Red Bull é uma incógnita para 2019

Red Bull é uma incógnita para 2019

Eduardo Amaral

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Agora a coisa começou a ficar séria, duas das grandes equipes apresentaram nesta quarta-feira os carros para a temporada 2019 do mundial de Fórmula 1. Uma delas foi a tetracampeã Red Bull, que mostrou ao mundo um carro diferente, com vivos detalhes em vermelho. Um bólido muito bonito, que infelizmente só deveremos ver nos treinos em Barcelona.

Entretanto, o grande mistério sobre o RB15 ainda não pode ser vista, afinal a Honda conseguiu desenvolver um motor capaz de colocar a equipe nos primeiros lugares e não repetir o desastre da parceria com a McLaren. A honra dos japoneses está em jogo, e a Red Bull vai colocar toda sua energia para não repetir o filme das temporadas passadas.

Dentro da equipe austríaca os desenvolvedores da fábrica nipônica encontrarão um time capaz de tirar o melhor proveito possível de um bom motor, ao menos em teoria. O responsável pelo desenvolvimento aerodinâmico segue sendo o consagrado Andrian Newey, que passou os últimos anos reclamando, e muito, do regulamento. Na opinião do projetista, a Mercedes foi amplamente favorecida pela adoção dos motores V6 híbridos, ironicamente quando Sebastian Vettel levantou cinco títulos com a equipe Newey não achava problema.

Os touros chegam em 2019 querendo muito mais do que o simples terceiro lugar como construtores e um quarto lugar no mundial de pilotos. Para que a meta seja atingida o time precisará ir além das reclamações eternas a respeito do regulamento, e sim até de uma dose de sorte. Afinal, depois de tantos fracassos, a Honda não é necessariamente o time mais confiável para apostar, principalmente com a antiga fornecedora de motores da equipe, a Renault, com um apetite enorme para assustar as três grandes do grid.

No frigir dos ovos, mesmo com o histórico positivo desde que estreou na Fórmula 1, o futuro da Red Bull ao longo desta temporada é na verdade uma grande incógnita. O passado recente da fornecedora de motores não recomenda apostar todas as fichas. Afinal, após tantos fracassos, fica difícil acreditar com 100% de certeza em uma reviravolta por parte da Honda, e como esse é um esporte a motor, não vai adiantar um propulsor médio e acreditar que apenas a aerodinâmica faça todo o trabalho.

No cockpit, talento e pouca inteligência

Consultor da Red Bull racing,Helmut Marko é um declarado fã de Max Verstappen. O jovem piloto entrou nas graças do dirigente conhecido pelo temperamento difícil. Ainda em 2018 a preferência pelo holandês ficou muito clara, com Daniel Ricciardo sendo visivelmente preterido, mesmo com bons resultados.

O talento de Verstappen é inegável, rápido, ousado, ambicioso e destemido, todas qualidades fundamentais para um campeão. Porém, falta a ele uma qualidade fundamental, inteligência emocional. Não foram poucas as bobagens cometidas por ele na curta carreira, que o diga Vettel. Além de prejudicar outros pilotos do grid, o holandês já colocou fora pontos preciosos da própria equipe, como quando tinha uma vitória certa no GP do Brasil, mas ao invés de dar passagem para o retardatário Esteban Ocon, preferiu entrar em uma disputa totalmente inútil e terminou jogando a vitória no colo de Lewis Hamilton.

No carro ao lado ele terá a companhia de Pierre Gasly, um piloto sabidamente talentoso e reconhecidamente menos talentoso que Verstappen. Entretanto, caso se mostre mais estável emocionalmente, não é impossível o francês obter resultados mais satisfatórios, mesmo sendo preterido pelo chefão da equipe. 

Verstappen e Honda são as grandes incógnitas que pairam sobre a Red Bull, e tudo isso só será respondido de verdade no dia em que os carros entrarem na pista para os primeiros treinos valendo, o que só vai acontecer em março. Até lá, mesmo com os testes em Barcelona, a equipe multicampeã é um grande ponto de interrogação.


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