Cresce o desafio de Trump

Cresce o desafio de Trump

Presidente dos Estados Unidos se encontra em desvantagem em relação ao seu oponente Joe Biden

Jurandir Soares

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Na eleição de 2016, Donald Trump chegou ao pleito com uma desvantagem de cerca de oito pontos percentuais com relação a sua oponente Hillary Clinton, de acordo com o somatório das pesquisas. Surpreendentemente, ele conseguiu reverter o quadro e sair vencedor, em função do sistema eleitoral norte-americano que é baseado no Colégio Eleitoral. Perdeu no voto popular, mas, levou por ter a maioria de delegados. Lembrando que quem vence num estado leva para o Colégio Eleitoral todos os delegados daquele estado.

Estando agora a 24 dias da eleição, Trump se encontra numa situação semelhante ou pior. Pesquisas do jornal USToday e do site Five-Thirty-Eight apontam 9,5% de vantagem para o democrata Joe Biden. O Instituto Rasmussen, considerado de tendência republicana, aponta Joe Biden com 52% e Trump com 40%, ou seja, 12% a favor do democrata. E a pesquisa da rede CNN, esta de tendência anti-Trump, aponta 16% a favor de Biden. Somam-se a isto os números das pesquisas realizadas após os debates de Trump com Biden e dos candidatos a vice, Mike Pence e Kamala Harris, os quais apontaram também melhor desempenho dos democratas.

Para a quinta-feira, 15, estava programa mais um debate entre os candidatos à presidência. A comissão eleitoral decidiu fazê-lo de forma virtual, por precauções devido à pandemia, e Trump se recusou a participar. Só aceita o debate se for frente a frente, o que poderá ocorrer no que está programado para o dia 22. Trump confia muito na sua astúcia, sua intervenção enquanto o oponente está falando, e essa será, possivelmente, sua derradeira oportunidade de mudar o quadro presente. Não será fácil porque os acontecimentos do país não o favorecem. Trump minimizou a pandemia e acabou pegando Covid-19, o que deu munição a Biden para criticar sua condução no combate à pandemia, o fato de não usar máscara, e responsabilizá-lo pelas mais de 210 mil mortes. E para complicar o quadro vieram os protestos raciais e a queda brusca na economia. Aliás, na economia é onde Trump sempre desfrutou a maior confiança do eleitor. E este é um setor em que ele deverá fundamentar sua argumentação neste momento derradeiro da campanha. E a gente sabe que o “bolso” pesa substancialmente numa eleição. Outro é a política externa. Trump criou dois grandes inimigos, China e Irã, e tem usado o argumento de que Biden não saberá lidar com eles.

Enfim, o desafio está posto. Resta muito pouco tempo para reverter um quadro eleitoral completamente adverso. Os democratas estão com tudo para voltar ao poder. Porém, do fenômeno Trump nada se pode duvidar.

 


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