Seis meses depois, tragédia gaúcha ganha reprise na Espanha
Rio Grande do Sul e Valência, local mais afetado na Espanha, representam apenas dois de uma série de locais que foram atingidos por eventos climáticos extremos em 2024
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Nesta sexta-feira se completaram seis meses das enchentes históricas que atingiram o Rio Grande do Sul e mataram 183 pessoas. Enquanto o Estado foca no chamado período de reconstrução e ainda convive com pessoas em casas provisórias, o mundo assiste a inundações sem precedentes na Espanha após a “tempestade do século”.
Nesta sexta-feira, quatro dias após a tragédia por lá, já eram mais de 200 mortos e ainda havia centenas de desaparecidos. Os dois episódios guardam similaridades e as comparações entre eles são inevitáveis. No Rio Grande do Sul, o período de chuvas foi bem mais extenso, assim como a duração das inundações. Na Espanha, choveu durante aproximadamente oito horas o equivalente ao esperado para um ano inteiro.
Lá, como aqui, a tragédia escancara o melhor e o pior de nós. Como o indispensável e incansável trabalho voluntário e os saques que levam parte das forças policiais e do Exército a atuarem na segurança, enquanto poderiam salvar vidas.
O Rio Grande do Sul e Valência, local mais afetado na Espanha, representam apenas dois de uma série de locais que foram atingidos por eventos climáticos extremos no Brasil e no globo em 2024, que ainda está a dois meses do final. Foram secas, incêndios, terremotos, tufões, entre outros fenômenos ainda mais agressivos do que alertas indicavam.
Há décadas, a preservação ganha os discursos, mas segue tímida na prática. A questão que não pode ser ignorada é a de que a conta, que muitos pensavam, chegaria apenas para as futuras gerações, está sendo cobrada agora. E com juros.