Medicina, estudo e protesto durante duas décadas na Ufrgs
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Médicos e médicas que hoje são destaque em saúde tiveram, entre 1974 e 1990, formaturas diferentes das cerimônias atuais. O fato está relacionado à implantação da reforma universitária durante a ditadura militar e ao início da redemocratização. A turma de 1975 escolheu como paraninfo o professor e ex-diretor Sarmento Leite, falecido 40 anos antes. Os homenageados foram Osvaldo Cruz, Vital Brasil, Carlos Chagas, Adolfo Lutz e Noel Nutel, todos mortos. Na Folha da Tarde, o cartunista Santiago satirizou o episódio (foto ao lado). Em outros anos, o paraninfo foi o prédio da antiga sede da faculdade ou as instituições Santa Casa e Hospital de Clínicas. Em 1979, a Famed/Ufrgs suspendeu a formatura oficial. Os estudantes organizaram solenidade na Assembleia Legislativa. O médico Gilberto Schwartsmann, orador, fez discurso crítico e poético. As histórias são contadas no livro “Beca, Canudo e Protesto: contestação e irreverência nas formaturas da Faculdade de Medicina da UFRGS de 1974 a 1990” (Libretos), da jornalista Elisa Kopplin Ferraretto e do médico e professor Elvino Barros. O lançamento será em 5 de setembro, 10h30min, no Anfiteatro Carlos César de Albuquerque - Hospital de Clínicas (Ramiro Barcelos, 2.350). Além dos autógrafos, haverá encontro das turmas de 1974 a 1990.