Exploração do voto impresso virá com mais força

Exploração do voto impresso virá com mais força

Apesar da derrota na Câmara, Bolsonaro voltar a questionar resultado das eleições no país

Taline Oppitz

Para o presidente, o placar com de 229 favoráveis e 218 contra são prova da desconfiança sobre o sistema

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Aos que tinham dúvidas de que, apesar da derrota da PEC do voto impresso no plenário da Câmara não enterraria a pauta, o presidente Jair Bolsonaro tratou de evidenciar que a bandeira segue, talvez, ainda com mais força. Hoje, um dia após a derrota, Bolsonaro voltou a colocar em xeque os resultados das eleições no país, com ênfase na disputa de 2022, quando tentará a reeleição. Segundo ele, o resultado do placar, de 229 favoráveis e 218 contra, são a prova da desconfiança sobre o sistema. Ocorreram ainda uma abstenção e dezenas de ausências.

Para aprovar a PEC, que altera a Constituição, eram necessários no mínimo 308 votos a favor dos 513 deputados federais. “Hoje em dia sinalizamos para uma eleição, não que está dividida, mas que não vai se confiar nos resultados da apuração'', disse Bolsonaro, na tradicional conversa com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada. Recado mais claro de que o tema seguirá sendo explorado, impossível. O resultado das urnas, será questionado e desacreditado, caso o presidente seja derrotado.

Antes de ser rejeitada pelo plenário, a proposta já havia sido derrotada em duas votações na Comissão Especial que tratava do tema. O foco do Congresso Nacional neste momento, além das reformas, é a votação de textos como a Medida Provisória que reformula o programa Bolsa Família. Além da alteração do nome para Auxílio Brasil, o programa amplia o valor e o número de beneficiados. Não por acaso, iniciativas sociais caem no gosto de parlamentares com a proximidade do calendário eleitoral. O tema do chamado fundão, recorde neste ano, com R$ 5,7 bilhões para financiar as disputas do ano que vem, mas que ainda depende de sanção, também mobiliza o Planalto, partidos e parlamentares. 


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