Decreto gera revolta no Litoral

Decreto gera revolta no Litoral

Restrições são questionadas por representantes do setor

TALINE OPPITZ

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Com 20 das 21 regiões do Estado classificadas em vermelho, que representa alto risco de contágio para o coronavírus de acordo com o mapa preliminar do Distanciamento Controlado, e oito recursos apresentados ontem, cujos desfechos serão conhecidos hoje, o governo gaúcho terá de lidar com a rebelião que se ensaia. Representantes do setor hoteleiro do Litoral Norte gaúcho estão indignados, segundo reportagem de Aristóteles Junior, da Rádio Guaíba. Com restrições desde março, que levaram a meses de portas fechadas, o setor sente-se ainda mais prejudicado e injustiçado após o novo decreto publicado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) que alterou protocolos de bandeira vermelha do Distanciamento Controlado. Estão em curso articulações visando que o Executivo reveja o decreto, com ameaças de protesto em frente ao Piratini caso Leite não se mostre sensível à situação, classificada como crítica.

Presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes e Similares do Litoral Norte e vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio Grande do Sul, Ivone Ferraz encabeça a reação às restrições impostas pelo governo gaúcho. Entre as medidas de Leite, está a proibição da permanência em locais abertos sem controle de público, como praias, parques e praças, onde são permitidas apenas circulação ou prática de exercícios físicos. “O pessoal está revoltadíssimo. Este último decreto nos pegou de calças na mão”, diz Ivone. Segundo ela, as perdas com o novo decreto podem levar a quebra de 50% em um final de semana. O setor protocolou um pedido ao Piratini para suspender o decreto e espera uma resposta até esta segunda-feira. “Se não baixar na boa, vamos baixar o decreto na marra”, disse a dirigente. “Não vamos fechar as portas e não seguiremos decretos. Se todos desobedecerem, vão fazer o quê? Não vai ter cadeia para todos os donos de restaurantes e clientes. Se vier multa, vamos rasgar”, disse. Segundo dados da secretaria estadual da Saúde, do início da tarde de ontem, a integralidade de leitos de UTI em hospitais privados de Porto Alegre e Região Metropolitana estava ocupada. 


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