Peaf mantém crescimento

Peaf mantém crescimento

Com 224 novos cadastros em 2020, Programa passou a ter 3.688 empreendimentos

Por
Nereida Vergara

Mesmo com a pandemia da Covid-19, o Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf) registrou em 2020 resultados considerados positivos pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). De acordo com o Departamento de Agricultura Familiar e Agroindústria (Dafa), 224 novos empreendimentos se cadastraram no Peaf, apenas 15% menos que em 2019, o que elevou para 3.688 o número de empresas participantes do programa.

O programa cadastra as agroindústrias interessadas e passa a assessorá-las para que se habilitem a participar, como fornecedoras, de políticas públicas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), além de feiras. O número de agroindústrias que já atingiu este estágio subiu 2%, passando de 172 em 2019 para 176 no ano passado. No total, em 2020, 1.518 empresas chegaram à habilitação, 41% das cadastradas, índice 10 pontos percentuais acima do consolidado em 2019.

“O agricultor familiar está entendendo que, devidamente capacitado e operando dentro dos requisitos legais vigentes, pode acessar serviços diferenciados”, analisa Maluza Machado, chefe do Dafa. Também no último ano, 131 empresas cadastradas no programa se beneficiaram de financiamentos do Fundo Estadual de Apoio dos Pequenos Estabelecimentos Rurais, que contempla projetos de crédito para a construção de instalações, reforma e compra de equipamentos.

Para o secretário da Agricultura, Covatti Filho, o apoio oferecido às agroindústrias em 2020 foi fundamental para que ultrapassassem as dificuldades decorrentes da pandemia e do cancelamento das feiras, principal meio de comercialização da produção. Segundo Covatti, iniciativas como a Feira Virtual da Agricultura Familiar, criada em parceria com a Emater, e o decreto que permitiu que as empresas vendessem seus produtos para todo o Estado são exemplos do que foi feito.

O vice-presidente da Fetag, Eugênio Zanetti, elogia a secretaria pelas iniciativas. No entanto, afirma que o setor segue se ressentindo da extinção da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), absorvida pela Seapdr. Zanetti reforça que as demandas da agricultura familiar são diferentes das do agronegócio e que é preciso recuperar na estrutura do governo este espaço específico. “Ainda temos dificuldade para dar andamento às políticas públicas que existiam com a SDR e com o próprio Ministério do Desenvolvimento Agrário”, lamenta o dirigente.

Correio do Povo
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