Violência X bilheteria

Violência X bilheteria

Marcos Santuario

Samantha Morthon e Tom Cruise em "Minority Report"

publicidade

Tom Cruise está festejando. Seu mais recente lançamento nos cinemas, “Maverick”, a desejada (pelos fãs) sequência de “Ases Indomáveis” já é a maior bilheteria da carreira do ator. Mas 2022 marca também duas décadas do lançamento de uma das ficções científicas que mobilizaram as audiências quando surgiu nas telonas. Longe da temática aventureiro/militar/dramática/romântica de “Maverick”, o filme de 2002 deu um pontapé inicial no novo século colocando em cena um dilema: será correto prender e condenar uma pessoa que pretendia cometer algum crime mas ainda não cometeu? Pois foi essa a premissa que o diretor Steven Spielberg adaptou da obra de Phillip K. Dick para construir a trama de “Minority Report”. No ano do lançamento foi bem recebido pela crítica e público, com avaliação no Rotten Tomatoes de 91% por parte da crítica especializada e 80% do público. 

Com elogiável ritmo, a essência do filme joga luzes sobre privacidade, direitos, livre arbítrio e até que ponto se pode confiar na tecnologia. Ao lado de Cruise, Colin Farrel, Samantha Morton, Max Von Sydow e Steve Harris ajudam a construir uma narrativa de 145 minutos, mas com total capacidade de envolver o público. O ano imaginado era 2054, em que um sistema criado permite que crimes sejam previstos com precisão. Resultado imediato: taxa de assassinatos cai para zero. O problema começa a acontecer quando o detetive vivido por Cruise, um dos principais agentes no combate ao crime, descobre que foi previsto um assassinato que ele mesmo irá cometer em apenas 36 horas. Como pimenta no olho dos outros pode ser colírio, no próprio a ardência não é nada desejada. O possível envolvimento de representante do sistema coloca em dúvida sua reputação ou a confiabilidade do próprio sistema. Fato.

Claro que a tecnologia tem ajuda do sobrenatural: três pessoas com dons especiais, chamados de “Pré-Cogs”, conseguem visualizar assassinatos antes de acontecerem, dando nome da vítima, o do assassino e, com hologramas, a imagem de onde o crime ocorrerá. O título do filme é alusão ao relatório minoritário gerado quando um pré-cog tem visão diferente dos outros dois. Algumas pessoas são presas, culpadas por crimes que não cometeram. Acusação e punição que vem antes do fato consumado. Vai lá, assiste e me fala!


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895