Sem luz: 68 horas depois

Sem luz: 68 horas depois

Dias após a tempestade que devastou a cidade, 240 mil pontos seguem sem energia

Mauren Xavier

Em coletiva, CEO do Grupo Equatorial, Riberto Barbarena reconheceu dificuldades

publicidade

Final da tarde desta sexta-feira, praticamente 68 horas depois do temporal que atingiu o Estado, e quase 240 mil pontos seguiam sem energia nas áreas de concessão da CEEE Equatorial e RGE Sul, segundo o boletim do governo do Estado. Sessenta e oito horas.

Na Capital, a ausência de informações resultou em diversos protestos, que vinham ganhando força desde a quinta-feira. A reação, especialmente daqueles que não têm alternativa, é mais do que justificada. Para agravar a situação, além da falta de luz, o abastecimento de água seguia comprometido, as temperaturas aumentaram e a previsão são de novos temporais.

Em Porto Alegre, o CEO do Grupo Equatorial Energia, Riberto Barbarena, fez o esperado: reconheceu as dificuldades e prestou solidariedade aos que ainda estão prejudicados. A atitude será suficiente? Pela mobilização política e social, talvez não. É difícil aceitar justificativas, mesmo que válidas, quando não se tem o mínimo.

E a reclamação não serve apenas para a empresa em si, mas para todos os governantes. No final da tarde desta sexta-feira, o governador Eduardo Leite (PSDB) encontrou-se com a direção da Agergs (responsável pela fiscalização) para discutir o assunto. Simultaneamente, a prefeitura de Porto Alegre encaminhou representação à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) solicitando que o órgão abra uma fiscalização urgente nas atividades da CEEE Equatorial.

Veja Também

CPI da CEEE Equatorial – Parte 1

Na Câmara de Porto Alegre a adesão para a CPI da CEEE Equatorial foi massiva: 26 dos 36 vereadores assinaram. Dos que não aderiram há críticas da possível “politicagem” do tema. Em funcionamento, a presidência ficará com a signatária Cláudia Araújo (PSD) e a relatoria será votada entre os integrantes. O vereador Roberto Robaina (PSol), que lidera a oposição, garante que indicará alguém para a relatoria. Cláudia diz que “todos podem concorrer” e que a base ainda não tem um indicado.

CPI da CEEE Equatorial – Parte 2

O deputado Miguel Rossetto (PT) ligou para praticamente todos os líderes partidários nos últimos dias para falar sobre a proposta de criação de uma CPI sobre a CEEE Equatorial. São necessárias 19 assinaturas. Ele demonstrou confiança, diante da “indignação” manifestada por alguns colegas diante dos recentes acontecimentos. O histórico de reclamações no ano passado também tem pesado na adesão. Ele recorda que foram realizadas diversas as audiências públicas sobre o tema na AL.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895