A expansão do crime organizado

A expansão do crime organizado

Juízes de primeiro grau e desembargadores estão na lista dos crimes investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Correio do Povo

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A Polícia Federal está investigando suposta corrupção que trata da venda de sentenças em seis tribunais de justiça, fato que fez disparar o alarme no Conselho Nacional de Justiça. Os tribunais sob suspeição de fraude são os do Mato Grosso, Tocantins, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo e Maranhão. Juízes de primeiro grau e desembargadores estão na lista dos crimes investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Como se explica um fato tão lamentável como este, agora na mira da Polícia Federal? Em junho do ano passado, o repórter Sandro Barbosa, da Band/SP, já mostrava que o PCC, depois de investir na formação de muitos advogados, preparava-os para concursos públicos, com um objetivo: levar braços da facção para as PMs, Polícia Civil, Polícia Federal, Ministério Público, Receita Federal e Poder Judiciário. Eis aí, um projeto – por enquanto – o qual pode ser classificado de tomada real do poder. Existe reação, é claro, como aconteceu num concurso público para a magistratura, em São Paulo. Nos últimos três concursos, candidatos foram excluídos por suspeita de ligações com o PCC por meio da verificação da vida pregressa e da investigação social. A atual investigação da PF já levou o CNJ a suspender 23 magistrados.

Os afastados

O CNJ, além dos 23 magistrados – 16 desembargadores e sete juízes -, afastou dois servidores do STJ e outros dois estão sendo investigados. Seis magistrados e dois servidores do STJ estão usando tornozeleiras eletrônicas.

Pix e barras de ouro

O pagamento de propinas no TJ/MT se dava por Pix ou por presentes aos magistrados que não se declaravam impedidos de julgar determinados processos. Os presentes e as propinas também eram aceitos em forma de barras de ouro.

Alguns crimes

Entre os crimes investigados há de tudo: lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas. Estamos diante do esplendor do crime organizado, real, verdadeiro no qual qualquer ficção literária seria um conto da carochinha.

Rigor na investigação

O procurador-geral da República, Paulo Gonet pediu que a investigação fique na Corte Suprema para verificar se há ou não o envolvimento de algum membro do STJ com o caso. A PGR quer que quaisquer suspeitas sejam esclarecidas no STF para evitar eventuais argumentos de nulidades dos inquéritos.

Delivery gaudério (1)

A vida moderna disponibilizou o delivery – termo em inglês que define o serviço de entrega de produtos, alimentos a um determinado local, solicitado por um cliente através de algum meio de comunicação, normalmente um celular.

Delivery gaudério (2)

Nos dias atuais, tem havido muito delivery para o atendimento da nossa população carcerária que, como se sabe, tem um eficiente serviço de telefonia celular. Além de pizzas há também a entrega de telefones celulares como reposição para aparelhos danificados.

Delivery gaudério (3)

No entanto, o mais recente delivery ocorreu no último sábado com a execução do Nego Jackson, líder da facção V7. Um detento conhecido como Sapo, líder da facção rival Bala na Cara, matou com sete tiros de pistola o Nego Jackson.

Delivery gaudério (4)

A pistola chegou às mãos de Sapo através de um delivery, entregue na Penitenciária de Canoas 3 (Pecan 3) por um drone, segundo suspeita da Polícia Civil. Nego Jackson estava exatamente na Pecan 3 porque neste presídio existe um sistema de bloqueadores de celulares. Sério???

Não é piada

Não faz muito tempo, um detento em liberdade condicional estava sendo monitorado através de sua tornozeleira. O acompanhamento mostrava um comportamento modelar do apenado. Ele não saía de casa. Na verdade, a tornozeleira estava no pescoço de um galo, morador do galinheiro no endereço do detento.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895