Após polêmica, Ronaldo admite problemas na Copa e aprova protestos

Após polêmica, Ronaldo admite problemas na Copa e aprova protestos

Ex-atacante cutucou Romário e valorizou discurso da presidente Dilma Rousseff

AE

Em 2011, Ronaldo foi eleito membro do Comitê Organizador Local

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Após uma semana marcada pela polêmica envolvendo um vídeo e uma declaração dada em 2011, Ronaldo admitiu neste sábado, em entrevista no hotel Sheraton, onde se hospeda com o estafe da Fifa, que há problemas na organização da Copa das Confederações. O ex-atacante da Seleção Brasileira fez as declarações como membro do Comitê Organizador Local (COL).

Sobre a antiga declaração, Ronaldo se desculpou por ter dito que não se fazia Copa com hospitais, outra reivindicação do povo brasileiro. E cutucou seu ex-colega dos gramados, Romário, que, segundo ele, poderia apontar menos o dedo para os problemas e ajudar mais de alguma forma. "Mas não é só o Romário. Tem muita gente fazendo o mesmo".

Um dos principais personagens da Copa do Mundo no Brasil, Ronaldo também valorizou o discurso da presidente Dilma Rousseff sobre as manifestações que explodiram no País cobrando, entre outras coisas, os gastos públicos com a competição. "Acho que a presidente saiu para dar satisfação ao povo. Está todo mundo exigindo mudanças. Ela prometeu o que está todo mundo pedindo. O povo está vendo que com manifestações dessa magnitude consegue melhorar as coisas, desde que elas sejam pacíficas", explicou.

Ronaldo defendeu o movimento do povo brasileiro nas ruas. "O Brasil acordou", sustentou. E comentou o susto que levou com os protestos bem perto de seu hotel, e da bomba de gás lacrimogênio que estourou nos seus pés. "Chegamos a Salvador na quinta. Os manifestantes vieram para o hotel, quebraram um ônibus dos árbitros e a polícia reagiu com bombas de gás. Eu estava em cima, mas o vento trouxe o gás. Meus olhos arderam, foi muito ruim. Não tive medo porque eu também sou do povo, reivindico exatamente tudo o que o povo reivindica. Fifa e COL estão acompanhando a movimentação. Queremos ver uma competição sem violência. Para isso foi pedido mais segurança para os árbitros, delegações, nos estádios, para que não haja violência. Todos estão gostando de ver como uma mobilização popular pode dar um rumo ao país. Se eu não fosse do COL, iria nas manifestações, mas não sei se daria certo".

O ex-jogador praticamente endossou tudo o que os manifestantes pediram nas ruas, e colocou o dedo numa grande ferida: a corrupção. A maioria dos jovens ouvida pelos jornalistas nesses dias de protestos cobram a honestidade dos nossos governantes. "Não são só os 20 centavos (do ônibus). O povo quer o fim da corrupção, quer escolas, educação. Estamos nessa situação não por falta de dinheiro. É por causa de desvio de dinheiro, o povo não é contra a Copa, é contra a corrupção. Os protestos, dessa forma, foram surpreendentes", completou. Porém, ele também defendeu o COL e a Fifa. Disse que esses órgãos não contratam empreiteiras nem discutem os valores das obras (dos estádios). "Nós apenas acompanhamos o processo".

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