Guinada forçada: ministro recua e auxílio segue firme

Guinada forçada: ministro recua e auxílio segue firme

Na queda de braço entre Bolsonaro e Guedes, proximidade com o calendário eleitoral é fator decisivo

Taline Oppitz

Após dia de crise, juntos, presidente e ministro tentaram minimizar os danos

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Após um dia tenso no mercado financeiro, da debandada no Ministério da Economia e de rumores de que Paulo Guedes deixaria o comando da pasta, nesta sexta foi realizado movimento na tentativa de minimizar a crise. Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, Guedes se pronunciou sobre o pagamento do auxílio que levará ao furo do teto de gastos. “Nós preferimos um ajuste fiscal menos intenso e um abraço no social um pouco mais longo”, disse o ministro, após reunião a portas fechadas com o presidente.

Na prática, o movimento do Planalto significa que o peso político da iniciativa, visando as eleições de 2022, venceu a batalha com a área econômica e as regras fiscais. Não é a primeira vez que se estabelece uma queda de braço entre as vontades e interesses políticos e econômicos. Em algumas, Guedes levou a melhor. Desta vez, foi diferente e a proximidade cada vez maior do calendário eleitoral pode ser considerado um fator decisivo para o desfecho. Guedes destacou que entende seus ex-subordinados, mas defendeu equilíbrio entre os interesses das alas política e econômica. “Detesto furar teto, mas não estamos aqui só para tirar 10 no fiscal”, disse. 


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