Um ano, três meses e 500 mil mortos

Um ano, três meses e 500 mil mortos

Data também foi marcada por manifestações no país e no exterior

TALINE OPPITZ

publicidade


Em 17 de março de 2020, O Brasil registrou a primeira morte por Covid-19, quando o mundo ainda engatinhava na tentativa de entender e conter a doença. Um ano e três meses depois, no último sábado, ultrapassamos a trágica marca de mais de 500 mil mortos no país, recorde que foi parar nos noticiários internacionais. A data foi marcada por manifestações que tomaram as ruas das 26 capitais, Distrito Federal, municípios e cidades no exterior. No ranking macabro de vítimas da Covid, em números absolutos de vítimas, perdemos apenas para os Estados Unidos, que está perto da marca de 700 mil mortos. Considerando o tamanho da população, o Brasil é o 8º no ranking mundial, com 2.347 mortes por milhão de habitantes.

Simultaneamente, a vacinação que começou engatinhando, começa a ganhar mais ritmo, ainda insuficiente, no entanto, para fazer frente no enfrentamento eficaz à pandemia. No centro das críticas, a postura errática do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro, pessoalmente. Do início da pandemia até aqui o comando do Ministério da Saúde, ainda mais estratégico e essencial, foi marcado por rodízio de nomes, entre eles, o de  médicos  com a visão da ciência, que padeceram a jogaram a toalha diante da resistência do chefe em reconhecer a gravidade da situação e em adotar medidas como o distanciamento em os protocolos sanitários, até o general Eduardo Pazuello, que com muito malabarismo, diante das críticas, emplacou as ordens de Bolsonaro. Foi outro que não resistiu ao desgaste e caiu. Bolsonaro não se manifestou sobre a marca de meia de meio milhão de mortos, e ao invés de dar o exemplo e assumir o papel que o cargo mais importante da República exige, minimizou as manifestações contrárias ao seu governo, segue desdenhando da doença, promovendo aglomerações, não utiliza máscara, e tenta tornar o erro pessoal em regra geral. O cenário é marcado ainda pela CPI da Covid, necessária, mas que claramente se tornou uma palco para a queda de braço política e a polarização inédita que marca e divide  atualmente o país.

 

Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895