certeiro e despontou para a vitória

publicidade

Oscar Piastri aproveitou o melhor carro da temporada, deu um bote certeiro e venceu o GP do Azerbaijão de Fórmula 1, neste domingo. O australiano foi buscar sua primeira vitória com méritos - já que a anterior foi entregue por ordens de equipe esquisitas - em belo duelo com Charles Leclerc. O monegasco ficou sem pneus no fim e acabou sendo o catalizador de forte acidente, com Sérgio Perez estragando sua única boa corrida do ano e jogando Carlos Sainz no muro. George Russell agradeceu e completou o pódio num dia que a Mercedes estava longe.

A largada teve poucos acontecimentos, com Leclerc controlando a liderança sobre Piastri. Perez aproveitou a bobeada de Sainz e assumiu o terceiro posto. O meio do pelotão tentava se organizar, com Hamilton e Gasly fazendo boa escalada inicial após largar dos boxes.

Na confusão, Lance Stroll bateu em Yuki Tsunoda e destruiu a corrida de ambos. Daniel Ricciardo aproveitou para ganhar algumas posições, mas o ritmo da RB Junior não permitiria ir além daquelas primeiras voltas competitivo.

A corrida parecia estratégica, a partir daí, com a marcação de undercuts. Franco Colapinto antecipou a janela de pits para tentar passar Fernando Alonso, iria tomar uma aula de direção defensiva o resto do dia o competitivo argentino.

Quem falhou na defesa foi Leclerc. Quando todo mundo já estava com seus pneus definitivos, tentou poupar pneu e não viu o bote certeiro de Piastri. O australiano usou a asa móvel e se atirou por dentro. Leclerc ainda tentou armar um "x", mas era tarde demais.

Chegou a dar pinta de que a Ferrari tinha o suficiente para reagir e Leclerc estava se poupando na asa móvel. Mas logo o maior equilíbrio da McLaren começou a ajudar Piastri a economizar os pneus traseiros. Leclerc, enquanto isso, via o torque do motor Ferrari derreter os seus.

Mais atrás, Verstappen tinha dificuldades para passar Norris, mesmo com o britânico de pneus velhos. Entrou no rádio e reclamou de problema nos freios. Na disputa dos pontos finais, Alonso mantinha Colapinto a 2s de diferença, mesmo com a Aston Martin desequilibrada. Albon parou e voltou com pneus médios na caça dos dois.

Russell, então, aproveitou as mazelas de Verstappen para atacar o holandês. Foi certeiro, passou e assumiu o quinto lugar. Perez, lá na frente, tentava enquadrar Leclerc e Piastri, parecia que a Red Bull tinha o mexicano com chances de vitória. Em tática diferente, Sainz com pneus mais novos engolia a diferença para todos esses.

Na reta final, Alonso tinha uma fila de seis carros na sua alça de mira. Tentava colocar Hulkenberg na asa móvel para se defender dos adversários com mais pneu. E funcionou. Colapinto perdeu para o Hulk, saiu da pista e voltou. Albon demorou algumas voltas para passar a Haas do alemão e foi o suficiente para Alonso ganhar uma gordurinha. Hamilton, numa prova horrorosa, aproveitou para passar Bearman, a quem perseguiu o dia todo, reclamando da temperatura dos pneus.

A cinco voltas da bandeirada, Leclerc ficou sem pneus traseiros. Piastri agradeceu e disparou para a vitória. Pérez foi para o ataque. Mais atrás, Norris passou Verstappen sem cerimôminas. O mexicano tentou passar na curva 1, foi espremido e acabou levando o drible das Ferrari. Sainz assumiu o terceiro posto. O espanhol se posicionou por fora e tentou manter seu espaço. Perez não cedeu nada e tocou na roda traseira, arremessando a Ferrari no muro e destruindo seu melhor dia em dois anos.

Com Ferrari e Red Bull destruídas, Russell agradeceu e foi para o pódio. A corrida terminou em safety car virtual, para alívio de Leclerc, quase a pé, sem borracha. Piastri comemorou com a McLaren, Leclerc se frustrou com a Ferrari, Russell nem acreditou muito. Norris foi um improvável quarto e descontou quatro pontos para Verstappen no campeonato, com o holandês em quinto. O sexto foi o mais improvável ainda Fernando Alonso, segurando a fila. Albon mais uma vez levou a Williams a bons pontos e Colapinto fez história para a argentina 40 anos depois, com o oitavo lugar. Hamilton foi nono, com Bearman somando pontos em dois carros diferentes, ao cruzar em 10º na Haas.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895