Pesquisas eleitorais em xeque e no alvo
Para além do Congresso, onde corre pedido de abertura de CPI, demais órgãos também devem investigar institutos
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Às vésperas do segundo turno das eleições gerais deste ano, uma das mais polarizadas dos últimos tempos e com impacto direto nas disputas regionais, o cenário se torna ainda mais polêmico e complexo devido aos resultados discrepantes apresentados pelas pesquisas de intenção de voto. Independentemente dos resultados das urnas, institutos e seus levantamentos estão, mais do que nunca, em xeque. Há pedidos de criação de CPIs no Congresso e em assembleias legislativas e desdobramentos simultâneos.
Nesta quinta-feira, os associados do Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (Camp) divulgaram nota manifestando preocupação com iniciativas e propostas que “tenham o objetivo de censurar, criminalizar e restringir de alguma forma a divulgação de resultados e estudos de aferição da opinião pública, intenção de voto e manifestação política dos eleitores brasileiros”. Segundo o texto, as atividades, realizadas principalmente, mas não exclusivamente, por institutos de pesquisas, são amplamente reguladas e fiscalizadas por lei e resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A nota menciona ainda os direitos e garantias individuais da Constituição. “O caminho para o fortalecimento da Democracia não passa por censura”, diz trecho da manifestação, que defende a realização das pesquisas de acordo com critérios metodológicos e estatísticos e por amostragem. Na mesma data de divulgação da nota, nesta quinta-feira, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu inquérito administrativo para investigar institutos de pesquisa. O órgão, apesar de não ser sua prerrogativa, irá analisar a possibilidade de conduta coordenada e infração à ordem econômica e à lei de concorrência, envolvendo o primeiro turno da corrida presidencial.
Em tempo: os impactos não são apenas no mercado, mas também eleitorais e, têm sim, influência sobre ala da população. É fato que pesquisas registraram um quadro do momento, mas casos recentes evidenciam que institutos e seus métodos precisam ser modificados.