PSDB aposta em discurso de união em meio à polarização

PSDB aposta em discurso de união em meio à polarização

Com Eduardo Leite na presidência, partido tenta se reerguer. Evento foi marcado pelo retorno de Aécio Neves

Taline Oppitz

Eduardo Leite e Aécio Neves durante o evento do PSDB

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O PSDB nacional, sob o comando do governador gaúcho Eduardo Leite, apresentou, em evento nesta quinta-feira, em Brasília, o resultado dos encontros regionais que ocorreram em todo o país. O objetivo, segundo Leite, é a construção de agenda para o país, depois da polarização política que dividiu os brasileiros.

“É necessário parar de procurar culpados. Precisamos de soluções para os problemas do país”, disse Leite durante o último encontro regional do partido, realizado na sexta-feira passada, em Natal, no Rio Grande do Norte.

No ato desta quinta-feira em Brasília, foi divulgado vídeo institucional do PSDB que evidencia a linha a ser seguida pelo partido nas próximas eleições, especialmente nas municipais de 2024, e nas gerais, de 2026. O vídeo, de pouco mais de dois minutos, mostra imagens de diversas regiões brasileiras, destaca a pluralidade do povo brasileiro, de seus costumes e suas crenças.

O jingle sustenta a necessidade de união, respeito e esperança, com frases como “um só Brasil”, refrão da música. A estratégia é a de viabilizar espaço em meio a uma polarização profunda que marca o cenário político e que teve seu ápice nas últimas eleições à presidência da República, em 2022.

Leite assumiu o comando do PSDB nacionalmente no início deste ano com o desafio de, na prática, ressuscitar e reinventar o partido. Acostumado ao protagonismo, no Planalto e em polarizações históricas com o PT, o PSDB amarga agora papel pífio e luta para se reerguer e voltar ao jogo.

O retorno de Aécio Neves

O evento tucano, em Brasília, contou com a presença de liderança dos velhos tempos, que acabou roubando a cena: Aécio Neves. Atualmente deputado federal, Aécio foi o candidato de uma das eleições mais disputadas entre PSDB e PT, em 2014. Dilma Rousseff saiu vitoriosa e foi reeleita com 51,64% dos votos válidos, contra 48,36% de Aécio.

De lá para cá, Aécio enfrentou crises deflagradas por denúncias e investigações, incluindo na Lava-Jato, foi ameaçado de expulsão do partido e caiu no ostracismo. Agora, ao que tudo indica, está fardado para voltar à vitrine, com papel de destaque. Aécio ouviu desagravo no discurso de Leite e foi ovacionado no encontro.


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