O técnico Hernán Crespo demonstrou visível irritação e frustração na entrevista coletiva após a derrota do São Paulo por 2 a 0 para o Grêmio, em Porto Alegre, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. O argentino deu a entender que seu futuro no Morumbi pode depender de mudanças estruturais no elenco e na gestão do dia a dia do clube.
Crespo foi questionado sobre a possibilidade de extrair mais do seu elenco e respondeu com sarcasmo, destacando os desafios constantes: "Extrair ainda mais (dos jogadores)? Nossa! Muito positivo. Tentamos fazer o melhor possível e tentamos nos adaptar no que acontece no dia a dia. No São Paulo acontecem muitas coisas durante o dia a dia. A ideia é fazer o melhor possível e depois falar em dezembro, ver o que se pode fazer no futuro."
"Surpresas constantes" e foco apenas no dia a dia
A insatisfação do treinador com a estrutura e as ocorrências do clube foi um tema recorrente. Crespo afirmou que não consegue planejar o futuro devido aos imprevistos: "Nesse momento é dia a dia, é um momento que se tem que viver dia após dia. Tento programar aqui dia a dia, as surpresas aqui são constantes. Acontecem coisas inacreditáveis todos os dias".
O argentino, inclusive, recusou-se a comentar sobre o próximo confronto, contra o Mirassol, no domingo, reforçando a falta de planejamento a longo prazo que consegue ter.
"Não pensei no Mirassol, tenho que pensar dia a dia, as surpresas aqui são constantes, não tenho o privilégio de outros técnicos de pensar na frente, aqui acontecem coisas inacreditáveis todos os dias, aí temos que nos adaptar. No domingo, é tentar fazer o melhor que podemos e tudo pode acontecer."
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Análise da derrota e mudanças táticas
O técnico não escondeu a decepção com o desempenho do time na Arena: "A gente jogou com o Palmeiras 70 minutos bons, mas o jogo é muito mais que isso. Com Fortaleza fomos bem, estávamos criando, hoje não. Nada. Hoje é um jogo para esquecer totalmente."
Crespo explicou as alterações táticas feitas durante a partida, na tentativa de recuperar o equilíbrio e a agressividade.
"Senti que faltava superioridade numérica e qualidade na frente para poder finalizar melhor. Sabia que o Grêmio iria jogar com um bloco baixo, então tínhamos que ter mais qualidade. Tentar girar a bola e tentar criar com Lucas e Luciano. Tudo acabou cedo depois do pênalti. O jogo não foi bom."