Sem discurso e com lágrimas, Adolfo Brito antecipa críticas

Sem discurso e com lágrimas, Adolfo Brito antecipa críticas

Novo presidente da Assembleia Legislativa terá a irrigação como foco de sua gestão. O tema, contudo, gera um debate complexo com a pauta do meio ambiente

Mauren Xavier

O ex-governador Jair Soares, correligionário de Brito, prestigiou a posse

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Poucos políticos optam por deixar o discurso de lado em momentos emblemáticos. Afinal, a ideia é seguir o protocolo e apresentar a sua mensagem da maneira mais correta. Porém, em alguns momentos, deixar o discurso de lado pode ser o melhor. Com a experiência de oito mandatos como deputado estadual e o traquejo de quem ocupou muitas vezes a tribuna da Assembleia, Adolfo Brito (PP) deixou o papel de lado.

Em cerca de 20 minutos, em uma das falas mais enxutas que presenciei, ele deixou a sua mensagem. Em alguns momentos com a voz embargada de emoção, especialmente quando falou da família e da responsabilidade de ser um político, o progressista afirmou que não quer “passar em vão” o período que estará na presidência da Casa, quando terá que responder pelos outros 54 colegas de plenário. Disse que a política deve ser feita como um jogo limpo, dá para fazer ou não. Ao demonstrar respeito pelo cargo que ocupará pelos próximos 12 meses, enfatizou: “Não queremos envergonhar o Parlamento. E o RS precisa virar chave”.

Em uma solenidade prestigiada, com a bênção do ex-governador Jair Soares (PP), que interrompeu as férias para estar presente, Brito assume com o desafio de promover uma discussão complexa. Tendo como bandeira a irrigação, tema que gera embates, o presidente demonstrou que reconhece as críticas sobre o assunto e se antecipou, tanto no discurso como na coletiva. Afirmou que a ideia da proposta não é agredir o meio ambiente, mas auxiliar os agricultores, um dos grupos afetados. Antecipou ainda que irá promover discussões com todas as esferas e grupos envolvidos para a construção de um projeto possível. Não será tarefa fácil.

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