Retorno e saída para férias requerem cuidado com as finanças

Retorno e saída para férias requerem cuidado com as finanças

Professor da Escola de Negócios da Fadergs afirma que época exige planejamento

Correio do Povo

Para os endividados, a recomendação é pôr no papel os gastos excedentes durante o tempo de descanso, cortar ou diminuir custos extras e buscar equacionar o orçamento

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Embora seja um momento de descanso e lazer, durante as férias é necessário ter cuidado na parte financeira. O adiantamento recebido pelo trabalhador e o acréscimo de ⅓ do salário referente a época dão a sensação de um extra na renda, mas tal fato pode acabar sendo uma armadilha. Afinal, o adiantamento é descontado no contracheque seguinte e o orçamento pode acabar apertando, o que muitas vezes, piora o endividamento.

O não pagamento de dívidas pode acarretar em inadimplência, situação que tem o maior índice desde agosto de 2020 no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em janeiro, a pesquisa apontou 26,4% das famílias brasileiras inadimplentes. Aumento de 0,2 ponto percentual na comparação a dezembro.

De acordo com o professor do Cursos de Negócios da Fadergs, Eduardo Moraes, para os endividados, a recomendação é pôr no papel os gastos excedentes durante o tempo de descanso, cortar ou diminuir custos extras e buscar equacionar o orçamento. Além disso, outra forma de economizar é colocar na ponta do lápis despesas corriqueiras que possam ser reduzidas ou negociadas, como planos de internet, telefone, assinaturas de TV a cabo e serviços de streamings, entre outros. Aos que, mesmo endividados, não abrem mão do lazer, o professor comenta que buscar opções de menor custo podem ser uma alternativa. “As famílias que saem para jantar uma ou mais vezes na semana, por exemplo, podem buscar lugares mais baratos ou diminuir a frequência dessas saídas, diminuindo, consequentemente, os custos”, coloca.

Aos que extrapolaram no cartão de crédito durante o período e acabaram por não conseguir pagar a fatura, uma possibilidade, segundo o especialista, é buscar um empréstimo, pois as taxas de juros são menores que o rotativo do cartão. No entanto, como as empresas possibilitam o parcelamento dos valores, é necessário avaliar as taxas. Além disso, com o aumento da taxa Selic, atualmente em 10,75%, a projeção é que os juros bancários subam. “Com essa elevação da Selic é necessário fazer uma pesquisa, ver qual banco oferece a menor taxa e ver se vale a pena solicitar o crédito pessoal”, comenta.

Organização e planejamento financeiro podem evitar inadimplência

De acordo com Moraes, o primeiro passo para manter o equilíbrio durante essa época é controlar o valor de adiantamento das férias. “É necessário estar alerta e utilizar o dinheiro com moderação, pois o adicional recebido é apenas ⅓ do salário. O restante é descontado no próximo contracheque e, caso não haja esse controle, pode ocorrer um endividamento maior ou uma inadimplência no mês seguinte, que pode ser o início de um descontrole. Logo, o ideal é tentar fazer com que os gastos fiquem apenas dentro desse valor de ⅓ recebido”, explica.

Com isso, uma alternativa é antever e antecipar os custos das férias para planejar os gastos durante o período, evitando fugir do orçamento habitual. Além disso, outra possibilidade é ir guardando o dinheiro durante o ano para que os custos no momento de lazer doam menos no bolso.


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