''O Gigante estará pronto para 2014'', garante Aldo Rebelo

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Ministro do Esporte disse que acompanha diariamente obras nos estádios

Carlos Corrêa / Correio do Povo

Ministro do Esporte falou com reportagem do Correio do Povo

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A exatos 731 dias para o primeiro jogo da Copa do Mundo de 2014, o Brasil ainda vê com certa desconfiança os prazos para que todas as obras prometidas sejam de fato concluídas. À frente de um ministério que deve ganhar cada vez mais importância até 2016, ano das Olimpíadas, o ministro Aldo Rebelo conversou com a reportagem do Correio do Povo e falou não apenas sobre as obras, como também a relação com a Fifa e a CBF.

CP - Com que frequência o senhor tem atualizações a respeito das obras de reforma do estádio Beira-Rio? O que as últimas notícias enviadas para o senhor indicam?
Aldo Rebelo - O Ministério do Esporte acompanha diariamente as obras em todos os estádios onde serão disputados jogos da Copa das Confederações e da Copa Fifa. Do Beira-Rio, as informações que temos dão conta de que os trabalhos estão dentro do estabelecido no cronograma.

O andamento das obras do Beira-Rio está de acordo com o que o governo federal considera ideal?
Houve atraso no começo da reforma do estádio do Inter, mas hoje já se tem certeza de que o Gigante estará pronto para a Copa 2014.

O mais recente relatório da empresa Andrade Gutierrez, responsável pelas obras do Beira-Rio, afirma que já foram concluídos 4% da reforma. Relatório do governo, divulgado no último mês, fala em 20%, com uma possível revisão que passaria esse índice para 8%. Ainda assim, um percentual bem acima daquele divulgado pela construtora. Por que essa disparidade nos números?
As disparidades entre as estatísticas dos diversos órgãos e empresas que acompanham a evolução das obras da Copa - todas as obras, não só as dos estádios - devem ser atribuídas aos diferentes métodos de medição adotados. Cada empresa tem o seu sistema de medição. Por isso, às vezes, há diferença, também, entre o que a Fifa e as empresas calculam.

Pouco antes do acerto entre Inter e Andrade Gutierrez, foi cogitada a troca da sede gaúcha da Copa de 2014 para a Arena do Grêmio? O senhor chegou a ser questionado sobre o tema em uma de suas últimas visitas ao Estado?
Embora o Grêmio esteja construindo um estádio que terá todas as condições de sediar qualquer competição, o Beira-Rio sempre foi a única opção de sede dos jogos da Copa em Porto Alegre. A preocupação com o início da reforma era natural. Afinal, os gaúchos, que têm dois dos maiores clubes do Brasil, não queriam correr riscos, como não estão correndo agora, de ficar fora da Copa Fifa.

Tanto a tabela da Copa das Confederações como a da Copa do Mundo preveem que o Brasil só jogará no estádio Maracanã caso chegue às finais destas competições. Dado o valor simbólico, não seria mais adequado que a tabela previsse pelo menos um jogo lá antes das duas decisões?
A organização das tabelas é exclusiva da Fifa. O governo não tem nenhuma participação nisso. Mas eu tenho certeza de que teremos dois jogos do Brasil no Maracanã. Os dois para erguermos os troféus de campeões.

Qual a interferência da presidente Dilma Rousseff na reforma dos estádios?
A presidente Dilma acompanha a preparação do Brasil para sediar a Copa de 2014 nas suas audiências e reuniões com os ministros. Ela, inclusive, já visitou as obras Mineirão. E sempre recebe informações sobre as obras em curso nas cidades-sedes do jogos.

Além da reforma e construção dos estádios que participarão da Copa do Mundo, outros estão sendo construídos pelo país, como as Arenas de Palmeiras e Grêmio. É possível se criar algum evento ligado à Copa das Confederações ou Copa do Mundo envolvendo estes estádios?
O Palmeiras e o Grêmio são candidatos a Centro Oficial de Treinamento. Temos várias cidades e clubes candidatos a receber as delegações estrangeiras que ainda não são conhecidas porque as eliminatórias recém começaram. Esse é o aproveitamento previsto para os estádios durante as duas competições. Mas a decisão final é da Fifa e de cada federação.

O que mudou a partir da entrada do governo brasileiro no Comitê Organizador Local com um representante?
A presença do secretário-executivo do Ministério do Esporte - Luis Fernandes - no comitê Organizador Local da Copa serve para agilizar a troca de informações, dar maior rapidez às decisões que precisam ser tomadas e melhora a interação entre todos os envolvidos nos preparativos para o torneio.

Que tipo de consequência teve para o governo a recente troca no comando da CBF?
O governo acompanha a gestão do futebol brasileiro com a mesma preocupação com que acompanha outros esportes. Mas sem nenhuma ingerência. Para o governo, importa que a gestão da CBF, das federações e dos clubes seja cada vez mais democrática, moderna e transparente.

Depois de um momento mais tenso, a relação entre o governo brasileiro e a Fifa parece mais estável. A que o senhor credita esta mudança? A Fifa percebeu que tinha subido o tom desnecessariamente ou ambos tiveram que ceder?
A relação com a Fifa sempre foi a relação do governo de um país com uma entidade privada. E ambos trabalham e sempre trabalharam para que a Copa 2014 seja a melhor de todas. Eventuais desentendimentos foram superados com atitudes firmes do governo e a compreensão dos dirigentes da Fifa.

A Lei de Incentivo ao Esporte permite que os clubes de futebol também busquem recursos. O senhor acha isso justo ou injusto?
Os clubes de futebol podem apresentar projetos de reforma e construção de centros treinamento, formação de atletas de base para captação de recursos pela Lei de Incentivo ao Esporte. Não se trata de justiça ou injustiça. Trata-se de cumprir a lei e seguir garantindo condições para o desenvolvimento no nosso futebol. O governo apoia, com incentivos fiscais, a imprensa, a indústria automobilística, a Zona Franca. Por que não apoiar o esporte?

O governo federal já deu chances para os clubes de futebol quitarem seus débitos via Refis e Timemania. Ambos os sistemas fracassaram. Vem aí um novo Timemania ou o governo federal decidirá cobrar dos clubes as dívidas?
A reforma da loteria Timemania está em discussão na comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados. O Ministério participa de todos os debates que visem à modernização da administração do esporte. Da mesma forma que todos os cidadãos, todas as organizações, os clubes têm obrigação de pagar suas dívidas. E o governo de cobrar. Os clubes precisam profissionalizar e modernizar suas gestões para que seus recursos sejam melhor aproveitados.

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