Caso das joias gera apreensão

Caso das joias gera apreensão

No Congresso, oposição faz investidas contra o ex-presidente Bolsonaro. Aliados seguem cautelosos

Taline Oppitz

Em meio ao caso, atuação do ex-ajudante de ordens preso, tenente-coronel Mauro Cid ganha destaque

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Batizada de Lucas 12:2, versículo bíblico que menciona que "nada ficará escondido ou oculto", a operação da Polícia Federal deflagrada na sexta-feira, que tem como alvo transações envolvendo joias recebidas pelo então presidente Jair Bolsonaro, promete novos desdobramentos ao longo da semana.

A apuração visa suposto desvio de joias e presentes dados por autoridades de outros países a Bolsonaro e tensionou o clima no Congresso, especialmente entre aliados do ex-presidente. Diferentemente de episódios como o da vacina, marcado por forte viés ideológico, o cenário relativo às joias tem maior potencial de danos nos campos político e jurídico. Não por acaso, até aqui, bolsonaristas estão cautelosos nas reações e na defesa de Bolsonaro.

Parlamentares da oposição colocaram investidas em prática e esperam a retenção dos passaportes do ex-presidente e de Michelle, assim como a quebra de sigilos telefônico, telemático, bancário e fiscal de ambos. Em meio ao caso, ganha ainda mais destaque a atuação do ex-ajudante de ordens preso, tenente-coronel Mauro Cid. Parte da linha de defesa deve visar seu protagonismo no episódio, com o objetivo de sustentar que Bolsonaro não tinha conhecimento completo das ações.

Definitivamente, até agora, esta é a situação mais delicada enfrentada pelo ex-presidente e também para seus aliados.


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