Vitória esperada na ALRS serve de indicativo preocupante

Vitória esperada na ALRS serve de indicativo preocupante

Diferente da primeira gestão, base de Leite no Legislativo não deverá ser tão sólida

Taline Oppitz

Na tarde desta terça-feira, governo aprovou o reajuste para magistério por unanimidade

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O primeiro teste do segundo mandato do governador Eduardo Leite (PSDB) no plenário da Assembleia Legislativa serve como um indicativo que não pode ser menosprezado ou minimizado. O projeto de reajuste do piso do magistério gerou debates e polêmicas, mas, mesmo com sua aprovação, o episódio não pode ser considerado decisivo. Apesar dos longos revezamentos na tribuna, especialmente de partidos de oposição à esquerda e à direita, que visavam alterações no texto original, o governo conseguiu aprovar o requerimento de preferência. Com o êxito, foram prejudicadas as emendas, como a de ampliação do índice para 14,95% e a de alteração da parcela de irredutibilidade, que contemplaria parte dos inativos.

A vitória do Piratini na análise do requerimento, no entanto, se deu por margem apertada, de 27 votos a favor e 24 contrários, e evidencia as dificuldades que podem vir pela frente. No caso, como antecipado pela coluna, partidos de ideologias totalmente distintas, como PT e PL, se uniram contra o Executivo na tentativa de viabilizar a discussão das emendas. Mesmo com a rejeição destas, o reajuste do piso, apesar das divergências em relação ao índice e à sua extensão, foi aprovado. Afinal, melhor 9,45% do que zero.

Agora, o que acontecerá quando a situação for outra? A resposta é uma incógnita. O que está claro é a redução, que em alguns casos pode ser decisiva, na margem de deputados aliados ao governo nesta legislatura. No primeiro mandato, Leite contava com 40 deputados, podendo chegar a 42. Agora, são cerca de 30.

Consciência

Presidente do Cpers, Helenir Schurer reconheceu, enquanto o projeto do piso do magistério era discutido pelo plenário, que as emendas apresentadas, por partidos da esquerda e da direita, eram marcadas por inconstitucionalidade. Parlamentares não podem aprovar propostas que tenham impacto financeiro para o Executivo. “Temos consciência do vício de origem, mas também esperança de que os aliados possam sensibilizar o governo a alterar o projeto”, disse, em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba. Apesar de toda articulação e pressão, a expectativa acabou frustrada. 


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