Prontas para o verão

Prontas para o verão

Prefeituras do Litoral Norte preparam suas praias com obras e melhorias diversas para receber os veranistas

Por
André Malinoski

As prefeituras do Litoral Norte trabalham em obras e melhorias para receber os veranistas com maior conforto e segurança e, segundo elas, os protocolos sanitários de saúde serão exigidos e fiscalizados durante a temporada de verão. A Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte) informou que a orientação no momento é “seguir os decretos estaduais e a vacinação para conter o vírus”. Se todos os cuidados forem mantidos, as chances de que tudo volte à normalidade mais rapidamente serão maiores.

A Operação RS Verão Total tem previsão de iniciar em 18 de dezembro. Por enquanto, acontecem as etapas de seleção e os treinamentos de guarda-vidas que atuarão no veraneio. Foto: Guilherme Almeida

Pensar no bem coletivo, além de fazer uma grande diferença, pode significar um futuro mais alvissareiro. Dois sentimentos traduzem com precisão a expectativa das pessoas em relação à próxima temporada de verão nas praias gaúchas: otimismo, especialmente no que envolve os setores de comércio e de bares e restaurantes, e desesperança. Este último engloba os protocolos de segurança de saúde, como uso obrigatório de máscara de proteção facial, respeito ao distanciamento social e apresentação do comprovante de vacinação. Não foram poucos os entrevistados que relataram ser esta uma batalha perdida. Para a maioria, o poder público não possui capacidade de evitar ou mudar o comportamento de quem não deseja colaborar nesses quesitos. Após uma temporada de veraneio de dificuldades e decepções, ocasionadas pela pandemia da Covid-19, o que afugentou milhares de veranistas da orla do RS, agora existe certa sensação de liberdade motivada pelo avanço da vacinação entre os mais diversos públicos.

Torres amplia infraestrutura

Em Torres, há obras espalhadas pela cidade e revitalizações em praças e parques, com novos bancos, mirantes e nova iluminação, entre outras melhorias. Foto: Guilherme Almeida

Ruas limpas e praças bem conservadas, algumas obras espalhadas pela cidade e intensa circulação de moradores, visitantes e turistas. Assim caminha Torres em direção ao período de veraneio. A praça Borges de Medeiros, na Prainha, passa por revitalização e abrigará novos bancos, mirantes, estacionamento, passeio em concreto armado e nova iluminação. Até dezembro, tudo deve estar concluído. O Parque Odilo Webber Rodrigues, o Parque do Balonismo, ganhou nova infraestrutura, com centro de atendimento ao turista, bilheterias, banheiros e paisagismo. O espaço foi preparado para também receber eventos privados. A Praça XV de Novembro abriga agora um centro de atendimento aos turistas e o Rio Mampituba ganhou novo deck. Os molhes de Torres receberam novas pedras e um sistema de iluminação com fotocélulas ao longo do trajeto. Além disso, o Morro do Farol está com iluminação moderna e pavimentação, além de alguns decks de madeira de onde é possível ver a beleza da praia e tirar fotos. “A tendência é termos um verão bom, pois a maioria da população já está vacinada.

O público aumenta perto do período de Natal”, comenta Gilnei Germano Rodrigues, frentista de um posto de combustíveis na avenida Barão do Rio Branco. Circular pela praia é constatar que muitas pessoas optaram por viver ou trabalhar por lá no esquema home office, perto da suave brisa do mar e sob os intensos raios de sol. Outros, porém, apenas aproveitam a época de maior flexibilidade para conhecer a atração turística. Era o caso do casal de Curitiba Beatriz e Flavio de Castro. “Amei demais essa praia linda e maravilhosa”, elogia a esposa, enquanto a avaliação do marido passa pelos difíceis tempos de Covid-19. “A pandemia foi uma tragédia. A proibição de ir e vir acabou sendo brutal e as pessoas já sabem como se cuidar. A cidadania tem que oferecer liberdade, porque agora a situação está mais controlada”, analisa.

Pessoas iam e vinham na beira da orla de Torres, pedalando, caminhando ou apenas sentindo o sol pelo corpo, um tanto cansado de ficar dentro de casa depois de mais de um ano e oito meses de incertezas provocadas pela constante presença da doença contagiosa. Este cansaço de permanecer resguardado parece ter chegado a uma espécie de limite para alguns. É como se qualquer pequena oportunidade para dar uma escapadinha para a rua, buscar o pão ou simplesmente respirar o ar puro do litoral tivesse um efeito relaxante e de distensionamento. “Faz um período de quatro anos que não vinha para Torres”, conta Leandra Pimentel. “Este é nosso primeiro passeio desde que iniciou a pandemia. Venho aqui desde os oito anos de idade”, recorda Leandra, que estava acompanhada pela mãe, Alanir Manique, ansiosa por receber a terceira dose de reforço da vacina. “Muitos amigos foram para a praia no ano passado e se contaminaram. Conhecemos alguns que morreram”, lamenta a filha.

A esperança é algo muito particular de cada ser humano. Alguns possuem mais confiança no futuro do que outros. A vendedora de cangas Marli Aparecida Neves deixa transparecer nos olhos um desejo intenso por dias melhores. “Este ano que passou foi muito difícil para nós do comércio e para as demais pessoas. Eu sou de longe, lá de Minas Gerais. Venho para cá com medo, mas preciso vir e acredito que as vendas aumentem a partir do Natal”, espera. Instantes antes, um casal havia comprado algumas peças de roupas do carrinho da comerciante. A felicidade sorriu para a vendedora.

A expectativa por vendas melhores também cerca os tantos quiosques da cidade. “Neste momento está melhor do que no verão passado”, compara Tiago Machado, administrador de um deles. “No fim de novembro e no início de dezembro deve aumentar o número de pessoas”, estima o jovem de cabelos crespos.

Em um dos cartões-postais de Torres, no Morro do Farol, o aposentado Paulo Ricardo recebia aulas de paraglider. “Respeitei muito quando começou o lockdown. Treinei apenas em dias da semana quando não havia gente por aqui. É preciso se cuidar”, reflete o ex-motorista de caminhão que pratica o esporte há apenas um ano. Ele compartilha um dado curioso baseado em suas observações: “Cerca de 70% dos turistas que voam de paraglider em Torres são mulheres. Os homens são minoria porque morrem de medo”. No local, há grande circulação de pessoas que buscam registrar com os celulares imagens panorâmicas de Torres. E muitos acabam dando uma paradinha para tomar chimarrão ou simplesmente aproveitar a paisagem.

Dos maiores aos menores comerciantes, o sentimento de ansiedade pela vinda de consumidores é evidente. “Com a pandemia foi horrível, fiquei em Garopaba vendendo meus artigos. Após o feriado de 15 de novembro vai melhorar”, projeta o artesão uruguaio Gustavo Candiota. Perto de onde exibia suas peças no chão, jovens jogavam basquete e andavam de skate em uma praça.

A Associação dos Amigos da Praia de Torres (SAPT), conhecida por receber grandes eventos e público, informa que vai exigir a apresentação do comprovante de vacinação das pessoas. “Será exigido o passaporte vacinal conforme o decreto do governo estadual”, confirma a gerente administrativa Lenara Krás. Não deverá haver festa de Natal no clube e o Réveillon ainda é uma incógnita. “Esperamos umas 500 pessoas na abertura do verão, que acontece no dia 4 de dezembro”, calcula Lenara Krás. No próximo ano, o aniversário da SAPT, a ser realizado no dia 5 de fevereiro, e o prestigiado carnaval infantil estão confirmados.

A Prefeitura de Torres ainda prepara a iluminação e a decoração para o Natal, que se estenderá de 13 de novembro até 10 de janeiro, e contará com uma extensa programação de espetáculos. No Réveillon, está confirmada a tradicional queima de fogos. Serão 15 minutos de show pirotécnico no céu da cidade.

A Rodoviária de Torres, que foi fechada depois do fim da concessão, aguarda para saber qual será seu futuro endereço. O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) ainda avaliava um local. Por enquanto, os ônibus chegam e partem na calçada da via que passa por dentro da antiga rodoviária.

Obras em Capão da Canoa

O responsável pelo Departamento de Indústria e Comércio da Prefeitura de Capão da Canoa, Marcelo Ramos Soares, prevê intensa movimentação de público para o verão. “Não existe nenhuma cidade no Litoral Norte que se desenvolveu mais do que Capão da Canoa durante a pandemia. A estrutura imobiliária não parou e estão sendo construídas casas, prédios e condomínios”, enumera o dirigente. Conforme revela, guaritas de guarda-vidas estão sendo reformadas e 12 outras novas serão distribuídas até a praia de Curumim. Haverá, ainda, ampliação dos banheiros químicos espalhados pela orla. “Uma rotatória nova está sendo construída na primeira entrada de Capão, bem na frente do Corpo de Bombeiros”, destaca. Todos os quiosques na faixa de areia estavam sendo instalados no dia 27 de outubro. A Secretaria de Coordenação dos Distritos realizou o corte de grama ao longo da avenida Central, na Praça do Skate, nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS), no Centro de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS) e nos postos de Estratégia Saúde da Família (ESF’s) do município.

A população normal da cidade antes da pandemia era de cerca de 42 mil habitantes, conforme registrou o último Censo. Em função da Covid-19, a estimativa é que hoje tenha mais do que dobrado. O Natal terá sua decoração tradicional. O Parque Náutico do município, inaugurado em agosto do ano passado, é uma das apostas da prefeitura. Com letreiro, prainha e trapiche, o local fica na beira da Lagoa dos Quadros, a quatro quilômetros do Centro, e funciona como espaço para desenvolvimento de atividades esportivas, de lazer e cultura. O trapiche passou por processo de revitalização. E o melhor em tempos pandêmicos: fica ao ar livre.

Marcelo Ramos Soares também preside a Sociedade dos Amigos de Capão da Canoa (SACC). “Vamos cobrar o comprovante vacinal e manteremos todos os protocolos exigidos pelo decreto estadual”, garante o presidente, que estima ter 90% do público frequentador vacinado por este ser de mais idade. E o mandatário sentiu na pele a força da doença, pois foi contaminado em duas oportunidades.

A professora de educação física Aline Negruni espera mais público na temporada de férias. “Muita gente decidiu morar aqui durante a pandemia. Será um veraneio proveitoso e quem vier desfrutará da orla e do clube”, diz ela, que também é triatleta. Na avenida Beira-Mar, havia pessoas jogando bocha, passeando e tirando fotos. A moradora Lourdes Maciel tem certeza da melhora da situação pandêmica. “Com todos vacinados e respeitando o distanciamento, vai dar certo.” Entretanto, essa opinião não é uma unanimidade. “Não quero ser pessimista, mas muitos ainda não tomaram a segunda dose da vacina. Se liberarem tudo como fizeram no Rio de Janeiro e em São Paulo, acho que vai piorar”, diz Salete Rodrigues. Morador de um apartamento de frente para o mar, João Celestino entende que são necessários alguns cuidados para a retomada da vida normal. “Todos devem usar máscara e respeitar o distanciamento. Este verão vai ter muita gente, mas o pessoal não respeita essas normas. Vejo tudo da janela e no ano passado já foi uma loucura”, testemunha.

O Projeto Orla de Capão da Canoa, que tem como objetivo o ordenamento e a utilização sustentável dos espaços da orla costeira, é uma ação prática importante que atinge diretamente o período de veraneio quando cresce o número de frequentadores da praia. “Existe uma tendência de elevação do nível do mar e precisamos planejar”, explica o diretor de Turismo do município, Everson Michel, que também aborda o tema da Covid-19. “Será o verão dos vacinados”, prevê. “Não sei se o que estamos vivendo agora um dia voltará à normalidade. Capão sofreu no início da pandemia, mas agora melhorou”, completa. A bióloga Samanta Cristiano orientava o grupo dos envolvidos nesse projeto. “O plano aborda o manuseio das dunas, o uso de faixa de praia, entre outras situações. A praia é um bem comum de todos”, ressalta a estudiosa. “O uso desse espaço em cima das dunas e banhados acentua a vulnerabilidade, além de ser uma área importante para a conservação das aves”, esclarece o diretor-presidente da Seagrass Gerenciamento Costeiro, Luiz Tabajara, empresa que presta consultoria ambiental no Projeto Orla.

Preparativos em andamento em Tramandaí e Imbé

Em Tramandaí (foto de cima), o calçadão passou por melhorias para receber os veranistas. Em Imbé (foto de baixo), Conceição da Silva, proprietária de um quiosque na praia há 42 anos, espera que este verão seja melhor que o do ano passado. Fotos: Guilherme Almeida

O calçadão de Tramandaí receberá pintura e recuperação dos brinquedos e recolocação de luminárias. Alguns trechos serão reconstruídos em função dos efeitos ocasionados pela água salgada da ressaca do mar. O local abrigará 11 novos quiosques em formato de contêiner, após licitação, que ficarão localizados em cima de retângulos. A Prefeitura Municipal de Tramandaí, por meio das secretarias de Turismo e Obras, ainda promoveu o plantio de coqueiros, a pintura, a manutenção, o corte de grama e a limpeza da Praça Pôr do Sol, onde fica localizado o Centro de Eventos e o trapiche de acesso para a Lagoa do Armazém. O novo letreiro da Beira-Mar foi retirado para reparos e pinturas e deverá estar de volta ao lugar de origem até dezembro. O assessor de Ações Institucionais e Transparência de Tramandaí, Maxwell Bernardes, antecipou que é positiva a expectativa para o verão. “As equipes de segurança foram reforçadas, estamos com uma nova caminhonete para a Guarda Municipal e câmeras de vigilância 24 horas, principalmente na avenida Beira-Mar”, relata.

Maria Helena, moradora da praia, demonstra ceticismo sobre o comportamento das pessoas em relação ao respeito aos protocolos sanitários. “Sinceramente, será muito difícil o povo respeitar”, resigna-se ela, que trocou São Sebastião do Caí pela vida no Litoral. “Tomei as duas doses da vacina, mas isso não significa que não possa me contaminar.” A preocupação é compartilhada pelo casal de veranistas Fátima Silva e Ângelo Villarinho. “Infelizmente, tenho minhas dúvidas sobre a conscientização do público na praia”, opina Fátima.

Outros receiam a invasão de público que se aproxima com a temporada de veraneio. “Com certeza vai ter muita gente, aliás, as pessoas estão loucas para irem ao Litoral já em dezembro. Vai ser uma tranqueira”, prevê o aposentado Adão Jorge, que estava acompanhado da neta na orla e abriu uma lancheria para a esposa trabalhar em Tramandaí. O morador Leonardo Peixoto demonstra confiança em relação ao futuro. “Espero que volte ao normal, que Tramandaí tenha novamente a vida que tinha.” O comerciante de cangas e roupas Adriano Siqueira, natural de Minas Gerais, anseia por mudança. “Acho que a situação vai melhorar, se Deus quiser. Pelo que escuto, a temporada de verão será boa e já estou vendendo bem”, compartilha, com um largo sorriso no rosto.

Por sua vez, Imbé promove ações de melhorias. Os canteiros da praia estavam sendo capinados e o cordão da calçada da avenida Beira-Mar recebia pintura fresca.

A guarita 125 passava por reforma na orla da praia. As principais obras, porém, dizem respeito à duplicação e ao asfaltamento de 2,6 quilômetros da avenida Paraguassú entre as avenidas Caxias do Sul e Ovídio Barbier e o investimento de R$ 1,2 milhão na iluminação pública, substituindo as lâmpadas de vapor de sódio por outras LED, mais econômicas e eficientes. Até 20 de dezembro, essas trocas deverão estar concluídas.

Vê-se, circulando pelo município, serviços de limpeza e drenagem dos bueiros e galerias pluviais, ações de tapa-buraco nas ruas com asfalto e pavimentação de vias como a Rolante e a Taquara, no Centro. A revitalização ocorre ainda na avenida Osório, entre a avenida Porto Alegre e a rua São Sebastião do Caí. Quando o Correio do Povo passou por Imbé, uma retroescavadeira fazia o rebaixamento do nível de areia em um trecho da orla onde os pescadores costumam lançar seus anzóis, na altura da guarita 137, na Barra de Imbé.

Na Praia de Imbé, a prefeitura usou uma da retroescavadeira para rebaixar o nível de areia em um trecho da orla onde os pescadores costumam atuar. Foto: Guilherme Almeida

Os quiosques da beira da praia estavam sendo instalados e reformados. Há também a previsão de construção, até o verão, de três passarelas de travessia de pedestres na praia de Imara, em Santa Terezinha e no Centro. Na área da saúde, foram adquiridas duas ambulâncias novas, sendo uma para utilização das unidades de saúde e outra para apoio às ações do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Também foram habilitadas mais três Unidades de Saúde de Família (USFs), sendo duas no Centro e uma no Balneário Albatroz.

Com o avanço da vacinação, a expectativa por tempos melhores acompanha alguns residentes. “Nos finais de semana, já está enchendo mais. O pessoal não gastou com a pandemia, mas vai querer gastar agora”, acredita João Miguel. “Apesar de as pessoas estarem ressabiadas, Imbé está bem na vacinação”, pontua Luciano Franceschini, que mora há dois anos na praia.

Proprietária do Quiosque do Mineiro há 42 anos, Conceição da Silva conhece bem a cidade. “Agora a situação está excelente, mas antes esteve mal e até fechamos por causa da Covid-19”, relembra a comerciante, que precisou trabalhar no sistema “pegue e leve” para conseguir manter o sustento. “O pessoal agora está descendo para a praia”, relata ela, que é uma das pessoas mais conhecidas da cidade. A Prefeitura de Imbé informou que segue o uso de máscaras neste verão e que a fiscalização sobre o passaporte vacinal ficará a cargo da Vigilância Sanitária do município, em conjunto com a Guarda Municipal.

Balneário Pinhal investe em segurança e tecnologia

Entre os projetos de obras em Balneário Pinhal estão a Lagoa da Rondinha, que deverá ter um espaço de 25 mil metros quadrados, e a orla de Magistério, que será urbanizada na extensão da avenida Atlântico, com calçadão e estrutura para melhor receber os veranistas e moradores. Além disso, serão pavimentadas a rua Tipio (Pinhal Sul) e as avenidas Pampa (Sede) e das Indústrias (Túnel Verde). Também havia iniciado a canalização da rede de água potável na rua Jaguarão, em Magistério. Ao todo seriam instalados 246 metros de canos.

Uma das novidades de Balneário Pinhal para o verão é a Cidade Digital, que prevê o cercamento eletrônico da cidade a partir de câmeras instaladas nas ruas, escolas e unidades de saúde da região, com o objetivo de auxiliar as autoridades de segurança no combate à violência. Também foram colocados 31 quilômetros de fibra ótica, interligando 23 câmeras, transmitindo imagens em tempo real, para uma sala de monitoramento. Será oferecida rede Wi-Fi de graça em praças de Pinhal que contam com câmeras.

Em Palmares do Sul, houve a instalação de lâmpadas LED na iluminação pública, revitalização do asfalto da principal via de acesso ao município e o ensaibramento de trechos da Estrada Pedro Simão e da Granja Vargas, além da pavimentação da avenida Palmares, no intervalo que compreende a rua Álvaro Alves Camargo até a Luiz Manoel Teixeira Filho. Serão investidos R$ 4,6 milhões em uma parte de 11 quilômetros que se estende da BR 101 até o Distrito da Granja Vargas. Sobre os protocolos de saúde, a diretora da Secretaria de Turismo, Cultura, Desporto e Lazer de Palmares do Sul, Caroline Costa, informou que o uso de máscara continua obrigatório. E o passaporte vacinal já foi exigido pela prefeitura antes mesmo da obrigatoriedade, no dia 24 de outubro, quando cerca de 140 ciclistas participaram do evento Pedal Solidário. A diretora acrescentou que “para os eventos de verão, onde ocorrerão as maiores aglomerações, aguardaremos orientações do Ministério da Saúde e de outros órgãos responsáveis”.

O secretário de Obras, Viação e Trânsito de Palmares do Sul, João Aguiar, enumerou o que está sendo realizado em Quintão. “Vamos fazer o tapa-buraco na avenida Esparta, além de capina e limpeza das ruas e da orla. Também pretendemos melhorar a sinalização das placas indicativas com os nomes das ruas e limpar os acessos à praia.”

Ações em Cidreira

O prédio da Prefeitura de Cidreira, que está interditado desde 15 de outubro devido a problemas estruturais e de fiação elétrica, ainda não tem data para reabrir. Foto: Guilherme Almeida

A Secretaria de Obras de Cidreira realizou operação tapa-buraco nas vias da cidade. O trabalho iniciou na avenida Mostardeiro e se estendeu pela Giácomo Carniel nas proximidades da loja Cidrelar, na avenida Fausto Borba Prates, na região do Posto de Atendimento 24 Horas e Mercado Ramos, na rua Osvaldo Aranha, entre outras. Também houve obras de encanamento dos valos de escoamento de água das chuvas no Parque V, que devem ser estendidas ao Parque IV e na avenida G.

O prédio da Prefeitura de Cidreira, que está interditado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul desde 15 de outubro, devido a problemas estruturais e de fiação elétrica, ainda não tem data para reabrir. A prefeitura também não estava em dia com o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). “Nesta temporada de verão, não teremos grandes eventos, mas estamos programando alguns shows na lendária concha acústica, assim como eventos esportivos realizados pelo município, inclusive com o apoio e parceria do Serviço Social do Comércio (Sesc/RS)”, disse o assessor de Gabinete da Prefeitura de Cidreira, Rafael Portela Rocha.

Enquanto o verão não chega, resta aguardar por dias melhores. “Vai ter bastante gente e nos feriados será uma loucura isso aqui”, diz Yara Bernd, que demonstrava alegria por ter recebido a segunda dose da vacina. Para Gilberto Diell, proprietário há seis anos de uma panquecaria, a expectativa é que o veraneio signifique uma melhora do cenário.

“Espero que seja bom e, se Deus quiser, será. Tive que fechar o estabelecimento durante a pandemia e atender pela porta”, cita ele, que mora há 15 anos em Cidreira. Em uma situação normal, o comerciante chega a vender 150 panquecas por dia. Agora, seu plano é inaugurar uma pastelaria na cidade. “A única coisa ruim aqui são os carros de som que passam. A gurizada coloca o som muito alto e os vidros chegam a tremer na minha panquecaria”, critica. Proprietária de uma lancheria há 18 anos, Marinez Aschidamini crê em um futuro mais confortável depois das restrições. “A pandemia trouxe mais gente para viver na praia. Quem gostava de Cidreira optou por se mudar para cá”, constata.

Outras praias também estão com algumas novidades. Rainha do Mar, que pertence ao município de Xangri-Lá, ganhou trecho de calçadão à beira-mar. A extensão vai, nesta primeira etapa da obra, da avenida Coral até a Central B. O espaço serve ainda como ciclovia. Por sua vez, as prefeituras de Imbé e Osório discutem as novas ligações entre as cidades, por meio dos balneários Imara e Atlântida Sul. As duas pontas da avenida Paraguassú seriam unidas possibilitando uma via direta que ligaria o Balneário Imara, em Imbé, com Atlântida Sul. Os municípios pretendem reconstruir a avenida Beira-Mar, conhecida como Interpraias, que funciona como ligação secundária entre ambos

Guarda-vidas recebem treinamento

A Operação RS Verão Total tem previsão de iniciar em 18 de dezembro. Por enquanto, acontecem as etapas de seleção e treinamento de guarda-vidas. “Nossa expectativa é que tenhamos 550 guarda-vidas militares e outros 600 guarda-vidas civis. Serão mais de 1,1 mil homens ajudando os veranistas”, informa o tenente-coronel Isandre Antunes, chefe da Assessoria de Operações e Defesa Civil do Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBMRS).

Em algumas praias era possível ver, nos últimos dias de outubro, as guaritas sendo pintadas e preparadas. “Iniciamos a formação dos guarda-vidas militares novos. A contratação dos civis já começou e a capacitação desses se estende até o dia 18 de dezembro”, explica o tenente-coronel.

Conforme o governo estadual, 1.296 pessoas se inscreveram no processo seletivo do CBMRS, encerrado no dia 2 de novembro. Dos inscritos, 924 concorriam para as etapas de seleção da capacitação e 372 para a de recertificação. As 400 vagas de recertificação serão distribuídas para águas internas (25), Litoral Norte (310) e Litoral Sul (65). A divisão das vagas de capacitação são para águas internas (25), para o Litoral Norte (150) e para o Litoral Sul (25). O CBMRS já promove a recertificação dos guarda-vidas militares, com 321 bombeiros e 166 policiais militares aptos e 33 bombeiros militares em curso de capacitação. A previsão é que os guarda-vidas trabalhem em 331 postos de salvamento, sendo 228 no Litoral Norte, 30 no Sul e 73 nas águas internas do RS.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895