Gasolina

Gasolina

Leite defendeu o aumento do ICMS para gasolina, dos atuais 17% para 25%

Guilherme Baumhardt

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Gasolina I
Eduardo Leite disse inúmeras vezes durante a campanha que trabalharia para reduzir impostos e carga tributária. Não foi por acaso. O mesmo questionamento foi feito insistentemente porque gato escaldado tem medo de água fria e cachorro picado por cobra tem medo de linguiça. O passado do governador traz alguns episódios em que a fala apontava para um lado, mas a prática seguiu para outro.

Gasolina II
Em um evento recente, o governador voltou a contrariar o que disse o candidato. Leite defendeu o aumento do ICMS para gasolina, dos atuais 17% para 25%. Sim, trata-se de um movimento nacional. Mas se quiser manter o que disse na campanha, só há um caminho: reduzir a carga em outros produtos, para compensar o bolso do pagador de impostos. Quero estar errado, mas não vejo este movimento no horizonte. Se algo assim não acontecer estaremos diante de um puro e simples aumento de carga tributária.

Dino da Maré I
Imagine uma das mais violentas áreas do Brasil. Um local em que a guerra pelo controle do tráfico de drogas é permanente, que tem bandidos com armamento pesado. Uma região em que conflitos são corriqueiros, com tiroteios e mortes. Estamos falando do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, uma zona em que a polícia só entra depois de muito planejamento, com veículos blindados, coletes balísticos e armas de grosso calibre. Pois bem, o ministro da Justiça, Flávio Dino, participou de um evento no local, chegando em um carro discreto, com baixo aparato de segurança.

Dino da Maré II
A pergunta era óbvia: o que foi fazer na Maré o ministro que tem, por exemplo, a Polícia Federal sob sua alçada? Vamos além: como alguém com tamanha importância chega ao local de “peito aberto”, sem um grande aparato de segurança? Não vou entrar aqui no que corre nos bastidores, mas parece um tanto óbvio que houve algum tipo de acerto com aqueles que comandam a região para explicar uma chegada assim, tão tranquila.

Dino da Maré III
Cobrado pela imprensa e pela opinião pública, Dino veio com a discurseira de sempre. Falou em “extrema-direita bolsonarista”, citou a velha e surrada luta de classes (a imensa maioria das críticas faziam a ressalva de que os moradores da região são pessoas dignas e, evidentemente, reféns da violência que impera no local) e publicou uma foto do evento do qual participou (uma quermesse de igreja do interior reuniria mais gente). O caso ainda carece de mais explicações. Enquanto isso, a indignação ferve dentro das polícias.

Piadas
Logo depois que o caso “Dino na Maré” veio à tona, surgiram inúmeros memes (piadas na internet) tratando do assunto. Um deles mostrava uma montagem em que três policiais estavam lado a lado, todos com o rosto de Flávio Dino. A legenda: “Para garantir segurança, polícia usará máscaras de ministro em incursões nas comunidades”. Outro gaiato escreveu: “Flávio Dino foi a um morro carioca para falar aos traficantes sobre a importância do recadastramento de armas”. É rir para não chorar.

Tática comunista
Tão logo surgiram denúncias de trabalho “análogo à escravidão” em propriedades rurais Brasil afora, já apareceram movimentos defendendo a expropriação das terras daqueles que foram alvos das denúncias. Ainda que existam problemas a serem corrigidos, a cada dia fica mais evidente que há um elevado grau de exagero e que más condições de trabalho e episódios pontuais foram empurrados à força para dentro de um conceito bastante elástico. A turma tem método. Começa assim: primeiro são os movimentos ditos sociais. Depois, a ideia ganha corpo no Congresso, até que a pauta chegue ao Supremo Tribunal Federal. Felizmente há sinais de reação e demonstração de força. A criação de uma CPI para investigar o MST, iniciativa do deputado federal tenente-coronel Zucco, já conta com um número mínimo de assinaturas.

Aliás...
Não seria surpresa se uma Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar o MST chegasse aos atos do dia 8 de janeiro. Explico: o Mensalão foi conhecido e desvendado por um escândalo que começou nos Correios. A primeira CPI instalada à época levava justamente o nome da estatal. Com o passar do tempo e com o andamento das investigações, o novelo foi sendo desenrolado até a descoberta do esquema de compra de votos no Congresso.


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