O presidente Lula classificou, nesta terça-feira, a Operação Contenção, que deixou 121 mortos, no Rio de Janeiro, como uma “matança” e “desastrosa”. Segundo o petista, o governo federal irá investigar a operação e seu desfecho. As falas de Lula foram dadas em entrevista a veículos internacionais, em Belém, e são as mais duras emitidas por ele, contra a operação, até agora. Lula destacou ainda que a operação foi desastrosa.
As manifestações deflagraram reação da oposição e intensificaram o embate político, que havia arrefecido. As falas de Lula ocorreram no dia em que o governo, após o vexame na CPMI do INSS, obteve êxito nas articulações para emplacar o presidente da CPI do Crime Organizado, no Senado.
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A comissão foi um dos reflexos da Operação Contenção, a mais letal da história do país. O senador Fabiano Contarato (PT) comandará o grupo. O vice será o senador gaúcho Hamilton Mourão (Republicanos), e o relator, Alessandro Vieira (MDB). O placar, de seis votos a cinco, que elegeu Contarato, e deixou Mourão na vice, é um termômetro do que está por vir.
"Não permitirei que o debate sobre segurança seja sequestrado por discursos fáceis e populistas. O combate ao crime organizado exige seriedade e inteligência, não pirotecnia", disse Contarato, após ser confirmado na presidência.
A tarefa será praticamente impossível, considerando a pauta em si, da segurança, que tradicionalmente estabelece uma guerra de narrativas e amplia as divergências entre os campos ideológicos distintos, a contaminação eleitoral, e os escolhidos como titulares. Entre eles, Flávio Bolsonaro (PL), Magno Malta (PL), e Marcos do Val (Podemos), pela oposição, e Otto Alencar (PSD), Jorge Kajuru (PSB), e Angelo Coronel (PSD), da base.
Leite será convidado para falar na CPI
O governador Eduardo Leite (PSD) será convidado para falar na CPI do Crime Organizado. O relator Alessandro Vieira listou 11 governadores e seus secretários de Segurança para serem ouvidos.
Serão convidados os representantes dos estados mais e menos seguros do país, de acordo com indicadores do Ministério da Justiça e do Fórum Nacional de Segurança Pública. Entre os mais seguros, aparece o Rio Grande do Sul, ao lado do Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal. Entre os considerados menos seguros estão Amapá, Bahia, Pernambuco, Ceará e Alagoas.
