Pé no acelerador para 2022

Pé no acelerador para 2022

Decisão de Fachin amplia discussão sobre o pleito do próximo ano

Mauren Xavier (interina)

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A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, de anular, de maneira monocrática, todas as condenações do ex-presidente Lula, tornando-o elegível, representa, de modo figurativo, o pé no acelerador rumo às eleições 2022. Se o debate sobre a sucessão na presidência da República vinha sendo antecipado, inclusive com algumas pré-candidaturas nas siglas de todo o espectro político, a discussão agora tende a se acirrar e atropelar o debate. Isso porque a decisão traz uma série de efeitos no tabuleiro político que vinha se formando.

Enquanto partidos e aspirantes vinham debatendo a necessidade de uma terceira via, como o discurso adotado pelos governadores tucanos Eduardo Leite e João Doria, a possibilidade de Lula ser candidato em 2022 reacende a polarização com o presidente Jair Bolsonaro. Os dois adversários se conhecem, assim como as suas estratégias. Logo, a decisão de Fachin pode ser considerada boa para ambos.

O atual presidente, que ainda está sem partido, construiu boa parte da sua base eleitoral atacando o PT e Lula. E com o retorno de Lula ao debate, essa narrativa tende a ser recuperada. De qualquer maneira, mesmo que a decisão de Fachin venha a ser derrubada, o impacto já foi provocado no tabuleiro. E há muitas movimentações à frente.

Infelizmente, esse movimento de antecipação eleitoral de 22, levando em consideração o momento crítico no país, tende a ser prejudicial no (des) controle da pandemia.


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