As Bailarinas
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AS BAILARINAS
A fúria de labaredas
que aos meus passos empresto
não desfaz a pura seda
a seda pura dos gestos.
Uma leve gaivota
dorme tranqüila em meus braços.
Entre uma e outra volta
quer me levar para o espaço.
Um pé no chão outro no céu
sob a clara luz do spot
danço livre entre os véus
São as nuvens o meu dote.
Às vezes brisa nos ramos
ou mansidão de navios.
quando o ritmo me inflama
sou fêmea louca no cio.
Sapateando pelo palco
crio tambores no chão.
São ritmos e sobressaltos
que habitam meu coração.
A rebeldia dos anjos
deixo em cada movimento.
Essa paixão me abrange
me faz mais solta que o vento.
Ai, coração sonoro!
rebentação das marés.
Eu tenho a alma nos poros
e redemoinhos nos pés.