A história ensina: 35 Anos da Constituição Federal de 1988

A história ensina: 35 Anos da Constituição Federal de 1988

Debate foi marcado pela presença de diversas matizes ideológicas, mas com diálogo

Taline Oppitz

Na foto, presidente José Sarney e o presidente da ANC, Ulysses Guimarães

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O projeto “As Memórias de 1988 - Os 35 Anos da Constituição”, série lançada pelo Correio do Povo, neste domingo, para marcar os 128 anos do jornal e os 35 anos da Constituição, conta os bastidores das articulações a partir do relato de protagonistas do episódio. Mais do que isto.

Com base na história, a primeira reportagem evidencia que apesar das mais diversas matizes ideológicas, os muitos homens e poucas mulheres que participaram do processo conseguiram dialogar por um bem maior e comum. Em tempos off-line, sem redes sociais e bolhas radicais, as conversas, o olho no olho, a civilidade e a racionalidade se impuseram para a construção da chamada “Constituição Cidadã”.

O movimento levou ao maior conjunto de normas, direitos e deveres que regem o país, trouxe avanços, deu voz à sociedade civil organizada e consolidou o Estado Democrático de Direito.

Trinta e cinco anos depois, em um país dividido, completamente polarizado, em que adversários se tornaram inimigos e onde posições divergentes não são toleradas e precisam ser aniquiladas, ocorrem articulações em Brasília para a ideia estapafúrdia de tornar o Congresso uma instância revisora de decisões do Supremo.

Não raro, ganha força ainda a defesa de realização de uma nova Constituinte, que seria debatida em um cenário sem racionalidade, sem respeito, e marcado pela esquizofrenia e limitações política e intelectual de parte de seus agentes.

Que tenhamos aprendido com a história. Estes são riscos aos quais o Brasil não precisa ser submetido. 


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