A arrogância francesa
Os estereótipos sobre os franceses confirmam uma arrogância que talvez seja apenas uma primeira impressão estrangeira, mas que eles não fazem nenhuma questão de ser simpáticos, isto é inquestionável.
publicidade
Os franceses são, realmente, arrogantes como já ficou plasmado em qualquer análise que se faça sobre o comportamento do povo conterrâneo de Asterix? Os estereótipos sobre os franceses confirmam uma arrogância que talvez seja apenas uma primeira impressão estrangeira, mas que eles não fazem nenhuma questão de ser simpáticos, isto é inquestionável. E, agora, vem à tona a declaração do CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, referindo-se à carne do Mercosul que “não tinha qualidade sanitária” exigida pelo consumidor francês. Diante da repercussão internacional e, especialmente, aqui no Brasil, veio a retratação, pedido de desculpas e “assunto encerrado”. Mas o estrago já estava feito. É sempre assim. Tal atitude me lembra uma história que faço questão de reproduzi-la nesta coluna. Robert Whiting, um senhor de 83 anos, chegou a Paris de avião. Na alfândega francesa, demorou um bom tempo para localizar seu passaporte na bagagem de mão. “Já esteve na França, senhor?” - perguntou o funcionário da alfândega, sarcasticamente. O sr. Whiting admitiu que já havia estado na França. “Então você deve saber o suficiente para que tenha sempre seu passaporte pronto”, disse o funcionário da alfândega novamente. Ao que o sr. Whiting respondeu: “A última vez em que estive aqui, não precisei mostrá-lo”. O funcionário da alfândega, já com uma voz mais alta, disse: “Impossível. Os americanos sempre precisam mostrar seus passaportes na chegada à França!”. Então Whiting lançou um olhar longo e duro ao francês e explicou em voz baixa: “Bem, quando desembarquei em um navio de combate na praia de Omaha Beach no dia D, em 1944, para ajudar a libertar este país de Hitler, não consegui encontrar um único francês para mostrar-lhe um passaporte”.
De Gaulle calado
O Secretário de Estado de John Kennedy, Dean Rusk, estava na França no início dos anos 1960, quando De Gaulle decidiu se retirar da Otan. De Gaulle disse que queria que todo o exército dos EUA deixasse a França o mais rápido possível. Rusk respondeu: “Isso inclui aqueles que estão enterrados aqui?”.
De Gaulle antipático
Winston Churchill, Bertrand Montegomery e Dwight Eisenhover, líderes da Operação Overlord (invasão da Normandia), não suportavam as exigências de De Gaulle nos preparativos da libertação da França. Uma carta escrita por Churchill e nunca enviada para o próprio De Gaulle só foi descoberta, dezenas de anos depois de 1944, pelo jornal The Guardian. Eram críticas pesadas de Churchill sobre o comportamento de De Gaulle.
Pavio curto
Churchill era um político de pavio curto e não costumava ser muito diplomático em suas observações a respeito de alguns políticos e generais que formavam seu círculo de amizades. Sobre De Gaulle, o primeiro-ministro britânico confessou para alguns oficiais muito próximos: “Não há um pingo de generosidade neste homem”.
Sem sigilo
Foi uma decisão sensata a do ministro Alexandre de Moraes em acabar com o sigilo do inquérito em que o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas são indiciados por tentativa de golpe.
Vazamento preferencial
Havia sigilo, mas boa parte da imprensa já estava publicando detalhes de depoimentos do tal inquérito cercado de todos os cuidados para não haver vazamento. Com preferência para os veículos da Rede Globo.
Mourão manda recado
O senador gaúcho Hamilton Mourão (Republicanos/RS) deu um recado direto para o presidente do STF, Luis Roberto Barroso, na tribuna do Senado, na última terça-feira: “Uma democracia não se faz política com polícia; faz-se, acima de tudo, com justiça, o fim maior do Estado”.
Lira solidário
Os deputados federais já receberam uma orientação do presidente da Casa, Artur Lira. Eles não deverão prestar depoimento à Polícia Federal por discursos feitos na tribuna da Câmara. Na terça-feira, a Procuradoria da Câmara tinha definido o indiciamento do deputado Marcel Van Hatten como uma “afronta” e uma “violação” da imunidade parlamentar.