Os escritores gaúchos e suas narrativas curtas

Os escritores gaúchos e suas narrativas curtas

Pela passagem do Dia do Escritor, Correio do Povo promoveu bate-papo envolvendo os autores Alcy Cheuiche, Gustavo Czekster e Paulo Mendes

Luiz Gonzaga Lopes

Gustavo Melo Czekster, Alcy Cheuiche, Luiz Gonzaga Lopes e Paulo Mendes em bate-papo pelo Dia do Escritor

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O 25 de julho foi escolhido como o Dia Nacional do Escritor pelo ex-ministro da Educação e Cultura Pedro Paulo Penido, em 1960, para homenagear o ofício. A escolha se deveu à realização, nesta data, do I Festival do Escritor Brasileiro, da União Brasileira de Escritores. Sintonizado com os escritores desde 1895, o Correio do Povo promoveu na segunda, 25, um papo com escritores, mediado pelo editor Luiz Gonzaga Lopes. Participaram da conversa realizada no Café À Brasileira (Uruguai, 310), os autores Gustavo Melo Czekster, Alcy Cheuiche e Paulo Mendes, das “Campereadas”.

A prosa versou sobre narrativas curtas. No começo da “charla”, Alcy Cheuiche falou de um texto das “Mil e uma Noites” que ele utiliza nas suas oficinas de contos, sobre o Califa de Bagdad, Harun al-Rashid. “Esta história é maravilhosa. No fim, o grande personagem é um soldado da Guarda que é condenado à morte e com grande inteligência consegue escapar da morte e ser promovido. Foi escrita nos anos 900 e pode ser lida nos dias de hoje, porque há um equilíbrio entre três pontos fundamentais da narrativa: personagem, ambiente e ação. Por que se chama conto? Tem que saber contar histórias”, ressaltou Cheuiche. 

Sobre a força do gênero conto, Gustavo lembrou de Edgar Allan Poe e a busca pelo efeito no leitor. “Relendo alguns contos russos, li Tolstói: ‘Quanta Terra Precisa um Homem’. Que conto genial. Um homem passa a vida inteira acumulando terras. Ele resolve passear por toda a terra e na volta, morre. No fim, ele necessita três palmos de terra. Em tempos imediatos as pessoas querem algo que as toque, isto é o que diferencia o conto de outras narrativas. Paulo Mendes lembra que o gênero crônica o escolheu. “O Caderno Rural do jornal voltou em 2009, fui convidado a escrever as Campereadas e estou até hoje. São 670 crônicas. O meu efeito no leitor é a emoção. O narrador é sempre um


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895