É possível atuar em um ambiente de trabalho respeitoso e saudável, afirma executiva

É possível atuar em um ambiente de trabalho respeitoso e saudável, afirma executiva

Renata Spallicci, que é vice-presidente da Apsen Farmacêutica, sabe os desafios da liderança e oferece algumas sugestões uma boa relação entre gestores e colaboradores

Correio do Povo

Renata Spallicci é vice-presidente da Apsen Farmacêutica

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É possível atuar em um ambiente de trabalho respeitoso e saudável, afirma a executiva Renata Spallicci. Segundo ela, esse cenário é possível a partir da atuação adequada do líder na promoção e manutenção desse contexto, que gera maior motivação aos colaboradores e possibilita-lhes o cumprimento de suas tarefas de maneira mais leve e produtiva. 

Um levantamento feito em 2017 pelo Instituto Locomotiva e o Grupo Loyalty & Trade Management mostrou que 56% dos trabalhadores formais do Brasil estão insatisfeitos com o emprego. Já pesquisa sobre estresse no ambiente de trabalho, realizada no Brasil e em outros 11 países pela International Stress Management Association (ISMA-BR), revelou que cerca de 9 a cada 10 profissionais apresentam ansiedade.

No entanto, Renata, que é vice-presidente da Apsen Farmacêutica, sabe os desafios da liderança e oferece algumas sugestões (na perspectiva do líder) a fim de se construir uma boa relação entre gestores e colaboradores.


Empatia

Conforme Renata, a grande virtude a ser cultivada por um líder a fim de que a relação com seus colaboradores seja respeitosa e frutífera é a empatia. “Tratar com desprezo membros da equipe, que, porventura, venham a demonstrar medo ou estresse, abala a zona de segurança psicológica que deve ser criada para si próprio e liderados e faz com que sua posição de líder deixe de ser eficaz”, destaca.

A executiva pondera que cada ser humano é único e que agir de forma diferente da que você está agindo diante de momentos de pressão não necessariamente é sinal de fraqueza. “Uma pessoa que está em posição de liderança pode ter tido experiências que a preparam para lidar com crises, mas cada um de nós tem uma história e, possivelmente, há colaboradores que estejam experimentando pela primeira vez uma grande provação profissional”, diz.

O primeiro movimento para se tornar um líder mais empático é reconhecer que nem todas as pessoas são iguais, evitando julgar os outros tomando si próprio como base. De acordo com Renata, é preciso buscar compreender as pessoas de fato, ver onde estão errando e evitar se precipitar em sentenciá-las como pessoas falhas. “Lembre-se de quem realmente são e não quem são elas nesse momento”, recomenda. Para ajudar nessa tarefa, destaque mentalmente algumas características que fazem com que você as respeite e relembre o que fizeram de importante para você e para a empresa.

Nesse esforço de ser mais gentil, Renata faz um apelo para o que líder construa e atravesse a ponte até o outro, tentando ver o mundo de seu ponto de vista do colaborador e ajudando-o a ver o mundo do prisma do líder.

Isso não significa, porém, que o gestor deva ser invasivo. De acordo com Renata, trata-se de habilidade essencial do líder reconhecer que cada membro da equipe tem o seu próprio espaço. “Isso significa respeitar os limites pessoais e não ser invasivo em relação à privacidade, agindo sempre dentro dos princípios da ética, diz. A executiva destaca que um líder deve trabalhar para suprir as expectativas de seus colaboradores e respeitar os limites que existem entre chefia e subordinado.

Flexibilidade

Outra característica importante que um líder deve ter a fim de tornar o ambiente de trabalho um lugar melhor para se estar é flexibilidade. Conforme a executiva, um bom líder deve saber quando pressionar por resultados ou quando aliviar, equilibrando sua posição de autoridade com o respeito pela equipe. “Assim, deve saber persistir em suas opiniões e estratégias e ceder quando perceber que obteve contribuições positivas de seus liderados”, explica, enfatizando ser muito mais eficaz contar com a inteligência coletiva de uma equipe do que tomar decisões inadequadas.

Segundo Renata, o mundo corporativo está cada dia mais complexo, isto porque há gerações muito diferentes ocupando espaços no mercado de trabalho e diversas pautas em foco. “Nesse cenário, líderes que exercem o poder de maneira autocrática e sem ouvir seus liderados estão pavimentando o caminho para o fracasso de suas empresas e deles próprios”, diz.

Nesse sentido, um líder flexível é aquele que consegue manter uma mente aberta e encontrar o valor em cada indivíduo. Segundo a executiva, ao mostrar-se disposto a aprender com os outros, o líder descobre como impactar melhor as pessoas ao seu redor de uma forma positiva, deixando-os motivados. “Esta habilidade constrói uma equipe forte de indivíduos apaixonados e comprometidos com o objetivo comum da empresa”, afirma.

Comunicação transparente

A boa comunicação com seus liderados é essencial para um líder que objetiva manter colaboradores saudáveis mentalmente e engajados com a causa da empresa. Assim, segundo Renata, saber ouvir e orientar é fundamental. “Liderar é também ouvir atentamente as sugestões e questionamentos da equipe e transmitir de forma transparente as melhores orientações em busca dos resultados almejados”, diz.

Conforme Renata, no que tange a saber ouvir, uma característica fundamental que o líder deve cultivar é não bancar o “sabe tudo”. “Um bom líder deve reconhecer suas vulnerabilidades, admitir quando estiver errado ou mesmo quando não souber algo, e não ter medo de pedir ajuda a seus colaboradores”, diz. Já para uma orientação sem muito ruídos é de suma relevância cuidar do feedback. “É preciso ter discernimento ao dar feedback de forma a contribuir para o desenvolvimento de sua equipe”, afirma.


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