Nosso Peter Pan
Boulos é o sujeito que se recusa a crescer
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O Brasil tem seu Peter Pan. Guilherme Boulos, líder do MTST, candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo, é o nosso garoto que não envelhece. Na semana que passou, uma horda liderada pelo “Lula genérico” resolveu invadir a Bolsa de Valores de São Paulo (conhecida hoje como B3). Tenho pena daqueles que são usados como massa de manobra pelas lideranças do grupo.
Tal qual o personagem criado pelo escritor escocês James Matthew Barrie, Boulos é o sujeito que se recusa a crescer (qualquer semelhança talvez não seja mera coincidência). Peter Pan é uma espécie de guardião da Terra do Nunca. No teatro e na animação eternizada pelos estúdios Disney, Peter Pan é perseguido pelo Capitão Gancho. Gancho talvez seja a representação do capitalismo, o mal em carne e osso.
Não se tem notícia de que alguém trabalhe na Terra do Nunca. Peter Pan usa um pozinho mágico, fornecido por uma fada chamada Sininho. O pó faz as crianças voarem. Boulos não usa pó, mas lê Marx e acredita na “mais valia”. Assim como pessoas não voam (exceto em aviões, foguetes e similares), a “mais valia” não passa de um devaneio criado por Marx, sujeito que, segundo o biógrafo francês Francis Wheen, não usava “substâncias”, mas era afeito a prazeres etílicos.
Na Terra do Nunca ninguém cresce, ninguém trabalha. Para muitos é uma espécie de metáfora para uma eterna infantilidade, uma recusa ao amadurecimento, à implacável marcha do tempo, ao impiedoso avanço das horas, dos dias, do tempo. Ou seja, envelhecer. Para a maioria, envelhecer é, também, amadurecer. Amadurecer significa assumir responsabilidades, entender que dinheiro não dá em árvore e descobrir que o trabalho engrandece o homem e é o grande motor da sociedade como a conhecemos hoje. É a ambição (boa e não desmedida) que move desde cientistas até carregadores de malas.
Nosso Peter Pan diz que defende o carregador de malas, mas faz de tudo para que ele não possa voar. Talvez o maior desejo de um carregador de malas seja um teto para chamar de seu. E isso só é possível quando o direito à propriedade privada é respeitado. Para conquistar isso ele precisa de um trabalho. Ao invadir o que não é seu, Boulos esquece Peter Pan e se comporta como o Tic Tac, o crocodilo que já levou o relógio do Capitão Gancho e não vê a hora de engolir o resto.
Prevent Senior I
Recomenda-se cautela no caso Prevent Senior. A operadora de planos de saúde entrou no olho do furacão do Circo Parlamentar de Inquérito da Covid (que alguns insistem em chamar de CPI). Uma investigação bem conduzida por Polícia Civil ou Ministério Público seria bem-vinda e poderia trazer respostas importantes. Do Senado, não espero nada. Até agora, alguns elementos – que reduziriam a pressão sobre a empresa – ganharam pouco destaque na imprensa. O principal deles: a munição usada por alguns parlamentares teria sido produzida por gente carregada de rancor, alguns ex-funcionários da Prevent Senior, inclusive. A conferir.
Prevent Senior II
Uber condenada