Decisão do MDB de Porto Alegre gera reações. E só

Decisão do MDB de Porto Alegre gera reações. E só

Apoio do diretório municipal a Onyx muda pouco no cenário das eleições, mas estremece relação com tucanos na Câmara da Capital

Taline Oppitz

MDB de Porto Alegre deliberou sobre indicação de apoio a Onyx na sexta-feira.

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A decisão do diretório do MDB de Porto Alegre, avalizando a que já havia sido tomada pela executiva, e que foi adiantada pela coluna, de indicar os apoios a Jair Bolsonaro e a Onyx Lorenzoni, teve reflexos imediatos.

Na prática, o MDB é um partido rachado desde as discussões sobre as prévias para definir quem seria o candidato do partido ao Piratini. Naquela época, a ala que apoiava Onyx já se movimentava. Nacionalmente, após idas e vindas, o MDB, que lançou Simone Tebet ao Palácio do Planalto, nunca apoiou verdadeiramente nenhum de seus representantes.

Assim como nas eleições de 1994, com Orestes Quércia, e de 2018, com Henrique Meirelles, emedebistas estavam divididos entre candidatos distintos. Neste ano, não foi diferente. Apesar de Tebet, alas distintas do MDB, rachado desde sempre, apoiavam ou Bolsonaro ou Lula.

Ou seja, o maior partido do país não tem a tradição de lançar candidato e quando lança, não o apoia. Assim, e a história é prova disto, se mantém no poder, independentemente do resultado das urnas.

Voltando ao MDB de Porto Alegre, a posição pode ser considerada politicamente simbólica, mas mudará muito pouco ou quase nada o quadro atual. Estas lideranças já estavam com Bolsonaro e com Onyx há tempo, contra, portanto, Eduardo Leite (PSDB), apesar de Gabriel Souza (MDB) ser vice.

 Os reflexos políticos negativos foram imediatos entre lideranças do MDB estadual e do PSDB. Considerando a postura de ala de lideranças tucanas, o relacionamento entre os dois partidos e o governo Sebastião Melo (MDB) na Câmara deve ser afetado.

PSDB reavalia relação

Os reflexos políticos negativos foram imediatos entre lideranças do MDB estadual e do PSDB. Considerando a postura de ala de lideranças tucanas, o relacionamento entre os dois partidos e o governo Sebastião Melo (MDB) na Câmara deve ser afetado.

Presidente do PSDB de Porto Alegre, o vereador Moisés Barboza foi uma das lideranças que reagiu à decisão do MDB da Capital de apoiar Onyx Lorenzoni, mesmo com Gabriel Souza, do MDB, sendo vice de Eduardo Leite (PSDB). Moisés chamou reunião da executiva do partido para este sábado, às 11h, para analisar o tema.

“Lamento que o partido do prefeito Sebastião Melo, na Capital, tenha decidido que nós, do PSDB de Porto Alegre, sejamos seus adversários. Amanhã (sábado) essa é a pauta da nossa reunião entre executiva e vereadores. Éramos, até hoje (sexta-feira), independentes aliados. Amanhã, definiremos nosso novo posicionamento”.

Detalhe: O PSDB tem a maior bancada da Casa alinhada ao governo, com quatro vereadores.

Posição única

Presidente estadual do MDB, Fábio Branco foi às redes sociais reafirmar o apoio do partido a Leite. “Com a responsabilidade de presidir o MDB/RS, reafirmo que o nosso partido aprovou em Convenção Estadual, democraticamente, a aliança que tem com Eduardo Leite como candidato a governador e nosso filiado Gabriel Souza, como vice”, escreveu.

Branco destacou ainda que aos diretórios municipais não é facultada posição diferente. “O MDB gaúcho é um partido que respeita divergências internas, desde que consoantes com a democracia partidária”.


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