O episódio envolvendo tumulto, nesta quarta-feira, na Câmara de Porto Alegre, que levou à suspensão da sessão na qual seria analisada a proposta de concessão parcial do Dmae, foi uma espécie de tempestade perfeita.
Uma série de fatores, incluindo a avaliação equivocada do potencial polêmico da concessão, ocorreu quase que simultaneamente.
Além do texto do Dmae, estava ainda na pauta projeto que restringe a atuação de catadores. Organizadores de cozinhas solidárias também estavam no local. Grupos distintos, portanto, realizavam manifestações na Casa, quando o prefeito Sebastião Melo (MDB) chegou para entregar a proposta da LOA, o orçamento para 2026.
O estopim se deu quando manifestantes foram parcialmente vetados de ingressarem na Câmara devido a um protocolo de segurança acionado pela presidência do legislativo, o que, aliás, se tornou quase uma praxe, considerando eventos recentes.
Apenas parte dos participantes dos atos acessou as galerias do plenário, onde a oposição cobrava o ingresso dos demais. Vereadores da base discutiam com manifestantes, que, por sua vez, bateram nos vidros que separam o plenário das galerias.
Do lado de fora, a Guarda Municipal tentava conter os que exigiam entrar. À esta altura, já estavam presentes no local deputados estaduais do PT. Foram usadas balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Os cenários interno e externo, que beiravam o descontrole, levaram à interrupção da sessão e da transmissão no canal da TV Câmara e na conta do legislativo no YouTube.
