Ao comentar pacote do transporte, Melo fala em plebiscito

Ao comentar pacote do transporte, Melo fala em plebiscito

Em entrevista ao Esfera Pública, prefeito disse querer conhecer a opinião dos usuários sobre o assunto

Taline Oppitz

Situação do transporte complexa e atinge ala considerável da população

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O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), ao comentar as polêmicas que marcam os projetos do pacote do transporte coletivo, que está em tramitação na Câmara, reconheceu que todas as alternativas para fazer frente à crise no setor são difíceis. “As propostas são amargas. Todas elas. Mas atitudes precisam ser tomadas. O sistema do transporte faliu”, disse, em entrevista ao programa 'Esfera Pública', da Rádio Guaíba. Segundo Melo, uma boa alternativa para definir o que deve ser feito pelo governo municipal seria a realização de um plebiscito para consultar a população sobre o tema.

“Para baixar a tarifa e garantir qualidade na prestação dos serviços, a população quer o quê? A retirada gradual dos cobradores? A revisão das isenções? Seria importante conhecer a opinião dos usuários”, afirmou. Ao ser questionado se pretendia levar a ideia adiante, e realizar uma consulta pública, Melo não foi enfático e tergiversou, mas não descartou completamente a iniciativa. Entre as matérias do pacote estão a de revisão das isenções e gratuidades, que terá impacto nos cofres municipais no curto prazo.

Atualmente, 30% dos usuários não pagam passagem, representando o maior índice do país, que tem média de 21%. Se aprovada, a redução no valor da tarifa chegará a R$ 0,21. Também tramitam as propostas de extinção, em quatro anos, dos cargos de cobrador, a redução dos dias de passes livres e a privatização da Carris. A venda da companhia foi avalizada pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que não analisa o mérito, apenas a legalidade do texto. Até aqui, Melo garantiu a aprovação de temas complexos e polêmicos, como a Reforma da Previdência.

A situação do transporte, no entanto, é bem mais complexa e atinge ala considerável da população, não apenas os municipários. Em caso de resistências intransponíveis, apesar da maioria aliada no Legislativo, o plebiscito pode se tornar a carta na manga da prefeitura. 


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