O que nos aguarda no ano que está para começar

O que nos aguarda no ano que está para começar

Faltando poucos dias para 2023, entidades, organizações, governos e analistas traçam suas perspectivas e fazem planos para os próximos meses em áreas como saúde, economia, ensino, cultura, esporte, política e mundo

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Correio do Povo

Covid-19 ainda deve continuar entre nós, mas com menos gravidade

Uma das notícias mais esperadas pela população mundial é o fim da Covid-19. A erradicação da doença, como epílogo de um filme, não é provável, mas uma otimista Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, em dezembro, a possibilidade de 2023 marcar, ao menos, o término da emergência de saúde global devido à pandemia. Para o diretor-chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a esperança é poder afirmar que a Covid-19 “não será mais pandemia” no ano que vem. 

Ghebreyesus afirmou que, há um ano, a variante ômicron matava 50 mil pessoas por semana, número que baixou de 10 mil. “O número ainda é excessivo, mas marca uma boa trajetória”, pontuou. Para ele, o “vírus está aqui para ficar”, mas que, diferentemente de 2020, agora o mundo tem as ferramentas e códigos de conduta para lidar com isso. “O coronavírus não vai desaparecer, vai continuar e os países terão que aprender a administrá-lo junto com outros problemas respiratórios, como a gripe”, destacou. “O fim da emergência internacional está nas nossas mãos. Temos que garantir que os grupos de risco, como os idosos e as populações vulneráveis, estejam protegidos”, completou. 

O chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Eduardo Sprinz, corrobora a afirmação do diretor-chefe da OMS quanto à permanência da doença no convívio dos seres humanos. “A Covid-19 vai continuar entre nós, espero que mais branda, já que temos mais armas para combatê-la”, pontuou. Ele se refere, principalmente, à vacinação, um dos fatores que causaram uma melhora no quadro de mortes e transmissões. “Em 2022, o número de novos casos por conta da variante ômicron bateu todos os recordes. Mas houve notável redução de óbitos e internações em hospitais graças à imunização maciça. Temos que lutar para que as pessoas continuem recebendo as doses. Teremos, sim, uma quinta dose”, afirmou Sprinz. 

O infectologista acredita em um progresso nas novas vacinas em relação às que estão sendo aplicadas atualmente. “É o que chamamos de ‘nova geração’ de imunizantes. Não que as atuais não protejam. Mas será uma proteção mais duradoura e mais ampla, até porque apareceram novas variantes e, ainda, se prevê o surgimento de mais duas gerações de subvariantes, como a BQ.1, da ômicron”, explica. Outros aliados da população são os fármacos antivirais nirmatrelvir e ritonavir (NMV/r), incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) recentemente para o tratamento da infecção pelo vírus, visando reduzir o risco de internações, complicações e mortes. “Ainda não chegaram na ponta para todos os cidadãos, esperamos que estejam disponíveis, assim como o molnupiravir, também aprovado no Brasil”, frisa. 

Se o governo federal estiver alinhado com a ciência, a direção pelo fim da pandemia é possível, segundo Sprinz. “Neste momento, estamos passando por uma nova onda de transmissões, que deverá continuar até o fim da primeira quinzena de janeiro, devido às festas de fim de ano”, conclui o infectologista.

 

Governos estadual e federal enfrentarão problema das estradas gaúchas

Os gargalos nas estradas são um problema para o desenvolvimento de qualquer cidade, estado ou país: se não houver fluxo, não há andamento, tudo trava. Além do fator locomoção por si só, um bom escoamento nas rodovias representa melhor transporte de insumos de todo tipo. As decisões nos governos estadual e federal, a partir de 2023, poderão significar redução ou alargamento do funil que historicamente é o mapa viário do Rio Grande do Sul.

Doutor em Sistemas de Transportes e Logística, João Fortini Albano lembrou que, durante a pandemia, o trânsito de veículos, tanto no meio urbano quanto no rural, ficou reduzido a deslocamentos básicos. “Passada a pandemia de Covid, o regime de trabalho em home office permaneceu adotado por muitas empresas e autônomos. Por este motivo, o tráfego, de uma maneira geral, atinge agora patamares menores nos sistemas viários”, frisou. No entanto, ainda se observam muitos congestionamentos, poluição do ar e sonora e acidentes, ainda que em um nível mais suportável. “O panorama é similar nas estradas estaduais e federais”, compara o especialista.

Para Albano, a maioria das estradas se encontra com fluxo de veículos em razoáveis condições. “Desconto o nó viário na BR-116 entre a ponte sobre o Rio dos Sinos e a Vila Scharlau, na RS-240”, excetua o mestre em Engenharia de Transportes. A rodovia federal costuma ser uma “dor de cabeça” a qualquer gestão, em nível municipal ou estadual. O governador eleito Eduardo Leite (PSDB) anunciou que vai apresentar ao novo governo federal uma proposta para concluir obras de competência federal no trecho da BR-116 próximo à Região Metropolitana. Em contrapartida, a União executaria a extensão da BR-448, conhecida como Rodovia do Parque, até Portão.

Outra observação de Albano é o inadequado estado de conservação em uma quantidade bastante expressiva de vias. “Não existe cultura de manutenção no nosso meio. Ruas e rodovias permanecem por muito tempo esburacadas, sem serviços de tapa-buracos e recapeamento asfáltico”, ressaltou. O doutor em Sistemas de Transportes e Logística considera como ponto fraco do sistema viário gaúcho e nacional a falta de conservação. “Vias bem conservadas viabilizam um tempo de percurso menor, menos acidentes e congestionamentos. Terminar obras em andamento e conservar as vias existentes é o recado que deixamos ao governo que ora está iniciando”, conclui.

Em novembro, o projeto para concessão de rodovias federais no RS do Ministério da Infraestrutura foi criticado por parlamentares presentes à audiência pública realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres para detalhar o estudo. O projeto, que prevê a concessão, por 30 anos, de trechos das BRs 116, 158, 290 e 392 e de 13 praças de pedágio, ficou para o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

Obras da Copa de 2014 e outros projetos em andamento em Porto Alegre

O Mundial do Catar terminou, mas as obras em Porto Alegre para a Copa de 2014 ainda não. Duas das 18 melhorias planejadas para receber o grande evento internacional, há oito anos, ainda estão inacabadas. São elas a ampliação da avenida Severo Dullius, nos bairros Anchieta e Sarandi, e a duplicação da avenida Tronco, entre os bairros Cristal e Medianeira. 

Segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), André Flores, a atual gestão da prefeitura trabalha para acabar com a “barreira psicológica” que o estigma das obras inconclusas para a Copa do Mundo criou na população. “Temos que passar dessa fase e aprender todas as lições, boas e ruins, dessa situação. Sei da importância deste assunto porque dou entrevista sobre o tema todas as semanas, desde que assumi a pasta”, lembra. O titular da Smoi considera o trabalho realizado até o momento. “Tivemos avanços, transformadores para a cidade. Seria inimaginável ver Porto Alegre hoje em dia sem as trincheiras da Anita Garibaldi, da Ceará ou da Carlos Gomes”, pondera Flores.

Na avenida Severo Dullius, 89% da obra está concluída, mas ainda falta construir a ponte sobre o arroio Areia, que irá ligar os dois trechos da via. A expectativa é que fique pronta no primeiro semestre de 2023. O investimento é de R$ 77,9 milhões e, quando estiver à disposição da população, será possível transitar entre BR-116, Freeway e a avenida Sertório sem precisar passar pela frente do Aeroporto Internacional Salgado Filho. “Tenho visitado o local constantemente, o solo caiu em um trecho e atrasou os trabalhos, mas estou entusiasmado com o que virá depois. O que atrapalha não é a obra em si, mas a espera de dez anos por ela”, diz André Flores.

Já na avenida Tronco, a expectativa para conclusão da duplicação é no primeiro quadrimestre do próximo ano. “Ele poderá estar pronto antes, mas é preciso previamente providenciar calçada, faixa de segurança, postes de luz, transporte público. Poderíamos dizer que está com 80% executado, mas o número não é fidedigno, já que houve muitas alterações de projeto”, conta o secretário da Smoi. A construção sofreu alguns reveses, como uma suspensão em outubro de 2016 por falta de recursos, retomada em junho de 2018, suspensa novamente em julho de 2019 e novos avanços a partir de fevereiro de 2020.

Quanto ao trecho 2 da Voluntários da Pátria, ligando o Centro Histórico à zona Norte, a Smoi se manifestou dizendo que está sendo refeito o projeto para a duplicação. Ainda não há construções sendo realizadas no local. No momento, o projeto passa por mudanças e, assim que estiver pronto, entrará para licitação. A obra deve entrar no chamado “Centro Expandido”, também com melhorias no Centro Histórico, Orla do Guaíba e 4º Distrito.

Preocupação com receita no ano que começa

Eleito, em 2022, presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), o prefeito da cidade de Restinga Sêca, Paulinho Salerno (PMDB), sabe dos desafios que o cargo carrega. “Tivemos um ano de muitos desafios, ainda mais com todas as questões referentes à pandemia”. Para o próximo ano, ele defende atenção a questões relacionadas a receitas, para evitar perdas. “O ente que tem a menor fatia dos recursos é o que diz respeito aos municípios”, lamenta. 

Salerno acredita que 2023 será um ano com diversas expectativas devido ao início de novos governos federal e estadual, de como vão se comportar os mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva e Eduardo Leite, respectivamente. “Temos trabalhado sempre o possível para poder dar qualidade de vida aos cidadãos. Entre as prioridades, pensamos na saúde e educação como pautas primordiais, mas temos muitos desafios”, reitera. Um deles é a estiagem que afeta diretamente o Estado, onde mais de 300 cidades tiveram pedidos de situação de emergência homologadas pela União. “Temos perspectivas de muita perda na cultura do milho”, diz. 

Ainda no tema agricultura, a Famurs, ao lado do Conselho dos Secretários Municipais da Agricultura do RS (Consema/RS), também entregou uma carta aberta com reivindicações dos municípios ao governo do Estado. No documento, pedem a desburocratização e aceleração do Programa Avançar na Agricultura e demais programas que necessitam de convênio com os municípios. Entre outras demandas, os gestores também reivindicam a inclusão do Consema no processo de construção de novas políticas de fomento do estado. O tema deverá debatido com mais força na próxima gestão de Leite. 

Sancionado em agosto, o piso nacional da enfermagem também tem gerado debates entre municípios e as instituições de saúde quanto aos recursos para cumprir com a diferença dos valores imposta pela nova legislação. A pauta era um tema que havia décadas vinha sendo defendida, mas a falta da disponibilidade de recursos preocupa. “Além das prefeituras, os hospitais de pequeno porte também serão afetados”, explica Salerno. Em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a medida. “Quando falamos em reajuste por inflação, que é o caso, é como quando criamos novos cargos nas prefeituras, é preciso um relatório de impacto financeiro. Não vimos isso quando o Congresso Nacional aprovou o piso”, ressalta. Em dezembro deste ano, começaram as discussões de como o piso poderá ser financiado, um desenrolar que a entidade vai acompanhar em 2023. 

De modo geral, Salerno é otimista. “Sempre torço para que todos os governos possam ir bem. Vivemos em um momento polarizado, mas precisamos ter este sentimento de que as coisas possam melhorar”, revela.

Lula assume com muitos desafios, em especial na política e na economia

Luiz Inácio Lula da Silva não deverá ser fácil. Após uma eleição polarizada, Lula assume dia 1º de janeiro com muitos desafios, em especial na política e na economia. Na política, o petista precisa fortalecer o apoio do Congresso Nacional. Uma demonstração desse cenário foi a discussão em torno da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição, que retirou do teto de gastos recursos para projetos sociais, uma promessa de campanha. Após passar com facilidade no Senado, o texto enfrentou dificuldades para ser aprovado entre os deputados. Apesar de ter sido aprovada, a PEC terá validade de apenas um ano, fazendo com que o próximo governo tenha que discutir novamente o assunto no final do próximo ano. Além disso, com a posse do novo Congresso, Lula terá que readaptar as negociações especialmente para conter a força dos partidos que apoiaram a reeleição de Jair Bolsonaro, que conquistaram espaço expressivo nas duas Casas, como é o caso do PL e do Republicanos. Assim, um dos primeiros desafios do petista passará pela eleição da presidência da Câmara e do Senado. A própria movimentação de Bolsonaro após deixar o Palácio do Planalto e de seus apoiadores também deverá ser acompanhada. 

Outro desafio se dará na área econômica. Boa parte da transição o governo eleito destinou para as negociações da PEC exatamente para conseguir fazer ajustes no orçamento, que prevê limitações consideráveis de investimentos. Além desse ponto, a discussão sobre o rompimento do teto de gastos gerou preocupação no mercado financeiro, que vê como um sinal de alerta a ampliação dos gastos públicos. Neste mesmo cenário, há dúvidas em relação às economias nacional e internacional, impactadas por inflação, guerra no Leste Europeu e taxas limitadas de crescimento. 

STF

A posse de Lula inaugura nova etapa nas relações entre o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Depois de um período conturbado, em que ameaças de ruptura institucional ocorreram, o ano se inicia com gestos de pacificação nas relações institucionais. Durante sua diplomação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 12 de dezembro, Lula fez uma espécie de desagravo. "Quero destacar a coragem do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, que enfrentaram toda sorte de ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular", disse. 

Durante seu governo, Lula vai indicar dois ministros para o Supremo. Os novos indicados vão ocupar as vagas que serão abertas com a saída de Ricardo Lewandowski, que se aposenta em maio de 2023, e de Rosa Weber, que deixa o Supremo em outubro de 2023. A ausência dos dois ministros indicados pelo presidente Jair Bolsonaro, André Mendonça e Kassio Nunes Marques, na diplomação do petista, no entanto, mostra a provável persistência de divergências ideológicas na atuação do tribunal. 

Polêmicas

A pauta do Supremo já tem temas polêmicos previstos para 2023. Entre os julgamentos que prometem gerar controvérsias, estão os que questionam os decretos armamentistas assinados pelo atual presidente da República; o marco temporal das demarcações das terras indígenas; a possibilidade de tornar legal o aborto até a 12ª semana de gravidez; o indulto no qual Bolsonaro concedeu perdão judicial ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ); e o reconhecimento de que o bullying de origem homofóbica é prática a ser coibida nas escolas. Também é possível que medidas iniciais do novo governo sejam judicializadas pela oposição, como questões fiscais e tributárias.

Nos dois primeiros anos de seu novo governo, Lula poderá escolher seis novos ministros para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Atualmente, existem duas vagas abertas: a de Felix Fischer, que se aposentou em agosto de 2022 por problemas de saúde, e a de Jorge Mussi, que antecipou sua saída no último dia 13 de dezembro. Ao STJ, entre outras atribuições, cabe processar e julgar governadores. Também é a instância que julga recursos de processos criminais da Justiça Federal de todo o país, incluindo os que envolvem autoridades que perderam prerrogativa de foro no Supremo.

No Executivo gaúcho, 2023 tende a transcorrer sem solavancos para Leite

Se depender da avaliação interna do núcleo do governo estadual eleito, a segunda administração de Eduardo Leite (PSDB) terá bem menos temas polêmicos a encaminhar do que a primeira e, por isso, 2023 tende a transcorrer sem solavancos. Mas, apesar das estimativas, os negociadores e aliados do Executivo evitam o termo tranquilo. Isto porque algumas pendências, além de movimentos envolvendo o próprio futuro governador e aliados, tendem a gerar disputas, mesmo que veladas. 

Nos bastidores tanto do PSDB como do MDB, ou do União Brasil e mesmo do PP, o fato de que Leite tentará se cacifar de novo para entrar na disputa presidencial (nesse caso, na de 2026) é tratado com naturalidade. Este foi um dos motivos pelos quais ele foi escolhido também presidente nacional de sua legenda. A pretensão e o cargo no partido, projetam partidários, tendem a fazer com que o tucano se afaste constantemente do Estado, o que pode impactar na administração. De qualquer forma, o fato abrirá espaço para um protagonismo maior de seu vice, Gabriel Souza (MDB), que acaba de deixar a Assembleia Legislativa.

Quem acompanhou as movimentações no Legislativo após a eleição pôde observar a deferência com a qual colegas passaram a se dirigir ao emedebista. Se vingarem os planos da nova geração que o ex-deputado representa, ele não só ocupará o cargo em 2026 como será o nome certo do partido para disputar a reeleição.

Os encaminhamentos deverão se desenvolver já a partir de 2023 porque, instalado o governo, ficará mais claro como se dará o equilíbrio entre o protagonismo que Gabriel tende a adquirir, o apetite de seu partido e o núcleo duro de governo, um grupo do qual a maior parte dos aliados, além de não participar, aponta como “fechado” e bastante vinculado a Leite. Os postos que controlam o dia a dia da administração e tiveram protagonismo no primeiro mandato, como a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão e a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), por exemplo, seguem com os mesmos titulares. A mesma configuração acontece na Educação, área apontada como prioritária. Além disto, na Fazenda, o tucano repetiu a receita da primeira administração e escolheu uma secretária de perfil técnico, de fora do Estado, blindada das disputas políticas.

O ano de 2023 também tende a clarear se de fato a Educação será prioridade. Por isso, ela está incluída entre as questões consideradas pendentes. Como forma de contornar as críticas pela sucessão de indicadores ruins dos últimos anos e, ao mesmo tempo, se colocar dentro de um debate que é nacional, na campanha de 2022, a coligação encabeçada por Leite anunciou a área como prioridade absoluta do segundo mandato. Os anúncios feitos durante a transição, contudo, como parcerias com universidades privadas, não apontaram saídas para os maiores problemas enfrentados na rede pública estadual, como evasão escolar, baixos índices de aprendizagem e falta de infraestrutura e tecnologia nas escolas.

Outro tema que pode se perpetuar é a venda da Corsan. O governo dá o assunto por encerrado e avalia que a restrição imposta pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre a assinatura do contrato não é um impeditivo grave. Mas existem alguns indicativos de que os desdobramentos podem se tornar um pouco mais complexos.

Para os primeiros meses do ano, as prioridades conhecidas do Executivo são a negociação para a compensação das perdas decorrentes nas mudanças feitas pela União sobre o ICMS, o encaminhamento de solução para os problemas do IPE Saúde e uma reestruturação das chamadas carreiras médias do Executivo.

Entidades empresariais do RS demonstram cautela nas expectativas

No primeiro ano de pandemia com arrefecimento de morte e transmissões do coronavírus, a economia voltou a aquecer, já que 2022 foi de portas abertas das atividades e serviços. A demanda ainda reprimida, aliada a um contexto que voltou a ser presencial na maioria dos segmentos, estimula uma projeção positiva para o próximo ano. Algumas das principais entidades representativas dos setores gaúchos emitiram seus prognósticos a partir de janeiro.

A expectativa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) para 2022 é de um crescimento estimado de 3,1% na economia brasileira. Já para 2023, se projeta redução no ritmo do avanço, para 1%. “A perspectiva para o ano que vem vai depender de como o governo conduzirá a economia, o empresariado não sabe o que virá. A indústria tem que produzir, gerar empregos e impostos. O governo tem que nos fornecer condições para podermos trabalhar, não nos atrapalhar e nem desmanchar alguns resultados que vêm bem”, disse o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.

O presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul), Rodrigo Sousa Costa, acredita que a superação deste momento de incertezas para vislumbrar um horizonte melhor carece de alguns fatores. “Precisamos restabelecer a confiança no ambiente para empreender, trabalhar e produzir”, opinou.

Um 2023 de avanços e boas notícias é o que vislumbra o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn. “Temos um cenário de melhora na economia, de atividade econômica crescente e inflação caindo. No entanto, teremos um ano de desafios, impostos tanto pelo cenário internacional, quanto pelas decisões de política econômica do novo governo federal, de sinalizações, confesso, que nos causam alguma apreensão”, disse. Depois de uma forte recessão econômica em função da pandemia, o ano de 2022 encerra com crescimento da atividade econômica e do emprego, segundo Bohn. Para ele, esse foi um movimento da tão esperada “retomada econômica pós-pandemia”.

O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, lembrou do impacto da seca na economia do Rio Grande do Sul. A estiagem que atingiu a última safra foi responsável pela perda de 31% da produção gaúcha. Somente na soja, o impacto foi de 54%. “Para compensar um pouco das dificuldades do verão passado, que passamos por uma seca e uma quebra importante, estamos colhendo a maior safra de trigo da história do Rio Grande do Sul”, destacou. Se houver normalidade climática, o Estado poderá colher, pela primeira vez na história, mais de 40 milhões de toneladas. A soma de toda produção deverá girar nos R$ 140 bilhões.

Preço dos combustíveis não deve ter redução significativa

O preço dos combustíveis é uns dos fatores que mais afeta o cotidiano. Dependendo dos índices, os valores de tudo que se consome também pode aumentar. Em um período marcado pela pandemia e a Guerra na Ucrânia, um dos temores dos brasileiros é uma nova elevação no que é pago na bomba dos postos. Com a mudança no governo federal, as dúvidas recaem sobre as futuras escolhas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para a área. Segundo especialistas, a tendência é a de estabilização. 

Segundo Luiz Henrique Gaston, economista da Diretoria de Tarifas e Estudos Econômicos da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), apesar da atual imprevisibilidade do preço dos combustíveis, é possível se deter em três eixos para analisar o quadro. “O choque internacional promovido pelo preço do Brent (Petróleo Bruto), neste ano, deve ter se acomodado e esperamos que se estabilize e tenha até uma queda. Quanto ao novo governo, teremos que ver qual o papel que será dado à Petrobras. A questão cambial é única que pode gerar alguma instabilidade”, projeta. 

Gaston imagina alguns reajustes leves no início de 2023. “Os preços estão represados nos últimos seis meses. Mas a variação não será muito alta porque acredito que o pior choque, por conta da guerra e outros aspectos externos, já passou. Espero estabilização ao longo do ano que vem”, pondera o economista. Ele acredita que o cenário de altos valores dos combustíveis vivido em 2022 se repetirá no próximo período. “Deveremos nos acostumar com preços da gasolina entre R$ 5 e R$ 6. A situação não está resolvida, mas o cenário da crise energética internacional não terá a mesma força”, reitera. 

Para o especialista em pesquisa na área da energia Gabriel Roisenberg, o cenário para o barril de petróleo até o final do ano deverá ser de estabilidade, já que o preço do Brent não deverá passar de 100 a 110 dólares a unidade. “A pressão sobre o preço da gasolina, não terá o mesmo impacto inflacionário que vimos na metade deste ano”, indica. “Hoje, o que mantém o preço do Brent mais reduzido é o impacto da política de ‘Covid-zero’ posta em prática pela China”, diz Roisenberg. O país asiático tem arrefecido a demanda na cadeia de combustíveis, aliviando os preços no mercado internacional. 

Para Roisenberg, se o Brasil mantiver o corte na tributação e investir nas operações da Petrobras, o preço da gasolina pode cair a R$ 4,50 a R$ 4,70 nos postos. “Ainda precisamos de altos investimentos nesse setor, principalmente porque importamos muitos derivados.” Além de acreditar na tendência de que o preço da gasolina baixe 2023, ele entende que 2023 “será uma boa transição” entre governos. Para isso, a Petrobras deverá ganhar papel de liderança no realinhamento da política energética do novo governo.

Entidades querem acentuar trabalho, que avaliam como positivo em 2022

Os desafios da segurança pública para 2023 refletem em parte o que ocorreu em 2022 no RS. “A transição ainda está em andamento, mas, como representamos um governo de continuidade às políticas de segurança pública desenvolvidas nos últimos quatro anos, que conseguiram resultados históricos, elas serão mantidas e aprimoradas”, adianta o secretário estadual da Segurança Pública (SSP), Vanius Cesar Santarosa. 

“A segurança pública trouxe, em 2022, bons resultados e também alguns desafios. Podemos destacar os latrocínios, que em novembro alcançaram quedas históricas”, lembra. “Os roubos de veículos também apresentam queda, com destaque para uma importante ação da SSP para desestimular esse tipo de crime.” Ele se refere à 103ª edição da Operação Desmanche, ocorrida no fim de novembro, quando uma força-tarefa coordenada pela SSP recolheu mais de 600 toneladas de sucata automotiva sem procedência. 
Santarosa ressalta o programa RS Seguro, que “surgiu para mudar as estratégias de segurança, aproximar os operadores de segurança e trocar experiências entre os municípios que têm desafios e os que superaram os mesmos desafios”. “O RS Seguro também se estabelece em três premissas, que são a integração, a inteligência e o investimento qualificado”, enumera. “Nessas premissas também podemos encaixar o programa Avançar, que destinou mais de R$ 450 milhões para a segurança pública”, enfatiza. 

O secretário assinala que “pela falta de insumos para a equipagem das viaturas, além de prazos de edital e de construção de outros projetos, algumas estruturas serão entregues no início de 2023”. No entanto, ressalva, todo o investimento anunciado no programa Avançar está empenhado e será entregue de acordo com o planejamento. “Algumas turmas de servidores também estão no curso de qualificação para ingresso no efetivo trabalho tão logo finalizem a capacitação”, complementa.

Para o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio dos Santos Feoli, a perspectiva para 2023 é de “continuidade do bom trabalho realizado, de ajustes em pontos que podem ser melhorados e de busca constante de melhorias no serviço prestado à população”. Ele cita, como exemplo para o próximo ano, o estabelecimento de um calendário de cursos e capacitações para a tropa. 

“O comando da instituição continuará buscando propiciar melhorias nas condições de trabalho dos policiais militares, com o fornecimento de equipamentos mais adequados e modernos, que contemplem fatores essenciais como a segurança e o conforto do policial, pois entendemos que os resultados positivos em relação aos índices criminais em queda durante o ano que passou é reflexo da dedicação e comprometimento desses homens e mulheres”, assegura.

Feoli considera ainda o saldo de 2022 como “predominantemente positivo”. Na avaliação dele, os três indicadores principais estabelecidos como meta de redução nos 23 municípios com índices que requerem maior atenção, que são os crimes violentos letais intencionais (homicídio, latrocínio, feminicídio) e os roubos de veículos e a pedestres, apresentaram significativos percentuais de redução nas suas ocorrências.

Por sua vez, o Chefe de Polícia Civil, delegado Fábio Lopes, concorda que 2022 foi “extremamente” positivo. “A gente conseguiu reduzir, trabalhando de forma integrada com outras instituições da área da segurança, os principais indicadores de violência e criminalidade. Os crimes que são praticados com emprego de arma de fogo, com violência, todos eles vêm em queda”, acentua. “Eu destacaria também as investigações de homicídios, nas quais a gente tem não só identificação dos executores, mas também dos mandantes, pois muitas vezes as ordens partem de dentro do presídio”, sublinha, manifestando a ênfase na descapitalização das facções.

“Eu ainda ressaltaria as principais operações feitas pela Polícia Civil, especialmente voltadas à repressão ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro”, salienta, recordando igualmente o combate ao feminicídio. “É um grande desafio, não só no âmbito da segurança pública. O feminicídio é um problema social que nós temos no Brasil, decorrente de uma cultura machista”, acrescenta. Para 2023, a expectativa do delegado é que “continue nessa mesma toada, nessa mesma repressão às organizações criminosas, pois naturalmente estará reprimindo os homicídios e o tráfico de drogas”. 

Conforme a diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Vanessa Pitrez, 2022 foi um ano bem intenso no que tange à investigação e ao combate de homicídios, bem como no desenvolvimento de estratégias que conseguissem manter indicadores em queda. Em 2022, o DHPP já prendeu mais de 800 pessoas envolvidas em homicídios.

Em 2023, anuncia Pitrez, o DHPP pretende expandir ainda mais as atividades de inteligência policial, bem como sua força operacional, através da concentração da administração do órgão e de todas as delegacias de homicídios de Porto Alegre em um único complexo operacional, situado na Cidade da Polícia. “Planeja-se ampliar o uso da tecnologia nas investigações policiais, a fim de mais rapidamente estabelecer os vínculos entre executores e mandantes de homicídios e sua estruturação na hierarquia das organizações criminosas”, antecipa.

“Por fim, o aprofundamento das investigações na forma de aquisição de armas por organizações criminosas (tráfico e comércio ilegal) e o rastreio de munições utilizadas na prática de homicídios também será alvo de atenção nas atividades do DHPP”, garante. Ela calcula que “mais de 80% dos homicídios praticados no Estado têm como fato gerador o tráfico de drogas e sua relação com a criminalidade organizada”.

Já o diretor do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Carlos Wendt, indica que, em 2023, os órgãos de repressão ao tráfico de drogas seguirão com a mesma estratégia de 2022, com investigações complexas focadas nas organizações criminosas. “Estamos evoluindo bastante na aquisição e no uso de tecnologia de ponta como importante aliada no combate ao crime”, reconhece.

Em 2022, o Denarc intensificou o combate à lavagem de dinheiro, o que possibilitou o mapeamento do crime organizado no Estado, com “identificação e prisão das principais lideranças criminosas, bem como os seus respectivos patrimônios, que na maioria dos casos, estavam registrados em nome de pessoas sem envolvimento com o crime”. Para o delegado Carlos Wendt, o mapeamento permitiu entender a dinâmica das facções criminosas e os elos com organizações de outros estados.

Facções

2023 será marcado por forte combate às facções criminosas, responsáveis por homicídios e tráfico de entorpecentes, no RS. Confira mais informações sobre as ações e prevenção de crimes. 

Próximo ano pagará pelos choques de 2022

Analistas esperavam uma normalização da economia global no pós-pandemia, em 2022, mas crises provocadas por episódios como a guerra na Ucrânia mudaram o quadro, trazendo um aumento ainda mais intenso da inflação no mundo todo. Para os especialistas, 2023 será "sombrio" por carregar as recordações do período anterior. O ano de 2022 será lembrado como o das "policrises", expressão popularizada pelo historiador Adam Tooze, que implica uma sucessão de choques que provocam um panorama avassalador. Esses choques "aumentaram desde o início do século" com a crise financeira de 2008, a crise da dívida soberana, a pandemia de Covid-19 e a crise energética, destacou à AFP Roel Beetsma, professor de Economia da Universidade de Amsterdã. Para ele, o mundo "não vivia uma situação tão complicada desde a Segunda Guerra Mundial".

Especialistas diziam inicialmente que, após anos de inflação lenta, uma alta de preços seria transitória e concomitante à recuperação pós-pandemia. A invasão russa da Ucrânia e a escalada dos preços da energia mudaram, porém, essas projeções e explicações. O atual nível de inflação é o mais elevado desde os anos 70-80 e deixou milhões de famílias em países desenvolvidos em situação de precariedade, além de colocar os países pobres em risco de miséria ainda maior. A convivência com os preços altos será desafiadora, a inflação segue em alta, embora existam sinais de desaceleração. Na zona do euro, a inflação caiu para 10% em novembro, mas isso não impediu, por exemplo, que na Inglaterra o descontentamento tomasse as ruas em dezembro, com greves no transporte e em outras categorias profissionais, o que tumultuou o país.

A OCDE previu inflação de 8% no quarto trimestre de 2022 nos grandes países desenvolvidos e emergentes do G-20, mas estimou perda de força dos índices, caindo para 5,5% em 2023 e em 2024. Mesmo assim, França e Alemanha começaram a prestar assistência a famílias e empresas. Somente na União Europeia, os estados prometeram 674 bilhões de euros (quase R$ 4 trilhões) em ajuda, de acordo com o instituto de pesquisa Bruegel. Do total, 264 bilhões correspondem à Alemanha, país onde uma em cada duas pessoas afirma comprar apenas o estritamente necessário, segundo levantamento da consultoria EY. "Tudo ficou mais caro: vinho, eletricidade", diz Nicole Eisermann, que instalou uma barraca na feira de Natal em Frankfurt.

Bancos centrais mais rigorosos iniciaram um ciclo de aumento de suas taxas de juros. Essa estratégia, porém, pesa na economia, já que dificulta condições de crédito para famílias e empresas. O consumo diminui porque fica difícil comprar, mas outros investimentos como os das empresas também ficam em pausa, o que desacelera o desenvolvimento. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, dos Estados Unidos, havia sugerido uma possível desaceleração na alta dos juros em dezembro, mas a instituição acabou aumentando a taxa. E, além disso, alertou para patamares elevados "por algum tempo". No Brasil, a última reunião de 2022 do Comitê de Política Monetária que definiu o juro deixou tudo igual. A taxa Selic seguiu em 13,75%, mas deve recuar para 11,75% em 2023, um patamar ainda elevado. Quanto ao Banco Central Europeu, o juro também foi aumentado em 50 pontos-base no último dia 15 de dezembro. “E vamos continuar a fazê-lo no futuro porque a inflação ainda é muito elevada”, disse a presidente da instituição, Christine Lagarde.

Para a zona do euro como um todo, a agência de rating S&P Global espera um primeiro trimestre particularmente difícil, apesar do afrouxamento das medidas de "Covid zero" na China, o que aumentaria a demanda e beneficiaria regiões não só da Europa, mas do mundo todo. As exportações chinesas, por sua vez, foram prejudicadas pela desaceleração global. E a Europa está mergulhada numa "reconfiguração energética" que pode levar anos, tempo que deve se ampliar devido à guerra na Ucrânia. A dificuldade dos países em administrar a escalada dos preços da energia também se reflete na lentidão da transição para opções as mais limpas e renováveis. "Se não fizermos o suficiente, isso nos atingirá em uma escala jamais vista", alertou Beetsma.

Desafios impulsionados pela mudança do clima

A preocupação com a mudança climática toma conta do planeta e não será diferente em 2023, já que a desatenção acumulada por décadas vai exigir um cuidado cada vez maior. Recente relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que todas as regiões do mundo tiveram eventos extremos em seus ciclos chuvosos no ano passado, na forma de enchentes e secas, e bilhões de pessoas enfrentaram dificuldades no acesso à água doce. Quanto ao Brasil, países da Europa cobram cuidados com a Amazônia, alertando para queimadas e desmatamento. A Alemanha era um dos países que enviavam verbas para proteção ambiental, mas suspendeu a iniciativa em 2019, assim como a Noruega. Entretanto, recentemente na Cúpula do Clima, a COP 27, o secretário de Estado do Ministério alemão para Cooperação e Desenvolvimento, Jochen Flasbarth, informou que recursos para o Fundo Amazônia voltarão a ser liberados. “Confiamos que o novo governo tomará conta e gastará esse dinheiro da melhor maneira possível”, afirmou durante o evento que se realizou em Sharm-el Sheikh no Egito em novembro. Durante o encontro, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a intenção de trazer a 30ª edição da Cúpula do Clima para o Brasil, preferencialmente na região amazônica. 

O planeta chegou a 8 bilhões de habitantes neste ano, calcula a ONU. Reflexo do avanço da medicina e da ciência nas últimas décadas, esse marco também aumenta os desafios no combate às mudanças climáticas. O crescimento populacional, mais veloz em países pobres, eleva a demanda global por alimentos, energia e a pressão sobre recursos naturais como florestas e cursos d'água. A marca dos 8 bilhões foi atingida em meio às discussões da COP-27, debate que levou à criação de um fundo monetário financiado por países mais ricos e com maior emissão de gases do efeito estufa para ajudar nações de renda baixa ou em desenvolvimento a enfrentarem maremotos, furacões, tempestades e outros desastres naturais que se agravaram nos últimos anos. Todos concordam que uma cooperação internacional firme e efetiva é a única saída, mas as ações para chegar até lá estão aquém do esperado. "Ainda é uma cooperação muito frágil", avalia o climatologista Carlos Nobre, uma das maiores referências no mundo em aquecimento global. "Realmente, para vencermos os maiores desafios da humanidade e chegarmos à meta do Acordo de Paris, estamos indo em uma direção de forma lenta e é importante a colaboração dos países", destacou.

A previsão da ONU é que a população mundial ultrapasse a casa dos 10 bilhões nos próximos 50 anos, aumento que será impulsionado principalmente por países de baixa ou média renda na Ásia e na África. 

Cenário nacional de mudanças deve impactar os ensinos público e privado

Educação para 2023 apresenta expectativa de mudanças em políticas públicas, com a troca do comando no governo federal a partir de 1°/1/23. E as ações a serem implementadas no país projetam reflexos nos setores público e privado.

No Estado, a reeleição do governo confirmou no cargo a atual secretária, que promete deslanchar diretrizes e projetos. E na capital gaúcha – nesta gestão municipal iniciada em 2021 – a segunda secretária de Educação na pasta completará 10 meses de trabalho em janeiro, prospectando incremento de obras e programas.

Já na esfera privada, o sindicato dos dirigentes (Sinepe/RS) revela que estará atento às novas ações federais, que impactam as visões projetadas pelas escolas em questões institucionais, pedagógicas e gestão. E crê na crescente recuperação de matrículas. E o Serviço Social da Indústria (Sesi-RS) avalia que 2023 resultará em frutos plantados em 2022, como o início de obras de Escolas Sesi e a inauguração do Instituto de Formação de Professores, que se articulará com prefeituras.

Nacional

A deputada federal Rosa Neide Almeida, que integra a Comissão de Educação, preside a de Cultura da Câmara dos Deputados e que participou do grupo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, revelou que o trabalho voltado a discutir a Educação na gestão federal a partir de 2023 tratou sobre “desafios e prioridades para a reconstrução do país”. A partir do diagnóstico realizado, a professora Rosa destacou a urgente necessidade de o Ministério da Educação (MEC) voltar a dialogar com a sociedade civil e entidades do setor, em Educação Básica e Superior, como Andifes, Conif, CNTE, Consed ou Undime, com reitores e secretários de Educação. E afirmou que será retomada a relação federativa e a articulação do MEC. Além disso, lembrou que a promessa de campanha de valorizar a Educação atenderá questões da Creche à Pós-Graduação, citando que a 1<SC120,170> Infância se encontra muito frágil e vai exigir esforço concentrado.

A deputada federal Teresa Leitão, também da Comissão de Educação da Câmara, eleita para o Senado no próximo ano e integrante do grupo de coordenação executiva da transição, acrescentou que a partir do diagnóstico que revelou os principais gargalos e pontos de alerta no setor, a proposta de reestruturação para o Ministério envolve aspectos que vão do orçamentário – com necessidade de ser ampliado – ao campo ideológico, como Escola sem Partido ou alfabetização por plataformas digitais; até questões curriculares e legais – como resoluções do CNE sobre a BNCC, e formação de professores. Mas apontou políticas públicas relevantes, como relacionadas à aprendizagem, alfabetização, livro didático, avaliação, regulação de cursos ou ao reforço para Capes, universidades e institutos federais.

Estadual

Para o RS, a secretária Raquel Teixeira, há um ano e oito meses no comando da Educação estadual, considera que “esse novo ciclo” permitirá efetivar programas iniciados. Além ampliar a oferta escolar de Ensino Médio em tempo integral, assinala: investimentos, com o programa “Avançar na Educação”; implementação do “Professor Transformador”; monitoramento do “Alfabetiza Tchê”; apoio escolar e digital; capacitação; combate ao êxodo escolar; desenvolvimento de avaliações e ações para qualificar merenda e transporte escolar; incremento de obras escolares; profissionalização; e inclusão. E uma novidade é o lançamento, já para o começo deste ano letivo, de um Núcleo de Psicólogos e Assistentes Sociais, lotados na Secretaria Estadual da Educação, num trabalho novo, com ênfase em psicologia educacional para ajudar a ter clima para aprendizagem e apoiar diretores e mapeando condições e problemas geo-referenciados existentes no entorno de cada escola. “Temos um desafio enfrentado com ciência e amor. Mapeadas lacunas de aprendizagem e dificuldades socioemocionais, voltamos nosso trabalho para atuação com foco e intencionalidade em sala de aula”, resumo a secretária Raquel.

Municipal

Em Porto Alegre, a secretária da Smed, Sonia da Rosa, que assumiu em 3/3/2022, prospecta construir cinco escolas inacabadas, resultantes do acordo com o FNDE, obtendo mais 1,3 mil novas vagas até o 1<SC120,176> semestre/2024; compra de vagas, especialmente na Educação Infantil, que é prioridade no ensino municipal e que acontece em duas etapas: Pré-Escola, onde informa que o município já dá conta; e Creche, de 0 a 3 anos, com demanda importante ainda para assegurar o acesso.

No aspecto pedagógico indica três grandes programas: Alfabetiza Mais POA, que se trata de uma mobilização social pela alfabetização; RecomPOA, que visa recompor o currículo que ficou de fora no período de pandemia; e cita a renovação de tradicional e importante programa de leitura, com o Adote um Escritor, e revela a inovação de maior envolvimento das famílias, com a entrega de sacolas literárias em 2023, e o lançamento do Prêmio de Inovação, Tecnologia, Empreendedorismo e Sustentabilidade, que vai valorizar projetos escolares desenvolvidos no setor; bem como a entrega de cromebooks para os professores da rede municipal desenvolverem seus trabalhos com os alunos em 2023.

Particulares

Sinepe/RS: O presidente do Sindicato do Ensino Privado no RS, Oswaldo Dalpiaz, destaca a abordagem do trabalho em 2023 realacionada a pelos menos três aspectos básicos. O institucional, que trata da escola como um todo e ligada a políticas nacionais. O pedagógico, que se volta à recuperação de aprendizagens, para não deixar defasagens significativas; e que envolvem ainda questões socioemocionais; além de preocupação em capacitação e qualificação de professores. E o aspecto de gestão, onde algumas escolas já conseguiram estabelecer seu equilíbrio financeiro e administrativo; e outras ainda estão vencendo desafios e promovendo ajustes. Além disso, o dirigente revela que existe a projeção de crescente retomada e avanços em matrículas para 2023.

Sesi-RS: Iniciar obras e ampliar serviços são metas do Serviço Social da Indústria para 2023. Serão Escolas Sesi de Ensino Médio em Canoas, Lajeado; e a ampliação da de Pelotas. Também anunciada que deverá ocorrer a inauguração do Instituto de Formação de Professores. “O Instituto materializa o que o Sesi-RS vem fazendo junto às prefeituras, com a preparação de professores para trabalhar com esta nova Educação que defendemos”, explica o superintendente do Sesi-RS Juliano Colombo. Este ano o Sesi-RS divulgou o investimento de R$ 300 milhões no setor; onde se incluem atuação em profissionalizações; maior atendimento em Educação de Jovens e Adultos (EJA); e novos espaços de contraturnos, com ênfase em pensamento computacional.

Programação para matar a fome de cultura nos próximos 12 meses

Se há algo que ocorreu em 2022 com todas as suas letras foi a realização de shows presenciais com casas quase sempre lotadas. Foram muitos shows, de muitos gêneros, de Criolo a Rico Dalasam, de Luísa Sonza a Ludmilla, de Chico Buarque a Caetano, de Alexandre Pires a Mauricio Manieri, de Metallica a Guns’n’Roses, de Maroon 5 a Kiss, de Marisa Monte a Paralamas do Sucesso. O ano que está terminando também foi pródigo na volta de grandes eventos presenciais como a Noite dos Museus, Bienal do Mercosul, Porto Alegre em Cena, Feira do Livro, entre outros. 

Em 2023, estão confirmadas muitas atrações nacionais e internacionais em Porto Alegre e em algumas cidades do interior do Rio Grande do Sul. Um dos grandes shows do primeiro semestre será com três sessões de Gilberto Gil in Concert, que acontecerão nos dias 3, 4 e 5 de março, no Auditório Araújo Vianna. Aos 80 anos, Gil ainda conserva a lucidez e a grande forma de um cantor e compositor ímpar, de uma geração que revolucionou a música brasileira. 

Ainda em março, haverá um grande show de arena, de duas bandas norte-americanas com mais de quatro décadas e meia de trajetória, as lendas do rock Def Leppard e Mötley Crüe, que percorrem o mundo com a sua considerada “The World Tour”. Ela passa por Porto Alegre no dia 11 de março na Arena do Grêmio. A produção é da Live Nation. 
Antes, porém, nos meses de janeiro e fevereiro, será realizada a 24ª edição do Porto Verão Alegre. O festival reunirá, entre 10 de janeiro e 12 de fevereiro, 125 atrações em 15 espaços, um deles fora da capital gaúcha. O tema que norteia a edição de 2023 é o reencontro. 

Em janeiro, também o Litoral Norte também assume o protagonismo em matéria de shows com destaque para apresentações no Maori Beach Club, em Xangri-Lá, de Jorge e Mateus (dia 5), Maiara e Maraísa e Yasmin Santos (dia 6), Pop Summer Festival, com Pedro Sampaio, KVSH e Legado (dia 14) e Wesley Safadão e Zé Felipe (dia 21), Menos é Mais e DJ Dennis (28). No mês de fevereiro, tem o celebrado espetáculo “Irmãos”, com Alexandre Pires e Seu Jorge, no dia 28. 

O mês de março será de grandes eventos, como a segunda parte do 29º Porto Alegre em Cena, entre os dias 16 e 26, durante a Semana de Porto Alegre. Neste mês, também será realizado o Poa Jazz Festival, de 24 a 26. Também se inicia a 1ª Mostra Internacional de Arte Contemporânea, que acontece de 30 de março a 9 de abril e terá atrações como a companhia de dança “Cena 11”, de Alejandro Ahmed, com o espetáculo “Matéria Escura”, e o espetáculo francês “Affordable solutions for better living”, de Théo Mercier e Steven Michel (ganhadores do Leão de Ouro da Bienal de Performance de Veneza). 

Abril vai marcar uma nova edição, a 19ª, do Fantaspoa, o Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre, do dia 13 ao dia 30. Em 2022, foram mais de 30 longas e 85 curtas. No mês de maio, teremos nova edição da Noite dos Museus, provavelmente no dia 20, das 18h à 1h, e também a 17ª edição do Palco Giratório Sesc/RS, de 11 a 28. No dia 6 de maio, Porto Alegre receberá uma turnê que passa por dez capitais do país, chamada Titãs Encontro, que vai reunir os sete integrantes da formação clássica da banda (um deles, Marcelo Fromer, morreu em 2001), Arnaldo Antunes, Nando Reis, Paulo Miklos, Tony Bellotto, Sérgio Britto, Branco Mello e Charles Gavin. O show será no Beira-Rio. Em junho, no dia 10, o show com Os Mutantes, adiado de 2022, será realizado no Teatro da Amrigs, com a presença de Sérgio Dias da formação original. 

O segundo semestre será da confirmação e da afirmação de eventos culturais tradicionais do Rio Grande do Sul. A 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado será realizada 11 a 19 de agosto na Serra gaúcha. Durante duas semanas do mês de setembro, vai rolar a programação da 30ª edição do Porto Alegre em Cena, que desde 2022 tem uma curadoria e direção artística coletiva. 

De 27 de outubro a 15 de novembro, ocorre mais uma edição presencial da Feira do Livro de Porto Alegre, na Praça da Alfândega e suas imediações. Será a 69ª edição do evento literário, que teve início em 1955, com participação de 12 livreiros. Em 2022, a Feira teve 1,5 milhão de visitantes, 72 bancas e vendas 40% superiores a 2019, quando foi totalmente presencial (antes da pandemia de Covid-19). 

Expectativas surpreendentes

O próximo ano é um dos mais aguardados pelos gremistas nos últimos tempos. Não somente pela expectativa de um novos ares, seja pela ansiedade de voltar à elite do futebol brasileiro, seja pela perspectiva de uma nova gestão após oito anos de Romildo Bolzan, ou por assistir os novos reforços em campo. 2023 prometia ser até então de reconstrução para o Grêmio. Porém, ao que indicam as últimas semanas, o novo ano pode ser também de voos mais altos do que o esperado. 

A nova direção, sob comando do presidente Alberto Guerra, começou a trabalhar com cautela. Como diria o próprio mandatário, em sua posse: “austeridade”, é o lema. À época, o dirigente, afirmou que o clube teria um caixa mais fragilizado durante o primeiro semestre. No entanto, também prometeu a montagem de uma equipe competitiva para a disputa das principais competições. 

Contudo, no primeiro mês de trabalho o caixa se movimentar significativamente. É claro, com a ajuda de investidores. Assim, o Grêmio tem presenteado a torcida com nomes promissores. Neste mês, o clube já anunciou o meia Cristaldo, o volante Carballo, o zagueiro Bruno Uvini, o lateral Reinaldo, o volante Pepê e os atacante Gustavinho e Galdino. Além de ter renovado com o Kannemann e Diego Souza. Isso sem contar a chance de contratar o centroavante Luis Suárez. 

O que parecia ser apenas uma promessa de campanha, agora pode estar mais próximo do que nunca. Nos últimos dias, a partir das declarações da direção sobre o uruguaio, os torcedores passaram a ver o sonho próximo de concretizar-se. 

Se no último ano novo, o passar da meia noite foi motivo de tristeza por encarar uma Série B, agora é de ansiedade por esperar uma temporada melhor. 

Preparação e dificuldades

Como herança da boa campanha no mais recente Campeonato Brasileiro, o Inter leva para a próxima temporada a permanência do técnico Mano Menezes e de uma boa base de equipe. Apesar de o clube já ter confirmado a saída de alguns jogadores, entre os quais Edenilson, nenhum dos titulares que começaram a partida contra o Palmeiras, no início de novembro, deixou o clube. E essa é, por enquanto, a primeira boa notícia para os colorados. A outra é a volta à Libertadores. 

Claro que algum negócio ainda pode, e deve, ocorrer antes da estreia no Campeonato Gaúcho, na segunda quinzena de janeiro. Como grande parte dos clubes brasileiros, o Inter convive com uma severa crise financeira e sobrevive vendendo suas principais promessas. Em 2023, quem desponta é Maurício, que já tem oferta do RB Bragantino, e Johnny, que já foi procurado por clubes italianos. 

A comissão técnica, entretanto, procura se preparar para as saídas. Além de Mário Fernandes, lateral-direito que treina com o grupo colorado desde o início da pré-temporada, o clube fará novas contratações. A ideia é trazer pelo menos quatro reforços em condições de disputar posição com os titulares.

As prioridades são um primeiro volante, para o lugar do lesionado Gabriel, e um centroavante que dispute posição com Alexandre Alemão. Apesar de ele ter tido bom desempenho ao longo de 2022, os dirigentes consideram que o número de competições no próximo ano exige um número maior de alternativas. 

O prosseguimento do projeto sob o comando de Mano Menezes, que chegou a ser cogitado para a Seleção, é o trunfo e a razão maior para a volta do otimismo. O Inter precisa voltar a conquistar títulos. É com essa obrigação que o time colorado começa pelo Gauchão o 2023.

Calendário recheado de várias outras atrações, muito além do futebol

Uma das primeiras constatações após a eliminação do Brasil de Tite na Copa do Catar é que até 2026, ano da próxima edição, serão 24 sem títulos mundiais. Exatamente o mesmo período que separou o Tri, no México, em 1970, do Tetra, nos Estados Unidos, em 1994. No feminino, é cruel caracterizar a ausência de conquistas um jejum, afinal, é relativamente recente o interesse, o aporte financeiro e a melhora em estrutura para as mulheres no futebol brasileiro. 

Na ponta desse processo de empoderamento feminino também no futebol, está uma sueca. Pia Mariane Sundhag comanda, desde 2019, o time do Brasil e nela converge a esperança para a conquista inédita do Mundial da Austrália, em junho. Antes disso, o calendário 2023 coloca um torneio nos EUA para preparação ao lado das anfitriãs, do Canadá e do Japão. A competição será entre 13 e 22 de fevereiro. 

No futebol masculino, enquanto a CBF mostra cautela em encontrar o substituto de Tite, pois a falta de competições programadas sugere uma tranquilidade na busca, são os times que preenchem o calendário. O primeiro grande desafio será do Flamengo. No dia 28 de janeiro, o rubro-negro carioca disputa a Super Copa do Brasil, medindo forças contra o Palmeiras, atual campeão Brasileiro. A CBF ainda não definiu a sede do confronto. Entre 1 e 11 de fevereiro, o atual tricampeão da América viaja ao Marrocos para tentar o bi mundial. Se chegar à final, provavelmente terá o Real Madrid como oponente. Uma semana depois, nos dias 8 e 15, acontece a Super Copa do Brasil. A maratona continua nos dias 21 e 28 na briga pela Recopa Sul-Americana, diante do Independiente del Valle. 

O ano de 2023 é pré-olímpico. Sendo assim, todos os esportes com competições em Paris 2024 ganham atenção para seus resultados. Em janeiro, as meninas do handball do Brasil vão à Polônia e à Sérvia jogar o mundial. O final do mês reserva o Gran Prix de Judô em Portugal e o início das etapas da WSL, no surf. Em 25 de fevereiro, é a vez do mundial de remo, no Canadá. No final do mês, inicia o Brasileirão Feminino. 

No mês seguinte, é dada a bandeirada para a largada do circuito da Fórmula-1. Maio reserva outra data importante em uma das modalidades em que o Brasil mais mostra a sua força. No Catar, os judocas tentam mais medalhas diante dos principais rivais mundo afora. Com menor tradição, mas com resultados importantes nos últimos tempos, é bom ficar de olho no mundial de tênis de mesa que será disputado a partir do dia 20, na África do Sul. 

A metade do ano traz de volta o futebol como grande atração. No dia 10, na Turquia, conheceremos o campeão da Liga dos Campeões, que retoma em fevereiro a fase eliminatória. Na Europa também, ainda sem sede definida, Espanha, Croácia, Holanda e Itália brigam pelo título da Liga das Nações. Na natação, outro esporte medalhista no Brasil, haverá o Mundial de julho, no Japão, e, além dos rivais, o cronômetro é adversário nas piscinas.

Em agosto, dias 19 e 23 se iniciam os mundiais de atletismo e Canoagem, respectivamente. Em ambos, o Brasil tem atletas com boas chances. Setembro é a vez de testar o fôlego na torcida. Os resultados recentes no Skate e na Ginástica Artística enchem o brasileiro de expectativa pelos dois mundiais. O fim do ano reserva talvez a competição mais importante da temporada. A partir do dia 20, em Santiago, o Chile sedia os Jogos Pan-Americanos.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895