Famurs: vinculação de atividades e aulas é chantagem

Famurs: vinculação de atividades e aulas é chantagem

Manifestação foi feita pelo presidente da federação em relação à posição do governador Eduardo Leite

Taline Oppitz

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O anúncio do governo do Estado sobre um novo decreto, que permitirá a liberação de mais atividades no Rio Grande do Sul a partir da próxima semana, como eventos de maior porte, colocou, mais uma vez, a Famurs em posição crítica e divergente do Piratini. O mesmo já havia ocorrido na divulgação do calendário de retomada, em etapas, das aulas presenciais. As regras para a volta de atividades como as culturais, feiras e shows serão válidas para municípios que se localizam em regiões com bandeira laranja, com médio risco de contaminação, ou amarela, de baixo risco, há pelo menos duas semanas consecutivas.

O governo vinculou, classificando como “obrigação”, no entanto, a liberação de eventos apenas em municípios que já tenham estabelecidos os protocolos sanitários essenciais ao retorno às aulas. “Temos uma prioridade na questão das liberações. Faremos a liberação para eventos somente em municípios nos quais as aulas presenciais já estiverem retornando. Não faz sentido haver liberação de eventos sem ter havido o retorno das aulas. É importante priorizar o ensino, a aprendizagem de nossas crianças e jovens, em relação a outros tipos de atividades”, disse Leite, em manifestação na terça-feira.

O presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, classificou a posição sustentada pelo Executivo como chantagem. “O movimento do governo é uma chantagem com as prefeituras e com os produtores de eventos. Se neste setor há condições sanitárias seguras de retorno, e, nas escolas não, porque condicionar?”, questionou o dirigente em entrevista ao programa ‘Esfera Pública’, da Rádio Guaíba. Segundo Maneco, o tema será a principal pauta de assembleia da Famurs, marcada para a próxima terça-feira. 

Mobilização e ação na Justiça, se necessário

Faltando duas semanas para o retorno às aulas presenciais da rede estadual, prevista para o dia 13, professores e funcionários de escola se mobilizam para impedir a volta. O Cpers aposta na organização de sua base e no apoio da sociedade para pressionar prefeitos, vereadores e candidatos visando demover o governo do cronograma proposto. No dia 8, o sindicato, que lançou o slogan “Escolas Fechadas, Vidas Preservadas” realiza assembleia geral extraordinária, pela primeira vez em meio digital, para consolidar a posição contra o retorno. Se não houver recuo do governo, o caminho será a Justiça.


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