Crise do transporte se agrava e Carris também atrasa salários

Crise do transporte se agrava e Carris também atrasa salários

Após aprovação da Reforma da Previdência, o tema transporte público é prioridade do governo

Taline Oppitz

Empresas privadas, como Tinga e Trevo, já atrasaram os salários de funcionários

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Com a aprovação em segundo turno da Reforma da Previdência pela Câmara de Porto Alegre, o tema do transporte coletivo entra definitivamente em pauta. O sistema que já vinha enfrentando dificuldades, entre elas a concorrência dos aplicativos, sofreu um brutal impacto durante a pandemia. Em Porto Alegre, a redução no número de usuários foi superior a 50%.

Agora, os índices começaram a reagir, mas a crise ainda é intensa. Empresas privadas já atrasam os salários de funcionários, como Tinga e Trevo, e, agora, chegou a vez da Carris. Uma primeira parcela, de 50% da folha, será paga nesta terça-feira. O restante ainda não tem data definida para depósito. A folha de pagamento da Carris, considerando salários e encargos, é de R$ 4,5 milhões.

As propostas apresentadas até agora pelo governo Sebastião Melo (MDB), como a revisão das isenções e gratuidades, a extinção gradual do cargo de cobrador ao longo de quatro anos, a privatização da Carris e alterações nos modelos e horários dos ônibus, texto ainda em estudo, minimizam, mas não fazem frente ao tamanho do problema. “Sem uma medida mais drástica, o sistema não se mantém até o fim do ano”, afirmou integrante do governo à coluna.

Além dos textos que já tramitam no Legislativo e outros que ainda chegarão à Casa, Melo vem realizando movimentos simultâneos junto aos governos federal e do Estado. Na segunda-feira, o emedebista se reuniu com o governador Eduardo Leite (PSDB) para tratar do tema. A intenção é a de que impostos que tenham reflexos sobre a tarifa sejam reduzidos ou deixem de ser cobrados, mesmo que por tempo determinado.

A articulação, no entanto, representa movimento político necessário, para marcar posição, mas não deve ter impacto na prática, já que União e o governo gaúcho não abrirão mão de receitas. 


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