Demitido: e agora?

Demitido: e agora?

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Avaliar atitudes, trazer contatos e atualizar currículo são itens da lista de quem se depara com uma demissão inesperada

Você trabalha há anos na mesma companhia. Sente segurança, tem um bom salário, benefícios interessantes e não planeja mudar tão cedo. Mas eis que, de repente, chega a inesperada notícia da sua demissão. Quantos já não passaram por isso ou ouviram histórias de pessoas próximas que vivenciaram essa situação?

A surpresa, num primeiro momento, provoca revolta e principalmente perplexidade. Segundo o consultor em gestão de pessoas Eduardo Ferraz, uma demissão nunca deveria ser inesperada. Sempre existem sinais claros quando a situação no trabalho não anda bem.

CP - Demissão nunca é esperada, apesar de fazer parte das relações de trabalho. Como o profissional deve pensar no assunto?
Ferraz - Sempre existem sinais claros quando a situação no trabalho não caminha bem. O profissional precisa estar atento no ambiente ao redor, pois isso ajuda a identificar se algo não vai bem e assim conseguir tempo para corrigir os problemas ou se preparar para sair.

CP - Tu diz que existem prenúncios de que a demissão vai acontecer. Quais são eles?
Ferraz - Mau desempenho pessoal, frieza do chefe, não ser chamado para eventos ou reuniões importantes, má situação financeira da empresa, demissões de colegas com cargos similares, ficar muito tempo sem ganhar aumento, são algumas delas.

CP - Como reagir a uma demissão? Devemos fazer um mea culpa ou encarar como algo natural?
Ferraz - É preciso avaliar, sim, as atitudes. Costumo dizer que as pessoas são contratadas pelo currículo e demitidas pelas atitudes. A vaga que não tem a ver com o perfil do profissional, por exemplo, vai acabar gerando estresse e baixo nível de tolerância a frustrações. Uma empresa é feita de regras e valores que não estão explícitos. É preciso entender e adaptar-se a eles. Rever as atitudes que podem ter causado a demissão vai ajudar, e muito, na busca de uma nova oportunidade.

CP - Após a demissão, o que é o melhor a fazer? Dar um tempo até procurar outro emprego?
Ferraz - Não aconselho dar um tempo, principalmente porque raramente a pessoa está preparada financeiramente para isso. É preciso de imediato contatar os amigos e pessoas mais próximas e que atuem em áreas de interesse do profissional. Mandar e-mail ou ligar avisando do desligamento e que está em busca de uma nova oportunidade. Não precisa dar detalhes, mas a ajuda desses contatos é fundamental para a recolocação.

Dicas para encarar bem uma demissão


Use o networking: comece informando as pessoas mais próximas que atuam em áreas de seu interesse, contando sobre o desligamento e sua disponibilidade. Amigos serão sua melhor chance de se recolocar rapidamente.

Atualize o currículo: faça uma revisão das referências e atualize o currículo que deve estar impecável. E lembre-se: um bom currículo é resumido e impactante.

Faça um balanço financeiro: é essa análise que vai indicar quanto tempo você poderá ficar parado até encontrar um novo emprego. Normalmente, leva-se de 3 a 6 meses para a recolocação.

Não faça sabático: Ao ser demitido, o profissional está com autoestima baixa e normalmente não está preparado financeiramente. Haverá momentos mais propícios para isso.

Direcione os currículos: selecione sites especializados nas áreas que mais lhe interessam. Enviar currículos sem controle acaba depreciando o passe do candidato e demonstra desespero.

Prepare-se para as entrevistas: estudando a empresa, quais seus valores, em que segmento de mercado atua, as condições oferecidas, etc. Terminada a entrevista, aguarde o contato e jamais insista. Se você for aprovado, eles entrarão em contato.

Seja sincero: não adianta aceitar um emprego que não tenha a ver com seu perfil. No futuro, isso vai acabar resultando em problemas e infelicidade.

Analise o que deu errado: Reveja as atitudes que o prejudicaram no emprego anterior. Do contrário, a tendência é cometer os mesmos erros.

Adapte-se à nova realidade: Você está em outra empresa, será fundamental entender e adaptar-se a novos paradigmas. Se tudo der certo entre 6 meses e um ano, você estará perfeitamente adaptado e com boas chances de nunca mais ser pego de surpresa!

Fonte: Eduardo Ferraz

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