É hora de responsabilidade no combate à pandemia

É hora de responsabilidade no combate à pandemia

Diante das pressões contra as restrições, gestores municipais vão discutir hoje a possível suspensão da cogestão

Mauren Xavier (interina)

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Ao invés de buscar culpados, o momento é de responsabilidade para o enfrentamento efetivo da pandemia no Rio Grande do Sul. A situação já é crítica e os dados do final de semana mostram que a curva não desacelerou e, na Capital, por exemplo, o risco de colapso na rede hospitalar nunca foi tão iminente em quase um ano de pandemia.

A responsabilidade dos gestores será discutida na reunião desta manhã entre o governador Eduardo Leite (PSDB), o presidente da Famurs, Maneco Hassen, e os presidentes das 27 Associações Regionais, além de prefeitos. O encontro será definitivo para a definição de novos protocolos sanitários no Estado e também se o modelo de cogestão será suspenso temporariamente. A suspensão já foi adotada em dezembro passado, quando houve elevação nos casos.

Pelas manifestações de gestores municipais, entre eles o de Porto Alegre, Sebastião Melo, o apelo é para que o sistema seja mantido. A cogestão permite que a cidade possa adotar regras mais amenas em comparação às definidas pelo governo do Estado. A resistência na adoção de restrições severas é forte e vem de várias frentes, como de setores da economia e do ensino. E não teria razão para ser diferente, diante das cenas de aglomerações e de irresponsabilidades vistas nos últimos dias.

A questão neste momento é outra. Medidas mais severas poderão fazer a diferença e até evitar um colapso do sistema. É nesse cabo de guerra de pressões políticas que o governo do Estado decidirá hoje à tarde o mapa definitivo das bandeiras. Ontem, 10 pedidos de reconsideração ao mapa preliminar. Os recursos foram encaminhados pelas regiões que estão em bandeira preta. Ao todo, o mapa preliminar indicou 11 regiões neste estágio.

Mesmo que algum pedido seja atendido, a bandeira preta tem um simbolismo e representa um alerta. Não seria melhor aceitar a gravidade agora do que ter que arcar com o colapso mais à frente?


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