Os próximos dias são de volta às aulas no RS. A rede privada desponta, com o retorno do ano letivo 2023 a partir de 13 de fevereiro. A rede municipal gaúcha também se prepara para essa retomada das aulas, que acontecem em períodos distintos nas cidades, antes e depois do Carnaval. Em Porto Alegre, a Educação Infantil, que sempre é antecipada, voltou dia 8 deste mês; e o Ensino Fundamental será no dia 22. Já a rede pública estadual abrirá o cronograma escolar no dia 23.
Apesar de as particulares terem autonomia para definir suas datas – desde que cumpram o mínimo legal de 200 dias letivos –, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do RS (Sinepe/RS) informa que a maioria retornará entre os dias 13 e 22 de fevereiro.
O presidente do Sinepe/RS, Oswaldo Dalpiaz, revela que a capacitação docente será um dos focos de atuação das escolas neste ano. “Na busca de uma qualificação constante, o desafio das escolas é capacitar os educadores para conhecerem e entenderem as novas tendências educacionais, incentivar e apoiar a utilização de novas metodologias e ampliar a compreensão das motivações que movem os estudantes”, explica. Segundo o dirigente, em janeiro e fevereiro, as escolas trabalharam para preparar suas equipes e o ambiente escolar. “Todo reinício é portador de um misto de curiosidades, temores, alegrias. Vislumbra-se uma caminhada que pode ser um ‘pouco diferente’ da anterior. Por isso, as instituições se esmeram para preparar um ambiente que transmita confiança, alegria, e, ao mesmo tempo, mudança e inovação. Espaço físico acolhedor e educadores animados em conduzir os estudantes na busca de seus sonhos, são as evidências de que teremos um belo ano de 2023”, considera Dalpiaz.
O calendário letivo proposto pelo Sinepe/RS prevê término das aulas em 22 de dezembo. Além dos feriados nacionais e estaduais, sugere-se feriado ponte no dia 9 de junho (em municípios com feriado em 8 de junho) e no dia 13 de outubro. Já o recesso escolar obrigatório no meio do ano, previsto na Convenção Coletiva, é para todas as instituições e será de 24 a 30 de julho.
Cecília Farias, diretora do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro/RS), afirma que algumas escolas já deram início aos trabalhos, com aulas e reuniões de professores. E lembra a pesquisa realizada com professores do ensino privado gaúcho, em agosto/22, que revelou dificuldades em estrutura e pessoal de apoio para a efetivação de uma educação inclusiva – conforme determina a legislação – nas escolas de Educação Básica (ensinos Infantil, Fundamental e Médio).
Um agravante que aponta é o fato de que, sem o comprometimento da escola, a inclusão de alunos com deficiência sobrecarrega a responsabilidade dos professores. E, em muitos casos, diz que os docentes arcam até com custos de materiais e equipamentos. Segundo Cecília, o estudo embasará uma campanha mais forte dos sindicatos para que as escolas preservem o direito de descanso dos professores e garantam o necessário apoio material e humano, visando uma eficiente e efetiva inclusão dos estudantes com deficiência.
Cecília assinala a expectativa de avanço na percepção das escolas, para que ofereçam maior suporte à preparação das aulas com qualidade e inclusão, não só dentro da sala, mas no atendimento do aluno em suas respectivas dificuldades e deficiências. Especialmente a partir de 2017, cita que houve maior demanda de famílias para matricular esses alunos em escolas de ensino regular. E acrescenta outros desafios, como excesso de trabalho e elevado número de alunos em sala de aula; menos reuniões (que são pagas) e avisos em horários extra escolares; ou aumento de tarefas docentes com o uso de tecnologias.
Ensino Privado no RS
- Professores: A Educação Básica possui 16.882 educadores nas escolas particulares do Rio Grande do Sul
- Escolas: São 746 instituições privadas gaúchas
- Alunos: A rede conta com 426 mil estudantes matriculados na Educação Básica; e 414 mil, na Educação Superior
