IPE Saúde: Com a palavra, os sindicatos

IPE Saúde: Com a palavra, os sindicatos

Frente dos Servidores Públicos cobra promessas de campanha do governador e afirma não ter enviado sugestões a nova proposta

Taline Oppitz

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A Frente dos Servidores Públicos, coletivo que reúne os sindicatos e as associações de servidores públicos estaduais, como Cpers, Ugeirm e Sintergs, afirmam que não enviaram nenhuma proposta ao governo para ser incluída no texto do IPE Saúde. O projeto, que englobou sugestões de bancadas e entidades, será apresentada terça-feira aos aliados. Em nota à coluna, a frente diz que “rechaça e repudia os termos da proposta apresentada ou qualquer uma que implique em aumento de contribuição para os servidores”.

O texto afirma ainda que o governador Eduardo Leite ou seus representantes até agora não cumpriram com a promessa de campanha de estabelecer uma mesa de negociação permanente para discussão da pauta salarial. A nota relembra que o vice Gabriel Souza, também na campanha, garantiu que não haveria aumento de alíquota ou cobrança dos dependentes. Os sindicatos mencionam também que segundo dados da Cage, o governo deve mais de R$ 356 milhões em precatórios e RPVs retidos ao IPE Saúde, situação que “reforça nossa posição de que essa crise foi deliberadamente fabricada pelas últimas administrações. Somando o patrimônio imobiliário e as contribuições paritárias de pensionistas (foram pagos valores nominais sem juros e correção), o conjunto da dívida real do Instituto com os servidores aproxima-se de cerca de R$ 1 bilhão”.

A nota ainda faz ameaças, sustentando que não serão aceitos descontos de nenhum centavo a mais nos contracheques e que os servidores irão até às últimas consequências para a manutenção e o fortalecimento de um IPE Saúde sustentável.

Pois bem. Sobre o IPE Saúde: deputados e entidades, especialmente médicas, têm saídas distintas para tentar fazer frente à crise do instituto. Algumas delas são similares e convergentes. Em meio a uma pauta tão delicada e complexa, no entanto, um entendimento conta como unanimidade: algo precisa ser feito, com urgência, para que o IPE Saúde siga funcionando. Além de prestar bom atendimento, o plano precisa ser atrativo para os usuários e para os médicos. Em abril, em apenas 26 dias, mais de 300 médicos se descredenciaram do IPE apenas em Porto Alegre. Neste cenário, se cada uma das partes não ceder um pouco, os dias do IPE podem estar contados.


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