Escândalo no atletismo da Somália após vídeo de prova dos 100m viralizar

O ministro dos Esportes da Somália, Mohamed Barre Mohamud, acusou a Federação Nacional de Atletismo de ter ridicularizado o país ao ter escalado uma representante não registrada para a prova dos 100 metros rasos disputada na última terça-feira (1), durante os Jogos Universitários de Verão, em Chengdu (China).

Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, a jovem, que usa um véu e corre de calças, identificada pelo Ministério como Nasra Abukar Ali, 20 anos, cruzou a linha de chegada 10 segundos depois da vencedora, a brasileira Gabriela Silva Mourão, o que gerou piadas e causou indignação entre os somalis.

Nasra "não é atleta, nem corredora", e não existe nenhuma "federação somali de esporte universitário registrada", escreveu o ministro Mohamud em uma carta enviada na quarta-feira ao Comitê Olímpico da Somália.

A vice-presidente da federação de atletismo da Somália, Khadija Aden Dahir, foi suspensa por acusações de nepotismo após sua sobrinha Nasra Abukar fazer o pior tempo da história dos 100m rasos, mais de 22 segundos. A investigação é para saber se Nasra teria sido beneficiada para competir nos Jogos Mundiais Universitários por ser parente do vice-presidente. Nas redes sociais, a mandatária somali havia parabenizado a sobrinha pela convocação dias antes da viagem para a China. Não foi informada pela equipe se a atleta estava com algum problema físico ou mesmo machucada para a realização da prova.

"Khadija Aden Dahir, vice- presidente da Federação Somali de Atletismo, cometeu ato de abuso de poder, nepotismo e difamação do nome da nação no cenário internacional", acrescentou Mohamud, que havia pedido a suspensão da dirigente.

"O Ministério dos Esportes declara de forma contundente sua intenção de abrir processos judiciais", continua a carta A Somália era a última dos 180 países no índice de corrupção da ONG Transparência Internacional em 2022.