Comitê Olímpico dos EUA diz que não punirá atletas por protestos pacíficos

Comitê Olímpico dos EUA diz que não punirá atletas por protestos pacíficos

Entidade também pediu mudanças na Regra 50 da Carta Olímpica, que impede este tipo de manifestação em eventos esportivos

AE

"O USOPC valoriza as vozes dos atletas americanos", afirmou Hirshland

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O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) surpreendeu nesta quinta-feira ao anunciar que não vai punir atletas por eventuais protestos e demonstrações de apoio a causas de justiça social ou racial. Além disso, a entidade pediu mudanças na Regra 50 da Carta Olímpica, que impede este tipo de manifestações nos eventos esportivos.

"Tomamos a decisão de que os atletas do "Team USA" não será punidos pelo USOPC por demonstrações pacíficas e respeitosas em apoio à justiça social e racial para todos os seres humanos", diz comunicado assinado pela CEO do Comitê, Sarah Hirshland.

"O USOPC valoriza as vozes dos atletas norte-americanos e acredita no direito deles de defender causas de justiça social e racial e que eles são uma força positiva para a mudança, totalmente alinhados com os valores fundamentais de igualdade que definem o "Team USA" e os movimentos olímpicos e paralímpicos", completou a dirigente.

Além disso, a CEO pediu ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para alterar a controversa Regra 50, que impede "qualquer demonstração de propaganda política, religiosa ou racial em qualquer área, local ou equipamento da competição olímpica". "Vamos continuar a trabalhar com o Comitê Olímpico Internacional e com o Comitê Paralímpico Internacional para que consideram a possibilidade de fazer uma emenda na Seção 2.2 da Regra 50 da Carta Olímpica."

Ela alega que a questão dos direitos humanos não se enquadram nesta regra. "É necessário afirmar inequivocadamente que os direitos humanos não são uma questão política e que pedidos pacíficos por igualdade e equidade não podem se confundir com demonstrações de divisão."

No mesmo comunicado, Hirshland pediu desculpas em nome da entidade por não ter apoiado atletas como John Carlos e Tommie Smith, que se tornaram famosos nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968, quando protestaram contra a segregação racial nos EUA com os punhos apontados para o céu.

"Está claro agora que esta organização deveria ter apoiado, ao invés de ter condenado. Por isso, pedimos desculpas. E espero por um futuro onde as regras serão claras, onde as intenções serão melhor compreendidas e as vozes serão empoderadas", disse a dirigente.

Hirshland também lamentou por ter repreendido os atletas Gwen Berry, do lançamento do martelo, e Race Imboden, da esgrima, por terem violado a Regra 50 durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, no ano passado. Na ocasião, Berry levantou o punho e Imboden se ajoelhou no pódio da competição.


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