Fiaparia Fios surgiu de um desafio e é exemplo de superação

Fiaparia Fios surgiu de um desafio e é exemplo de superação

Lançada em julho deste ano, a marca apresenta coleção Viva la Vida e mostra como é possível tecer a vida de uma forma única

Correio do Povo

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Catrinas, elegantes caveiras que enfeitam as festas do Dia dos Mortos na cultura mexicana, inspiraram a primeira coleção da marca: Viva la Vida. A coleção contempla peças batizadas com nomes de drinques típicos, como a versátil Bolsa La Michelada, o xale El Pulque e a gola El Torito, ainda, cinto El Posol, poncho El Mezcal e a boina La Banderita Violeta, que colorem a estação numa mistura criativa de fios e aplicações, materiais reaproveitáveis, forros diversos, tudo regido por muita personalidade.

As bolsas da coleção Viva la Vida vêm com um porta chaves na etiqueta interna. E todos os produtos da Fiaparia são acondicionados em uma bag identificada com a peça, fácil de organizar o roupeiro. 

Quem assina a coleção que brinda a vida é Angela Rosana, que recentemente se aposentou de 30 anos de carreira como bancária e após um diagnóstico de câncer de mama, já tratado, decidiu se reinventar. “A Fiaparia nasceu do crochetar dos meus primeiros pontos, enquanto buscava desatar meus próprios nós, na luta contra o câncer de mama. Hoje ela representa gratidão sob a vitória”, relata Angela. 

Sendo assim, a valorização da vida e o respeito pelos ciclos estão na base da Fiaparia. Há uma preocupação constante no reaproveitamento total dos resíduos. A produção é feita em curta escala por fiadeiras parceiras, que trabalham a seu tempo. São mulheres que veem nesse ofício um modo de trabalhar em algo prazeroso, de criação, com remuneração justa em oposição a uma vaga mecânica e de jornada excessiva. Fazendo seus horários, as fiadeiras têm mais autonomia para administrar seu tempo, construir e consolidar sua independência. Esse modelo resulta em um sistema de produção que visa a sustentabilidade social e ambiental, traduzido em artigos únicos, que somente peças feitas com carinho possuem.

Projeto Fiaparia Transforma: 

O projeto Fiaparia Transforma surgiu três meses após o diagnóstico de Angela, criadora da marca, como forma de redefinir rotas, quando deu início – do zero – às aulas de crochê.

Já em fase final de reconstrução de mama e, após ter vivido todo esse processo, pesquisou sobre a oncoimagem e a importância da autoestima para as pessoas que recebem esta notícia. “Acredito que sempre há uma maneira de retribuir à vida nossas vitórias e o jeito que encontrei com o Fiaparia Transforma facilitar a reintegração da imagem do paciente oncológico e ajudá-lo a se recuperar”, ressalta Angela. O projeto, que nasceu em parceria com o Instituto Oncológico Kaplan, produz turbantes e toucas para doação para pacientes em tratamento, a cada cinco produtos vendidos na Fiaparia.  

 Como Cheguei lá!

- Primeira experiência profissional: Foi aos 14 anos quando senti que precisava ganhar meu próprio dinheiro. Eu estudava de manhã e cuidava de duas meninas à tarde. Sempre tive essa vontade de andar com minhas próprias pernas. 

- Momento marcante na carreira: Como entrei para um emprego estável aos 19 anos é só sai aos 50, houve muitos! Sem dúvida, enfrentei muitos desafios e sofri decepções, mas os boletos são como cenouras à frente de cavalos! A gente só vai. No entanto, tenho certeza de que o que me sacudiu de verdade foi receber um diagnóstico de câncer. Eu estava acomodada aguardando a minha aposentadoria. Estar de frente com a possibilidade da morte faz a gente ter muita sede de vida!

- O futuro: Quero saber lidar com o que vier, apostar mais em mim e nas pessoas, acreditar que é possível e estar aberta às infinitas possibilidades que a vida nos apresenta

- Para ter sucesso, é preciso: ter coragem. Isso não significa não sentir medo, mas não deixar que o medo nos domine.  Se a gente enfrenta, sai do lugar e isso eu o que faz toda a diferença!


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