Março preto, de luto

Março preto, de luto

Rio Grande do Sul começa o mês com avanço de casos

Mauren Xavier (interina)

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Começamos o mês de março com bandeira preta em todo o Rio Grande do Sul, o que deverá seguir, no mínimo, até o próximo domingo. Depois, dependerá dos dados e do comportamento coletivo. No final de semana, Porto Alegre ultrapassou a marca de 100% da ocupação de leitos de UTI.

O governador Eduardo Leite, ao ser questionado sobre o que seria o colapso da saúde, disse que era uma “zona cinza”, em função da atualização constante da situação. Mas nesse momento, a zona não é mais cinza. Ela é preta. Preta como o mapa do Distanciamento Social. É preta de luto. Luto pelas mais de 12 mil vidas perdidas apenas no Estado, pelas milhares que ainda enfrentam as sequelas e por aquelas mortes que infelizmente ainda vão ocorrer. Luto porque, antes de melhorar, a situação ficará mais grave.

“Ainda vamos observar uma piora importante nos próximos dias. Isso significa que precisamos cuidar mais ainda. Lembrem que as medidas começam a mostrar seu efeito em duas a três semanas”, detalhou ontem a reitora da UFCSPA, Lucia Pellanda. Em outras palavras, não será apenas a primeira semana de março que será crítica, mas o mês inteiro. O panorama é agravado ainda pela circulação da nova cepa do vírus.

Gostaria de usar esse espaço para falar sobre as articulações do governo, dos projetos e de negociações. Mas, neste momento, não há outro ato mais “político” do que defender a vida. Não com desinformação ou com fórmulas salvadoras. Elas já se mostraram ineficientes. Inclusive, no próximo dia 10 de março, completará um ano a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Rio Grande do Sul. 


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