STF deve utilizar episódio de 8 de janeiro como exemplo preventivo

STF deve utilizar episódio de 8 de janeiro como exemplo preventivo

Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, condenou Aécio Lúcio Costa Pereira, ex-funcionário da companhia de saneamento de São Paulo, a uma pena de 17 anos

Taline Oppitz

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O voto do ministro Alexandre de Moraes, no julgamento do primeiro réu por participação nos atos de vandalismo de 8 de janeiro, foi didático e deve servir de termômetro em relação ao que virá pela frente.

Moraes, que é relator do caso na Corte, condenou Aécio Lúcio Costa Pereira, ex-funcionário da companhia de saneamento de São Paulo, preso em flagrante dentro do Congresso, a uma pena de 17 anos. Do total da pena, 15 anos e seis meses devem ser cumpridos em regime fechado, em função dos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Em parte de sua fala, quando respondeu ao advogado do réu, Moraes disse que "o terraplanismo e o negacionismo obscuro de algumas pessoas faz parecer que no dia 8 de janeiro tivemos um domingo no parque". O incisivo voto de Moraes foi o primeiro e parte dos demais ministros, como Cássio Nunes Marques, até pode divergir, mas é pouco provável que o desfecho seja favorável aos réus.

Além da farta quantidade de provas, que diga-se, em boa parte foi produzida pelos próprios réus, que gravaram e tiraram fotos que acabaram nas redes socais e compartilhadas em grupos de WhatsApp, o caso deve ser utilizado de exemplo pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, para que o episódio, que foi um dos mais graves atentados à democracia da história do país, e que levou o Brasil às manchetes internacionais, não se repita.


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