"Sintonia": Da quebrada às telas

"Sintonia": Da quebrada às telas

Marcos Santuario

Terceira temporada de "Sintonia" está disponível na Netflix desde 13 de julho

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Foi no dia do rock, 13 de julho, que a terceira temporada da série brasileira “Sintonia” entrou no catálogo de streaming da Netflix. Ao chegar até aqui, a série, produzida pelos irmãos Gullane e coproduzida por KondZilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga, tem mostrado sua aposta certa nas atuações reveladoras de Christian Malheiros, Jottapê e Bruna Mascarenhas nos papéis principais. E eles marcam também com “sintonia” o encontro na tela.

Os dramas pessoais, sociais, políticos, econômicos, espirituais e até artísticos que envolvem os personagens, os colocam em meio a situações chocantes e arcos emocionantes para cada um deles. Doni, Nando e Rita representam algo do universo jovem daquela parte de São Paulo que, tirando as questões muito localizadas, podem encontrar empatia na vida de jovens espalhados pelos médios e grandes centros do Brasil. Claro que, para o bem da trama, e da vida, surgem novos personagens a cada temporada. E o final? Não dá para adiantar, é lógico.

A amizade que une o trio é a chave para o avançar de cada um deles, que foram criados juntos na “quebrada de São Paulo”. Seus sonhos os levam para universos diferentes, mas sempre acabam se encontrando, para festejar conquistas ou resolver situações delicadas. Momento intenso quando refletem que a realização de sonhos não tem permitido que sejam o que desejariam. Contraditório, paradoxal e absolutamente real.

O cenário da nova temporada segue rodeado por música, drogas, poder e religião. A jovem Rita se prepara para concorrer à vaga de vereadora com o apoio de sua congregação. Doni, por sua vez, luta para manter-se relevante no cenário musical, logo após ter alcançado o topo das paradas no funk. E Nando começa a questionar seu papel no universo do tráfico de drogas, quer largar a vida de crime, depois de se tornar um dos criminosos mais procurados do Brasil.

Aliás, o Nando, vivido pelo talentoso Christian Malheiros, é a imagem da busca de redenção e liberdade. Não é fácil para nenhum dos três. Como não é fácil para a maioria dos jovens que buscam por seus sonhos e ideais, apesar das adversidades de suas condições de vida. É o real, com toque de arte.

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895